quinta-feira, 4 de março de 2010

IBOPE E VEJA – GATO POR LEBRE

Do e-mail enviado por Leila Brito do Blog Chá.com Letras, que está em Meus Favoritos.

IBOPE E VEJA – GATO POR LEBRE

Laerte Braga

Em 1998, Augusto Montenegro, dono do IBOPE, o braço do grupo THE GLOBE no campo de pesquisas de opinião pública, afirmou a vários jornalistas que se Christóvam Buarque de Holanda não fosse reeleito governador de Brasília, segundo turno, disputa com Joaquim Roriz, ele rasgaria seu diploma de pesquisador.

Christóvam perdeu. Montenegro continua fazendo pesquisas e vendendo empulhação aos brasileiros.

Há alguns atrás o dono do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão, Sílvio Santos, desconfiou das pesquisas do IBOPE em torno dos níveis de audiência das redes nacionais de televisão. Contratou um outro instituto e os desníveis entre os resultados de um e outro eram de tal ordem que, Sílvio Santos denunciou que o IBOPE trabalhava com cartas marcadas, num sistema que consistia em instalar uma aparelhinho em alguns televisores em São Paulo, aparelhinhos esses capazes de determinar que canal estava sendo assistido. As pessoas aquinhoadas com o tal aparelhinho recebiam por isso.

O modo GLOBO de fazer as coisas. Comprar, quando não é possível chantagear ou esfolar.

As últimas pesquisas de opinião sobre índices de audiência das redes de tevê mostram uma queda sistemática da audiência da GLOBO, isso em termos anuais. São perdas constantes. O dado foi relevado, mostrado, pouco discutido, omitido pela empresa, mas um ou outro aspecto importante deixou de ser apresentado. A audiência da GLOBO cai ano a ano, no todo da programação e na média, enquanto aumenta o número de aparelhos desligados.

Tudo isso foi constatado pelo IBOPE. Daí a política de uma programação apelativa, mais ou menos como a rede fez no início de sua trajetória, na procura de um espaço para crescer.

Augusto Montenegro disse que José Collor Arruda Serra está eleito presidente, levando em conta os dados da última pesquisa.

Embuste puro. A simples exibição ou divulgação dos percentuais não mostra a totalidade do significado da pesquisa. Dilma Roussef subiu oito pontos e Serra caiu. Dilma começa a crescer de forma espantosa no Norte, Nordeste e Cetro-Oeste do País, onde bate Serra tranquilamente e registra crescimento na parte européia/norte-americana do Brasil, Sul e Sudeste. Não registra, no entanto, que para vencer as eleições José Collor Arruda Serra precisa, primeiro, vencer batalhas entre seus próprios aliados, temerosos que o candidato continue em queda e não consiga reverter a situação, até levando em conta que Dilma terá tempo maior na tevê.

Boa parte dos políticos regionais do DEM e mesmo do PSDB já deixaram claro que não vão se empenhar pela candidatura de Arruda Serra, mas salvar suas próprias peles.

E há o fator Minas Gerais. O segundo maior colégio eleitoral do País é um desafio para Arruda Serra (careca e carequinha). As desesperadas tentativas de seduzir o governador Aécio Neves para aceitar ser vice do paulista podem produzir efeito contrário. Boa parte do eleitorado mineiro começa a se deslocar da intenção de voto em Arruda Serra para o voto em Dilma. Se Aécio aceitar o acordo transforma-se numa barata que vai ser esmagada no dia seguinte ao da eleição. Se não aceitar sobrevive e para sobreviver já percebeu que precisa dar as costas a Arruda Serra. É briga de foice no escuro como se diz em Minas.

Para vencer, Arruda Serra precisa ter pelo menos 70% dos votos em São Paulo, o que parece improvável (nem vai mais às ruas temendo vaias) e ganhar em Minas com boa diferença (outra dificuldade). Setores do próprio DEM mineiro já disseram que vão com Aécio e ir com Aécio significa não ir com Serra. Pelo menos até agora.

O crescimento da candidatura Dilma Roussef no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País faz com que candidatos a deputado estadual, deputado federal e senador (duas vagas) nos estados dessas regiões comecem a falar “não vou carregar um caixão”, aludindo à candidatura Arruda Serra. O candidato da Casa Branca perde nos três maiores contingentes eleitorais do Nordeste, Bahia, Pernambuco e Ceará.

Outro complicador e dos grandes, é o Rio Grande do Sul. Estado de forte presença das forças de direita e um perfil eleitoral complicado, eleições sempre apertadas, Arruda Serra enfrenta o problema Yeda Crusius. A governadora, até agora, não desistiu de ser candidata à reeleição, vive as mesmas dificuldades que Arruda (só não está presa, mas a hipótese não pode ser descartada) e o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, tem todas as chances de ser o próximo governador. É um expressivo contingente eleitoral em termos de Brasil. A candidatura de Dilma Roussef cresceu no estado.

O ex-governador Olívio Dutra (seria o candidato ideal do PT) deve disputar o Senado e levar uma das vagas, o que agrava, mais ainda, as dificuldades de Arruda Serra.

Daí o empenho de Augusto Montenegro em tentar criar um fato consumado, a vitória de Arruda Serra, tal e qual fez diversas vezes não no seu papel de presidente de um instituto de pesquisas, mas de um braço do marketing tucano/DEM, sob a batuta da REDE GLOBO, principal cabo eleitoral de Arruda Serra.

Como coadjuvante a revista VEJA sai neste fim de semana com a ministra Dilma Roussef na capa. Dá conta de sua aceitação no PT, enquanto resvala nas análises para o jogo sujo sobre o passado de Dilma. Ter sido guerrilheira.

Nem uma palavra sobre Arruda Serra ter sido presidente da UNE, pertencer a grupos radicais de esquerda e quando preso no Chile, ter sido salvo (seria executado no estádio Nacional) por interferência direta do embaixador brasileiro (época da ditadura), a pedido de seu amigo Fernando Henrique Cardoso. FHC àquela época era o falso exilado. Vendia o peixe da esquerda para o distinto público, recebia dinheiro norte-americano da Fundação Ford e gozava de todas as regalias de “general” Anselmo. Ou seja, figura comprada pelos que controlavam e controlam ainda boa parte das forças armadas brasileiras (os norte-americanos).

As afirmações de Montenegro, a capa de VEJA e o conteúdo da matéria sobre Dilma dão a dimensão do que a candidata do PT vai enfrentar no curso da campanha eleitoral. A sórdida campanha de dossiês e “caravanas da cidadania” globais, que englobam toda a grande mídia brasileira, na tentativa de eleger a qualquer custo o candidato da Casa Branca, José Collor Arruda Serra.

Se FHC é um pobre coitado que vive hoje o dilema de não ser nada, apenas ex, o político brasileiro mais rejeitado (mais que Maluf por exemplo), José Collor Arruda Serra é o que há de mais repugnante em matéria de político e repulsivo como pessoa.

Quando João Pedro Stédile, numa entrevista lúcida durante o Fórum Social Mundial falou da necessidade de “reflexão” sobre o momento político sobre o Brasil, não estava dando nenhum passo atrás como pretendem setores irracionais da esquerda do quanto pior melhor (a política das pequenas seitas partidárias e do movimento social).

Eleições não vão transformar o trabalhador brasileiro em senhor do seu destino. Nem vão promover as mudanças necessárias para que o Brasil seja um gigante de pé sem riscos de retrocesso.

Mas José Collor Arruda Serra é um retrocesso e por isso mesmo João Pedro disse que o MST é “contra Serra”, quando perguntado se o movimento era a favor da candidatura Dilma Roussef.

IBOPE e VEJA como que deram a partida na mídia do processo eleitoral. A preliminar. O gigante do “negócio”, da “mentira” ainda vai entrar em campo, está no aquecimento, falo da REDE GLOBO.

Quem quiser ver a íntegra da pesquisa do IBOPE, as entrelinhas que a turma esconde, é só dar um pulo em

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=124420&id_secao=1

Que num trabalho de Bernardo Joffilly vai encontrar tudo explicadinho, os dados reais do próprio IBOPE (pesquisas são registradas de acordo com a lei) que desmentem o presidente do IBOPE. Lá tem até mapinha com os dados do IBOPE.

O que é redundância. Desmentir Montenegro. Não fala a verdade e nem sabe o que isso.

A propósito, o distinto cidadão já procurou saber a historinha real do controle remoto no Brasil? Do empenho de Roberto Marinho junto aos ditadores para que o aparelhinho fosse proibido durante um largo período por aqui para evitar exatamente que o telespectador não tivesse que levantar para trocar de canal? Ou seja, aceitar resignado a GLOBO?

E o cara era chamado de paladino do progresso. Mas só dele.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gracias,
Ya he visitado su Blog y ahora soy más uno seguidor.
Tambien he echo uno comentário en el Blog BALA, con muchas bonitas fotos.
Buenas nochees y hasta pronto.
Abrazos,
Saraiva