No partido editorial adotado para a cobertura da Copa do Mundo no
Brasil, o jornal Folha de S. Paulo, repleto de estatísticas, conseguiu
um feito e tanto: errou 100%. No dia 12 de junho, quando o Mundial
começou em São Paulo, a manchete do diário de maior circulação do País
dizia: Copa começa hoje com seleção em alta e organização em xeque. O
que se viu, a partir dali, foi exatamente o contrário da previsão
embutida na chamada principal. Quem estava mesmo sob suspeita era o time
convocado e escalado pelo técnico Felipão, apesar dos elogios em
cascata dos colunistas da própria Folha.
Ao inverso do tom do noticiário de assuntos nacionais, em complemento,
não ocorreu o colapso de infraestrutura projetado pela publicação. O
quadro de manifestações marcadas pelo vandalismo foi ultrapassado pelo
fatos ainda mais forte criados pela esmagadora maioria da população:
festas, confraternizações, imensas reuniões pacíficas. A franca
hospitalidade popular com os estrangeiros, traço que parecia riscado, a
julgar pela escalação dos fatos na régua editorial da Folha, foi o que
mais se viu. Não havia o xeque armado pelo jornal, em articulação com
outros representantes da mídia familiar.
Nesta quarta-feira 9, após a humilhante goleada sofrida contra a
Alemanha, a Seleção de Felipão, até então tratada com todo o zelo
possível pelo jornal, foi, como não poderia ser diferente,
desconstruídas em todo o noticiário esportivo. Mas até a véspera, a
Folha era mais um veículo a praticar o ufanismo de sempre no noticiário
esportivo, combinado com a má vontade frente aos assuntos considerados
'mais sérios'.
No 247
Do Blog CONTEXTO LIVRE.
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