27 de abril de 2014 | 16:26 Autor: Fernando Brito
O Rodrigo Vianna disse com toda a propriedade: “se adotar a tática do “diálogo” com a mídia e os piores inimigos, o PT – em vez de um passo à frente, com vitórias em Estados importantes – pode colher uma derrota definitiva”.
A edição de O Globo de hoje é um primor do que se ganha achando que haverá critério e rigor de grande imprensa no enfrentamento que ela faz ao projeto nacional-desenvolvimentista que este governo representa.
A matéria sobre o “rombo” do fundo de pensão da Petrobras, provocado pelo crescimento dos gastos administrativos cai com um peteleco, se alguém da Petros ou do Governo quiser responder.
Eu não achei dados atuais, mas como a matéria diz que o desastre começou com Lula, acho que vale ver o que aconteceu nos cinco primeiros anos em que seu governo dirigiu a Petrobras.
Ao final do Governo Fernando Henrique as despesas administrativas somavam quase 12% da receita da Petros. No fim de 2007, esse número havia caído para 8,51%, como você vê no gráfico ao lado.
Não pude apurar o valor atual,pelas limitações de tempo que estou vivendo, por problemas familiares.
Mas obtive o valor acumulado em setembro de 2013: gastos administrativos de R$ 140,55 milhões contra receitas de 2,59 bilhões, que dá uma taxa de 5,43%.
Encontrei também este demonstrativo dos déficits e superávits da Petros ao longo de 40 anos (!!!) e nele você vai ver que o deficit de 3,22% apurado ao final de 2013 não é nada perto do que o fundo já registrou em sua história, como ocorre em qualquer fundo de aplicações financeiras que tem boa parte de seu capital ligado ao mercado de ações.
Como vaza tudo da Petrobras, não se espante em que eu reproduza “cópias controladas”. Não me foi dada por ninguém da Petros, está no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras.
O que aconteceu é que as aplicações, que são pulverizadas em dezenas de bancos e corretoras, tiveram um mau desempenho, como pode acontecer com quem tem quase metade de seus recursos aplicados em ações, sobretudo as da Petrobras, que tiveram desempenho negativo no exercício passado.
Claro que os representantes dos beneficiários do fundo ligados ao pessoal de salários mais altos na Petrobras estão certos em reclamar, porque “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Mas é ridículo falar em déficit explosivo.
É parte, apenas da operação derrubem a Petrobras, como o Miguel mostrou ontem que aconteceu com o tal “saque” milionário de recursos da refinaria de Pasadena, que não passava de uma transferência entre contas diferentes da empresa.
Aliás, a matéria de O Globo é ridícula, para começar, porque reproduz uma reportagem feita há um mês pelo Valor.
Mais ridícula ainda é a postura da Petros e da Petrobras de não responderem de imediato.
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