Da revista IstoÉ
TRATAMENTO
Com apoio de dona Marisa e do médico Roberto Kalil Filho
PLANOS
Paulo Okamoto, o encarregado de dar novo peso ao Instituto Lula
ESCOLHIDO
A vitória de Haddad na eleição para a Prefeitura de São Paulo
é encarada como prioridade política pelo ex-presidente
PARCERIA
Kassab se aproxima de Lula: desconforto no PT paulista
Depois
de um duro tratamento médico, o ex-presidente vence o câncer e se
prepara para encarar desafios que devem renovar sua imagem de mito da
política. Conheça os planos de Lula para 2012
Mário Simas Filho
BOA NOTÍCIA
Lula foi informado pelo médico que o câncer está reduzido a zero
Lula foi informado pelo médico que o câncer está reduzido a zero
Na manhã da segunda-feira 6, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
chegou irritado ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Estava cansado,
nauseado e com uma forte dor na garganta – efeitos colaterais do duro
tratamento médico a que vem se submetendo há cerca de três meses. Lula
recebeu mais uma sessão de radioterapia e, como em outras vezes, foi
andando com calma até uma ala de dez metros quadrados no setor de
recuperação, onde costuma receber políticos que o visitam. Mas não
naquele dia. O ex-presidente tinha preferido a presença de apenas um
amigo de longa data. E foi ao lado dele que recebeu a informação que
mudaria seu ânimo: o câncer detectado em outubro estava vencido pela
intensa medicação. Segundo a definição de um de seus médicos, o tumor
maligno de quase três centímetros “foi reduzido a zero”.
Era a notícia que Lula esperava e, de certa forma, havia antecipado em 1º de novembro, quando, apenas quatro dias após receber o diagnóstico de um câncer na laringe, fez sua primeira manifestação pública sobre a doença. Num vídeo divulgado pela internet, ao lado da esposa, Marisa Letícia, ele se empenhava em mostrar confiança: “Estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nós vamos conseguir tirar de letra.”
Era a notícia que Lula esperava e, de certa forma, havia antecipado em 1º de novembro, quando, apenas quatro dias após receber o diagnóstico de um câncer na laringe, fez sua primeira manifestação pública sobre a doença. Num vídeo divulgado pela internet, ao lado da esposa, Marisa Letícia, ele se empenhava em mostrar confiança: “Estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nós vamos conseguir tirar de letra.”
TRATAMENTO
Com apoio de dona Marisa e do médico Roberto Kalil Filho
Mesmo sabendo que ainda tem pela frente a fase final das aplicações, que
seguem até o dia 17 de fevereiro, o ex-presidente se empolgou. Mal
chegou ao Instituto Lula na terça-feira 7, para onde segue quase todos
os dias depois de deixar o hospital, disparou telefonemas. Comunicava a
amigos e lideranças de diversos partidos o que tinha escutado do médico,
sempre pedindo total discrição. Com os mais próximos, se animou até a
discutir detalhadamente a ambiciosa agenda que projetou para 2012.
Confiante por constatar que, afinal, está superando mais uma provação,
ele planeja uma nova fase. Lula quer daqui para a frente dedicar seus
dias a quatro missões: preparar o PT para as eleições municipais em todo
o País, cravar uma vitória histórica em São Paulo, ampliar o Instituto
Lula e angariar fundos para a construção do Memorial da Democracia. Mas
Lula terá que esperar mais algumas semanas para entrar de cabeça nessas
tarefas. Apesar de aliviado com a primeira vitória contra o câncer, o
ex-presidente não passou bem o resto da semana. Em razão de uma enorme
inflamação na garganta, mal conseguia comer, embora siga à risca o
regime de dieta pastosa recomendado pelos médicos. Cansado, chegou a
interromper por mais de duas vezes reuniões com a equipe do seu
instituto. De acordo com pessoas próximas, Lula perdeu cerca de três
quilos desde o começo do mês.
A equipe médica responsável pelos cuidados do ex-presidente não confirma
o desaparecimento do tumor, preferindo referir-se apenas à fase
concluída do tratamento; antes, portanto, das aplicações de
radioterapia. “Sem dúvida, o prognóstico é muito bom porque o
ex-presidente respondeu muito bem ao tratamento com quimioterapia,
quando houve uma redução de 75% do tumor”, disse o oncologista Paulo
Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês e do
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Ele vai aguardar os
exames conclusivos, em março. Os médicos também orientaram Lula a não
comparecer ao desfile da escola de samba Gaviões da Fiel no sábado 18,
que terá como tema “Verás que um filho fiel não foge à luta: Lula, o
retrato de uma nação”, em razão de sua ainda baixa imunidade. A última
sessão de radioterapia acontecerá um dia antes da apresentação da
Gaviões.
PLANOS
Paulo Okamoto, o encarregado de dar novo peso ao Instituto Lula
A partir de março, Lula terá vida normal. Passará apenas por exames
periódicos (um câncer só é considerado realmente “curado” depois de
cinco anos) e será acompanhado por uma fonoterapeuta para melhorar a
fala e a deglutição na laringe. Nos últimos dias ele definiu com seus
principais assessores o que chamou de “espinha dorsal” de sua agenda em
2012. Ficou definido que até o final de março ou no máximo até a
primeira quinzena de abril, ele deverá permanecer a maior parte do tempo
despachando no instituto. Sua atenção estará voltada prioritariamente
às campanhas petistas em cerca de 120 cidades com mais de 150 mil
habitantes pré-definidas e assinaladas em um mapa sobre a mesa de sua
sala. Na avaliação do ex-presidente, em cerca de 30 desses municípios,
incluindo Curitiba e Belo Horizonte, o PT deve abrir mão da cabeça de
chapa para apoiar candidatos do PSB, do PMDB e do PDT. Um dos primeiros a
ser chamado para uma conversa será o deputado federal Dr. Rosinha. Ele
quer que o petista abandone a ideia de se candidatar ao Executivo da
capital paranaense e apoie Gustavo Fruet (PDT). Especialista em montar
palanques e solucionar conflitos entre as alas internas do PT, Lula
pretende convocar as lideranças de sua legenda e convencê-las da
importância de construir alianças amplas o mais rápido possível.
Entre abril e o fim de julho, Lula pretende dedicar seu tempo ao instituto que leva seu nome. Considerando que até lá estará livre dos efeitos colaterais da luta contra o câncer, priorizará visitas ao Exterior. Durante o tempo em que permaneceu sob tratamento, ele deixou de fazer cerca de 30 viagens internacionais para dar palestras que reforçariam o caixa da instituição. O ex-presidente tem insistido junto a seus assessores, principalmente Paulo Vanucchi e Paulo Okamoto, para que o Instituto Lula seja mais amplo que o PT, do ponto de vista ideológico. Ele pretende transformar a entidade numa referência mundial em formulação e implantação de políticas de inclusão social em desenvolvimento e consolidação de democracias. Para essa nova fase, o Instituto Lula planeja ampliar em 40% o número de funcionários e trocar a atual sede, um pequeno sobrado no bairro do Ipiranga, na capital paulista, por uma sala comercial com cerca de mil metros quadrados.
Entre abril e o fim de julho, Lula pretende dedicar seu tempo ao instituto que leva seu nome. Considerando que até lá estará livre dos efeitos colaterais da luta contra o câncer, priorizará visitas ao Exterior. Durante o tempo em que permaneceu sob tratamento, ele deixou de fazer cerca de 30 viagens internacionais para dar palestras que reforçariam o caixa da instituição. O ex-presidente tem insistido junto a seus assessores, principalmente Paulo Vanucchi e Paulo Okamoto, para que o Instituto Lula seja mais amplo que o PT, do ponto de vista ideológico. Ele pretende transformar a entidade numa referência mundial em formulação e implantação de políticas de inclusão social em desenvolvimento e consolidação de democracias. Para essa nova fase, o Instituto Lula planeja ampliar em 40% o número de funcionários e trocar a atual sede, um pequeno sobrado no bairro do Ipiranga, na capital paulista, por uma sala comercial com cerca de mil metros quadrados.
ESCOLHIDO
A vitória de Haddad na eleição para a Prefeitura de São Paulo
é encarada como prioridade política pelo ex-presidente
A partir de agosto, na reta final das eleições municipais, o
ex-presidente dedicará o seu tempo ao que tem chamado de “mergulho nas
campanhas”. Subirá em palanques em todos os municípios com mais de 150
mil habitantes para pedir votos aos candidatos do PT e aliados. Dará
atenção especial, no entanto, à capital paulista, onde Fernando Haddad,
seu ministro da Educação, será o candidato petista. Lula está empenhado
em tirar proveito do índice de popularidade, que nunca esteve tão
favorável entre os eleitores da maior cidade do País. Enquanto no pleito
presidencial de 2006, o ex-presidente conseguiu apenas 35,7% dos votos
paulistanos no primeiro turno na disputa por Palácio do Planalto, agora
pesquisas, como o Datafolha, indicam que 48% dos eleitores da capital
paulista dizem que podem escolher o candidato indicado pelo ele. Antes
da doença, esse número de seguidores não passava de 16%. O cenário
político, na opinião de Lula, também não poderia ser melhor: as forças
que derrotaram a então prefeita Marta Suplicy, em 2000, estão divididas.
Com a recusa de José Serra em concorrer, os tucanos ainda não acharam
um nome para a disputa. De seu apartamento em São Bernardo, na noite da
quarta-feira 8, Lula telefonou para um dos líderes petistas mais
próximos a ele. Com a voz muito rouca, disse que a aliança com Kassab em
São Paulo passou a ser vital ao seu projeto e explicou: “Não se trata
apenas de ganhar a eleição em São Paulo, mas de quebrar a espinha dorsal
da parceria PSDB com os liberais, representados ora pelo DEM, ora pelo
PSD.”
Dois meses atrás, quando Kassab passou a se insinuar para o PT, Lula estava disposto a refutar o apoio, evitando entrar em rota de colisão com a senadora Marta Suplicy, que rejeita a possibilidade de dividir palanque com o atual prefeito. Há duas semanas, no entanto, a posição de Lula mudou. Até o fim de janeiro, o ex-presidente nutria a esperança de conseguir afastar da disputa paulistana o deputado federal Gabriel Chalita e compor uma chapa com o PMDB em São Paulo. Do hospital, manteve diversas conversas com o vice-presidente, Michel Temer, e com o próprio candidato peemedebista. “O Lula tentou de todas as formas convencer o PMDB e o Chalita a estar conosco ainda no primeiro-turno”, disse um dos principais confidentes de Lula. “Desde o início de fevereiro, no entanto, partiu para outra.” Para convencer os resistentes petistas a uma parceria eleitoral com o PSD de Kassab, Lula tem uma carta na manga. Na semana passada, durante conversa com o prefeito, o ex-presidente desenhou o que chamou de a “chapa dos sonhos”: Haddad, prefeito; Henrique Meirelles, vice. Na opinião do ex-presidente, até os petistas mais radicais de São Paulo não teriam problemas para subir em um palanque ao lado de Meirelles, tido no próprio partido como um dos pilares do sucesso do governo de Lula. Kassab prometeu se empenhar em convencer o ex-presidente do Banco Central a encarar o desafio. A ideia de Lula era ele mesmo ligar para Meirelles na quarta-feira 8. O seu estado físico, porém, não permitiu.
Outra missão encarada como primordial pelo ex-presidente está diretamente ligada à aproximação entre Lula e Kassab: a construção do Memorial da Democracia pelo Instituto Lula. Um museu que, além de contar com o acervo do período do ex-presidente na Presidência da República, apresentará temas que contribuíram para a evolução política do País, como a Anistia e a Constituinte. Cerca de 20 profissionais trabalham no projeto arquitetônico e na curadoria. Entre eles, Gringo Cardia, que participou também do desenvolvimento e da implementação do Memorial Minas Vale, do Museu das Telecomunicações e do Museu da Cruz Vermelha, na Suíça. “Tudo é muito preliminar, pois estamos nos reunindo ainda. Mas posso adiantar que será um espaço multimídia, no qual o público vai interagir com as obras”, conta Cardia. Certo mesmo é que o espaço será erguido em um terreno cedido recentemente pela Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, área degradada no centro da capital paulista marcada pela presença de dependentes químicos e traficantes.
A doação da área em um período pré-eleitoral, no momento em que PT e PSD ensaiam uma aliança na capital paulista, foi fruto de negociações que começaram no primeiro semestre de 2011, conforme apurou ISTOÉ. Por meio de emissários, Lula tinha enviado a proposta de montar o Memorial da Democracia aos governantes da cidade de São Paulo e São Bernardo do Campo e do Estado do Rio de Janeiro. Kassab tomou a frente e passou a reunir-se com Paulo Okamoto, comandante do instituto, depois de regularizar a criação do PSD e se mostrar próximo ao governo em reunião da bancada da nova legenda com a presidenta Dilma. O prefeito também se reuniu com o próprio Lula para discutir o assunto. “Nessas negociações, Lula e Kassab começaram a criar uma afinidade”, diz um parlamentar do PSD. Em uma das visitas ao petista no Hospital Sírio-Libanês, Kassab comunicou a Lula a doação da área. Agora o desafio da entidade do ex-presidente é obter na iniciativa privada os recursos para viabilizar os custos. Uma das alternativas é oferecer a cada patrocinador o nome de uma das salas de exposição.
Dois meses atrás, quando Kassab passou a se insinuar para o PT, Lula estava disposto a refutar o apoio, evitando entrar em rota de colisão com a senadora Marta Suplicy, que rejeita a possibilidade de dividir palanque com o atual prefeito. Há duas semanas, no entanto, a posição de Lula mudou. Até o fim de janeiro, o ex-presidente nutria a esperança de conseguir afastar da disputa paulistana o deputado federal Gabriel Chalita e compor uma chapa com o PMDB em São Paulo. Do hospital, manteve diversas conversas com o vice-presidente, Michel Temer, e com o próprio candidato peemedebista. “O Lula tentou de todas as formas convencer o PMDB e o Chalita a estar conosco ainda no primeiro-turno”, disse um dos principais confidentes de Lula. “Desde o início de fevereiro, no entanto, partiu para outra.” Para convencer os resistentes petistas a uma parceria eleitoral com o PSD de Kassab, Lula tem uma carta na manga. Na semana passada, durante conversa com o prefeito, o ex-presidente desenhou o que chamou de a “chapa dos sonhos”: Haddad, prefeito; Henrique Meirelles, vice. Na opinião do ex-presidente, até os petistas mais radicais de São Paulo não teriam problemas para subir em um palanque ao lado de Meirelles, tido no próprio partido como um dos pilares do sucesso do governo de Lula. Kassab prometeu se empenhar em convencer o ex-presidente do Banco Central a encarar o desafio. A ideia de Lula era ele mesmo ligar para Meirelles na quarta-feira 8. O seu estado físico, porém, não permitiu.
Outra missão encarada como primordial pelo ex-presidente está diretamente ligada à aproximação entre Lula e Kassab: a construção do Memorial da Democracia pelo Instituto Lula. Um museu que, além de contar com o acervo do período do ex-presidente na Presidência da República, apresentará temas que contribuíram para a evolução política do País, como a Anistia e a Constituinte. Cerca de 20 profissionais trabalham no projeto arquitetônico e na curadoria. Entre eles, Gringo Cardia, que participou também do desenvolvimento e da implementação do Memorial Minas Vale, do Museu das Telecomunicações e do Museu da Cruz Vermelha, na Suíça. “Tudo é muito preliminar, pois estamos nos reunindo ainda. Mas posso adiantar que será um espaço multimídia, no qual o público vai interagir com as obras”, conta Cardia. Certo mesmo é que o espaço será erguido em um terreno cedido recentemente pela Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, área degradada no centro da capital paulista marcada pela presença de dependentes químicos e traficantes.
A doação da área em um período pré-eleitoral, no momento em que PT e PSD ensaiam uma aliança na capital paulista, foi fruto de negociações que começaram no primeiro semestre de 2011, conforme apurou ISTOÉ. Por meio de emissários, Lula tinha enviado a proposta de montar o Memorial da Democracia aos governantes da cidade de São Paulo e São Bernardo do Campo e do Estado do Rio de Janeiro. Kassab tomou a frente e passou a reunir-se com Paulo Okamoto, comandante do instituto, depois de regularizar a criação do PSD e se mostrar próximo ao governo em reunião da bancada da nova legenda com a presidenta Dilma. O prefeito também se reuniu com o próprio Lula para discutir o assunto. “Nessas negociações, Lula e Kassab começaram a criar uma afinidade”, diz um parlamentar do PSD. Em uma das visitas ao petista no Hospital Sírio-Libanês, Kassab comunicou a Lula a doação da área. Agora o desafio da entidade do ex-presidente é obter na iniciativa privada os recursos para viabilizar os custos. Uma das alternativas é oferecer a cada patrocinador o nome de uma das salas de exposição.
PARCERIA
Kassab se aproxima de Lula: desconforto no PT paulista
Lula pretende atrair para o Memorial da Democracia acervos de todos os
presidentes que governaram o País após o fim da ditadura e, para isso,
já mandou sinais a José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Atividades
como essa, acima dos partidos em conflito, o encantam. E a força para
realizá-las não deve lhe faltar. Afinal, o Lula que sai do calvário da
luta contra o câncer é, inevitavelmente, um mito revigorado, sem
paralelos na história política brasileira. A vitória sobre a doença,
segundo especialistas em comunicação política ouvidos por ISTOÉ, ampliam
a sua imagem de vencedor junto à população. Para a pesquisadora da
Universidade Federal do Paraná e autora do livro “Lula, do Sindicalismo à
Reeleição, um Caso de Comunicação, Política e Discurso”, Luciana Panke,
o petista se projeta como poucos líderes na figura pública do herói
descrita há mais de meio século pelo americano Joseph Campbell, um dos
maiores estudiosos de mitologia e religiões do mundo. Segundo ele, a
façanha da formação de um mito heroico começa com alguém a quem foi
usurpada alguma coisa ou que sente estar faltando algo entre as
experiências normais permitidas aos membros da sociedade. Essa pessoa,
então, passa a empreender uma série de aventuras que ultrapassam o usual
– com a intenção de recuperar o que tinha sido perdido ou para
descobrir a essência da vida. “Lula faz questão de ressaltar em seus
discursos as dificuldades pelas quais passou e as formas como deu a
volta por cima. Cria, ao mesmo tempo, identificação e admiração entre o
público”, explica Panke. “Provavelmente, esse caso da doença reforçará
ainda mais essa trajetória acompanhada durante seus mais de 30 anos de
vida pública.”
Colaborou Pedro Marcondes de Moura
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