Em posse, Cristina cita Dilma e diz priorizar direitos humanos e economia
Marcia Carmo De Buenos Aires para a BBC Brasil
Marcia Carmo De Buenos Aires para a BBC Brasil
Presidente argentina fez referência à foto de Dilma sendo interrogada por militares
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tomou posse neste sábado
para seu segundo mandato, em cerimônia na qual, durante seu discurso,
fez referência à sua colega brasileira Dilma Rousseff.
Durante a cerimônia, realizada no Congresso Nacional, diante de
parlamentares e de presidentes da América Latina, Cristina citou uma
foto divulgada recentemente, tirada em 1970, na qual Dilma aparece em um
interrogatório, perante autoridades do regime militar.
A presidente argentina referiu-se à foto ao lembrar de uma militante
argentina que desapareceu nos anos 1970, durante o governo militar do
país.
"Hoje, Dilma ocupa a cadeira presidencial de um dos países mais
importantes do mundo, e talvez aquela jovem pudesse ocupar esta mesma
cadeira que ocupo hoje", afirmou Cristina.
A presidente argentina, que tomou posse no Dia Internacional dos
Direitos Humanos, sugeriu que o tema será prioridade em seu novo
mandato, assim como a economia, a inclusão social e a implementação
total da lei de mídia, que causa polêmica no país.
Referências a Kirchner
Cristina, 58 anos, recebeu a faixa presidencial da filha, Florência, 21 anos.
Em seu discurso, a presidente fez várias referências ao marido e
ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), que morreu em outubro do ano
passado.
A presidente fez um apelo ao Congresso Nacional para que aprove projetos
de lei do governo, como a lei de terras, que limita a venda de terrenos
aos estrangeiros, e destacou a lei de mídia – aprovada em 2009, mas
ainda não totalmente em vigor e que é contestada por empresas do setor.
"A lei de audiovisuais foi construída com diferentes forças políticas
com objetivo de dar pluralidade as vozes e ao anti-monopólio", afirmou
Cristina.
A lei limita a fatia de mercado das principais empresas de mídia, como o
grupo Clarín, abrindo caminho para companhias menores. Críticos da lei
afirmam que este espaço seria ocupado por emissoras ligadas a setores
que apoiam o governo.
Sobre a lei de terras, ela afirmou que "não se trata de uma lei
xenofóbica e não afeta direitos adquiridos mas corresponde ao mundo de
hoje, globalizado".
Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution
Do Blog O Esquerdopata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário