Primeira reunião teve disputa regimental entre governo e oposição, mas
potencial de incomodar pesos-pesados do PSDB é grande; instalada em
sessão comandada por senador Eduardo Suplicy, do PT, comissão pode
revolver acusações de corrupção e distribuição de propinas pelas
multinacionais Alstom e Siemens, em São Paulo, contra tucanos graúdos
como o candidato a vice Aloysio Nunes, o suplente de José Serra ao
Senado, José Aníbal, e o ex-tesoureiro de campanha Andrea Matarazzo;
nova sessão marcada para setembro, antes das eleições; governistas
buscam dar troco a ação da oposição na CPI da Petrobras
247 – Debaixo de uma severa ação do PSDB sobre a CPI da
Petrobras, com desdobramentos na Justiça e no Ministério Público, os
governistas no Congresso conseguiram nesta quarta-feira 6 dar um troco
em outra moeda.
Por obra do senador Eduardo Suplicy, do PT, que presidiu a sessão, foi
instalada a CPI Mista do Metrô, reunindo deputados e senadores para
investigar casos como o escândalo de distribuição de propinas, em São
Paulo, patrocinado pelas multinacionais Siemens e Alston, sobre as
administrações tucanas no governo do Estado.
No vasto noticiário sobre o caso, nomes como o do candidato a vice
Aloysio Nunes, do suplente do candidato a senador José Serra, José
Aníbal, o ex-tesoureiro de campanhas presidenciais do PSDB Andrea
Matarazzo, e até o conselheiro do Tribunal de Contas Robson Marinho.
Não há perspectivas de que, em curto prazo, a nova CPI consiga realizar
depoimentos de suspeitos tão cedo, mas a simples instalação da comissão
deu ânimo aos governistas. O senador Suplicy sustentou um debate
regimental com integrantes da oposição e fez com que fosse eleito para
presidente da CPI o senador João Alberto, do PMDB. Como ele não estava
presente, sua posse e consequente início dos trabalhos ficou marcada
para setembro, a tempo de exercer uma certa influência na eleição
presidencial, a depender do que venha a fazer.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:
Deputados e senadores adiam eleição de presidente e relator da CPMI do Metrô
Brasília/Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil
Após conturbada reunião de instalação, os membros
da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Metrô de São Paulo
decidiram hoje (6) adiar para 2 de setembro a eleição do presidente e do
relator dos trabalhos
Presidida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que era o mais velho
entre os presentes, a reunião foi marcada por diversos questionamentos
regimentais de governistas e oposicionistas. No fim, como o senador João
Alberto (PMDB-MA), que foi indicado pelo PMDB para assumir a
presidência, não estava presente, os parlamentares acharam melhor adiar a
reunião. "Por algum motivo, o senador João Alberto teve que ir para o
Maranhão, e não fica adequado eleger um presidente da sua ausência" ,
explicou Suplicy.
Os parlamentares da oposição, no entanto, criticaram a postura dos
governistas, que tomaram a iniciativa de convocar a reunião de
instalação da CPMI e adiaram a votação para escolha de presidente. "É
uma vergonha. O PT fugiu. O PT, que dizia que queria investigar, escalou
um senador que viajou para o seu estado. Eu fui candidato a presidente,
e ele [Eduardo Suplicy] não me deixou concorrer", reclamou o deputado
Fernando Francischini (SD-PR).
O relator da CPMI do Metrô de São Paulo será o deputado Renato Simões
(PT-SP), que defendeu o adiamento das votações. Ele lembrou que,
historicamente, os partidos com mais cadeiras no Congresso têm a
prerrogativa de indicar o presidente e o relator das CPIs e que, neste
caso, a indicação cabe ao PMDB e ao PT, respectivamente.
"Adiamos para respeitar a prerrogativa do PMDB do Senado, que é o
partido majoritário. O PMDB sofreu a contingência de ter que trocar o
seu nome de ontem para hoje, do [senador Cassildo] Maldaner (PMDB-SC)
para o João Alberto. Nós respeitamos o direito de PMDB de indicar o
presidente. A base do funcionamento desta CPMI é um acordo partidário",
disse.
A CPMI do Metrô deverá investigar denúncias de formação de cartel,
corrupção de autoridades e outros ilícitos nos contratos, licitações,
execução de obras e manutenção de linhas de trens e metrôs em São Paulo e
no Distrito Federal. Embora se trate de obras de governos estadual e
distrital, o Congresso tem a prerrogativa de fazer a investigação porque
foram usados recursos federais.
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