Apesar do Marco Civil ser um projeto acima de partidos, originado da sociedade brasileira, amplamente debatido e chegando a um texto final por acordo na Câmara dos Deputados, os senadores do PSDB e DEM estavam "embaçando" para não votar, criando dificuldades.
Os tucanos não queriam se queimar com os internautas, mas queriam fazer oposição sectária para que o Brasil não tivesse ainda um Marco Civil no encontro internacional sobre governança mundial da Internet promovido em São Paulo a partir de quarta-feira (22).
Aécio Neves (PSDB-MG) disse que a votação seria apenas para promover a presidenta Dilma Rousseff no encontro internacional sobre governança da Internet.
O encontro pretende abrir caminho para tratados internacionais que garantam direitos do internauta contra a espionagem ilegal, conforme ocorreu com agências de inteligência estadunidenses, denunciado pelo ex-analista Edward Snowden. Por isso o governo dos Estados Unidos não quer leis como o Marco Civil da Internet brasileiro, e nem que sirva de exemplo para outros países.
Portanto não era para a presidenta se promover, como disse Aécio. A questão é de direitos dos internautas, de soberania nacional e do nosso povo, de altivez na política externa e de protagonismo mundial do Brasil.
O PSDB tem um histórico de ser servil aos Estados Unidos em vez de servir ao povo brasileiro e de fazer uma política externa independente. O comportamento de Aécio confirmou isso.
Lindberg Farias (PT-RJ) tocou o dedo na ferida explicando tudo isso à Aécio no plenário. O tucano ficou enfurecido e partiu para agressões verbais e tentativa de desqualificar o oponente, já que havia perdido o debate político e não tinha mais argumentos para responder.
Houve bate-boca e o senador tucano Mário Couto (PSDB-PA) quis arrumar confusão para tumultuar e salvar Aécio do vexame. Tarde demais. O vexame já estava dado.
Logo em seguida o Marco Civil foi aprovado à noite. Aécio deveria ter ficado no Rio nesta terça-feira para não dar esse vexame.
O vídeo acima sintetiza o que importa. A questão política com "P" maiúsculo que estava em jogo, sem as baixarias de Aécio e Mário Couto.
Em tempo: a discussão completa com as baixarias de Aécio e Mário Couto podem ser vista aqui na TV Senado (Aécio começa a falar a partir dos 7 minutos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário