quarta-feira, 16 junho, 2010 às 14:32
Claro que isso não vira matéria na imprensa carioca, muito menos na Globo. Foi a Folha quem acabou publicando que o crescimento do mercado de habitação no Rio de Janeiro – antes com grande peso das construções de alto padrão – teve um enorme aumento com a alta de renda da população – que, segundo o jornal, “fez renascer uma classe média baixa emergente” – , a ampliação do crédito imobiliário dos bancos públicos e privados e, sobretudo com o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal.
A matéria fala da elevação dos preços cobrados pelos terrenos em bairros dos subúrbios e da periferia, onde chegaram a dobrar de preço,por conta da demanda para edificação de casas e prédios. E fala do impulso que isso deu à construção de imóveis em áreas antes esquecidas.
“Alvos de favelização e esvaziamento econômico, bairros da zona norte do Rio de Janeiro voltaram a receber, nos últimos anos, lançamentos imobiliários após quase três décadas.
Fora do mapa das construtoras, locais como Vila da Penha, Benfica, Parada de Lucas, Madureira, Pavuna, entre outros, ganharam empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida.
“Já havia a tendência, mas o programa acelerou muito os lançamentos no subúrbio”
O jornal dá uma prova de que o combate à favelização parassa por aí, pela oferta de moradia acessível. ” Começam a surgir grandes empreendimentos às margens das favelas . Com o subsídio do programa, elas (as pessoas) podem sonhar em sair das comunidades”, diz o gerente de uma construtora.
Uma pequena matéria conta a história da autônoma Cristina Silva de Araújo, de 41 anos, que morava numa área invadida e está comprando um apartamento financiado da Caixa Econômica, pelo programa Minha Casa, Minha Vida. É ela que, orgulhosa, olha as obras na foto que ilustra este post.
O que a Cristina está olhando ali não são derivativos, ações, fundos de aplicação. É algo livre da “volatilidade” do mercado, do sobe e desce da Bolsa, do vai e vem do câmbio.
É um prédio, é sua casa, é sua vida.
É o que desespera o pessoal do Brasil da roda presa e da grana solta.
Porque eles sabem que este é o verdadeiro Brasil que pode mais, não aquele que podia cada vez menos, o que FHC e Serra dirigiram por oito anos.
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