Do Blog Cidadania - 10/01/2013
A vontade política e eleitoral dos povos da América Latina jamais constituiu empecilho aos arreganhos golpistas de uma elite branca, rica e de extrema direita que infecta a região sob orientação farta e bem-paga desde Washington, e o episódio da prorrogação ou não da posse de Hugo Chávez só faz comprovar tal premissa.
Há semanas que vimos lendo, vendo e ouvindo porta-vozes dos donos da grande mídia pretendendo ministrar ao povo venezuelano lições de como lidar com um valor que aqueles a quem esses mesmos porta-vozes servem tantas vezes conspurcaram em passado não tão distante. Querem, “apenas”, ensinar o país vizinho a exercer a própria democracia.
Tudo porque a vontade eleitoral majoritária jamais impediu que esses mesmos brasileiros que clamam por “democracia” na Venezuela defendessem por aqui que a vontade eleitoral deste povo fosse relativizada por “iluminados” que saberiam melhor do que ele o que é melhor para si.
Nesse episódio do adiamento da posse de Chávez, portanto, em nenhum momento você leu, ouviu ou assistiu a algum articulista, editorialista, comentarista de tevê ou de rádio se dando ao trabalho de perguntar o que o povo venezuelano pensa disso tudo.
A mídia faz isso porque sabe que a lógica induz à premissa de que o que a maioria daquele povo quer é que aquele a quem há poucos meses elegeu não perca o mandato por conta de mera interpretação da constituição que, inclusive, pode ser contestada, pois a premissa primeira de qualquer democracia deve ser a valorização do voto popular.
Se uma maioria de quase oito milhões de venezuelanos (ou 54% do eleitorado daquele país) elegeu Chávez há três meses em uma campanha em que seu estado de saúde foi o principal assunto explorado por seu principal adversário, essa mesma maioria por certo concordará em esperar um pouco mais antes de ver aquele que elegeu perder o mandato.
Esses porta-vozes de multimilionários controladores de grandes e vastas concessões públicas de rádio e televisão ou de veículos impressos nos quais são despejadas arcas incontáveis de dinheiro público, então, desandaram a chamar a Venezuela de “ditadura” porque a Justiça do país levou em consideração a vontade do povo.
Os “barões da mídia” e aqueles porta-vozes, porém, tratam de exercer em seus jornais, revistas, rádios, televisões e portais de internet a mais completa censura a qualquer um que divirja deles como divergiu a maioria dos governos sul-americanos – o do Brasil incluído – no que diz respeito a estar ocorrendo alguma violação da democracia venezuelana.
A Venezuela é, sim, uma democracia. Alguma eleição foi fraudada? Não. Todas, desde 1999, foram referendadas por legiões de observadores internacionais. Ponto.
Se as eleições todas na Venezuela não foram fraudadas, aquele povo continua querendo Chávez. A decisão sobre sua reeleição foi tomada há três meses. Está fresca, firme e forte. Os poderes de lá, portanto, apenas estão respeitando a vontade do povo, ainda que certos “democratas” daqui e de lá não consigam entender.
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Eduardo Guimarães
A vontade política e eleitoral dos povos da América Latina jamais constituiu empecilho aos arreganhos golpistas de uma elite branca, rica e de extrema direita que infecta a região sob orientação farta e bem-paga desde Washington, e o episódio da prorrogação ou não da posse de Hugo Chávez só faz comprovar tal premissa.
Há semanas que vimos lendo, vendo e ouvindo porta-vozes dos donos da grande mídia pretendendo ministrar ao povo venezuelano lições de como lidar com um valor que aqueles a quem esses mesmos porta-vozes servem tantas vezes conspurcaram em passado não tão distante. Querem, “apenas”, ensinar o país vizinho a exercer a própria democracia.
Tudo porque a vontade eleitoral majoritária jamais impediu que esses mesmos brasileiros que clamam por “democracia” na Venezuela defendessem por aqui que a vontade eleitoral deste povo fosse relativizada por “iluminados” que saberiam melhor do que ele o que é melhor para si.
Nesse episódio do adiamento da posse de Chávez, portanto, em nenhum momento você leu, ouviu ou assistiu a algum articulista, editorialista, comentarista de tevê ou de rádio se dando ao trabalho de perguntar o que o povo venezuelano pensa disso tudo.
A mídia faz isso porque sabe que a lógica induz à premissa de que o que a maioria daquele povo quer é que aquele a quem há poucos meses elegeu não perca o mandato por conta de mera interpretação da constituição que, inclusive, pode ser contestada, pois a premissa primeira de qualquer democracia deve ser a valorização do voto popular.
Se uma maioria de quase oito milhões de venezuelanos (ou 54% do eleitorado daquele país) elegeu Chávez há três meses em uma campanha em que seu estado de saúde foi o principal assunto explorado por seu principal adversário, essa mesma maioria por certo concordará em esperar um pouco mais antes de ver aquele que elegeu perder o mandato.
Esses porta-vozes de multimilionários controladores de grandes e vastas concessões públicas de rádio e televisão ou de veículos impressos nos quais são despejadas arcas incontáveis de dinheiro público, então, desandaram a chamar a Venezuela de “ditadura” porque a Justiça do país levou em consideração a vontade do povo.
Os “barões da mídia” e aqueles porta-vozes, porém, tratam de exercer em seus jornais, revistas, rádios, televisões e portais de internet a mais completa censura a qualquer um que divirja deles como divergiu a maioria dos governos sul-americanos – o do Brasil incluído – no que diz respeito a estar ocorrendo alguma violação da democracia venezuelana.
A Venezuela é, sim, uma democracia. Alguma eleição foi fraudada? Não. Todas, desde 1999, foram referendadas por legiões de observadores internacionais. Ponto.
Se as eleições todas na Venezuela não foram fraudadas, aquele povo continua querendo Chávez. A decisão sobre sua reeleição foi tomada há três meses. Está fresca, firme e forte. Os poderes de lá, portanto, apenas estão respeitando a vontade do povo, ainda que certos “democratas” daqui e de lá não consigam entender.
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