Militantes do PDT que desprezam Carlos Lupi reunidos na Cinelândia prestam homenagem a ex-governador do Rio e Rio Grande do Sul
Stédile lembra da figura de Brizola, de quem se considera também neto
O PDT, o melhor seria dizer, o verdadeiro PDT, que quer a volta às
origens, prestou homenagem ao Governador Leonel Brizola, nesta
terça-feira (22), que se vivo fosse completaria 91 anos. Foi um ato
público tendo como palco a Cinelândia, onde anos atrás pontilhava a
Brizolandia, movimento de militantes brizolistas que se reuniam na
Cinelândia e promoviam intensos debates políticos.
E naquela mesma praça, o próprio Brizola mobilizava milhares de pessoas
em defesa de reformas necessárias para a melhoria de qualidade de vida
do povo e levantava a bandeira nacionalista desfraldada por Getúlio
Vargas e João Goulart.
No ato público que contou com a presença, entre outros, do atual
Ministro do Trabalho, Carlito Brizola, do vereador carioca Brizola Neto e
de outra neta de Brizola, Juliana, que hoje milita como deputada
estadual no Rio Grande do Sul, Arnaldo Murthé, Carlos Alberto de
Oliveira e Paulo Ramos.
Stédile agradece ao governador Brizola
Entre os oradores vale destacar a figura de João Pedro Stédile, da
coordenação nacional do MST, que fez questão de afirmar que se
considerava também neto de Brizola, porque o movimento pela reforma
agrária criado na época do governo Brizola no Rio Grande do Sul (1958 a
1962), o Mast (Movimednto dos Agricultores Sem Terra, era avô do MST.
Stédile lembrou que depois surgiram as Ligas Camponesas e, finalmente,
em 1984, o neto MST, que ele integra.
E apontando para o Ministro Brizola, que o convidou para prestar a
homenagem ao avô, disse em tom enfático que não era só ele, Carlito,
neto de Brizola.
Stédile lembrou também que Brizola no Rio Grande do Sul criou muitas
escolas para quem necessitava e queria estudar. Ele mesmo, Stédile,
admitiu que se não fosse Brizola talvez não conseguisse estudar e seguir
adiante, até mesmo estar presente a este ato.
Importância de fazer política nas ruas
O representante do MST saudou o fato de a homenagem a Brizola estar
sendo realizada em praça pública e se fosse em recinto fechado ele não
viria. Explicou o motivo: “política se faz na rua e não em gabinetes
fechados com ar condicionado onde se produzem políticos medíocres” .
Stédile exortou os militantes do PDT a seguirem as mobilizações nas
ruas, pois desta forma o povo voltará a ser protagonista político.
Como não poderia deixar de ser, Stédile defendeu a reforma agrária, uma
bandeira atual, exortando o Ministro Brizola a conclamar os colegas
ministros reunidos em recintos fechados a não se atemorizarem diante das
exortações em favor da reforma agrária. “Diga e pressione os ministros a
não terem medo de defenderem a reforma agrária”.
No discurso do Ministro Brizola, o orador exortou os presentes a
repudiarem os aventureiros, como Carlos Lupi, que tomaram conta do PDT e
transformaram o partido criado por Brizola em uma legenda de aluguel.
Linchamento midiático e repúdio a uma camarilha
Nos folhetos distribuídos durante o ato público pelos militantes vale
destacar o trecho afirmando que “vimos a mídia desconstruir a imagem do
grande estadista da educação – Leonel de Moura Brizola e o mesmo está
sendo feito em nossos dias com líderes da América Latina que combatem
interesse poderosos, como é o caso de Cristina Kirchner, na Argentina,
enfrentando a mídia oligopolizada, de Hugo Chávez na Venezuela,
revertendo os recuresos do petróleo em favor das maioria pobres, de Evo
Morales, na Bolívia, retomando as empresas privatizadqas, e Rafael
Correa, no Equador, igualmente revertendo as privatizações e combatendo a
mídia concentrada”.
Entre os cartazes podia se ver o que pedia a exclusão de Carlos Lupi do PDT e sua camarilha.
Mário Augusto Jakobskind
No Rede Democrática
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