O resultado do IBOPE transformou a festa de São João do tucanato num bombardeio interno, no qual não faltam fogueiras expiatórias. Nelas ardem estratégias, estrategistas, dissimulações, vaidades, aspones e marketeiros que não entregaram o que prometiam: seis pontos de vantagem –alguns cogitaram até 12 pontos— sobre Dilma, após a propaganda intensa do candidato no mês junino, quando foi vedete nos programas de PSDB, PPS e PTB, sem falar de uma chuva de prata de inserções publicitárias. O foguetório revelou-se pó de traque na aferição do IBOPE, que trouxe Dilma na dianteira com cinco pontos de vantagem sobre o candidato do conservadorismo brasileiro. O fracasso do plano junino abriu uma temporada de vale-tudo na coalizão demotucana. Nesta 4º feira em SP, uma reunião de emergência do tucanato discute a crise em SP. Pelos jornais, estrategistas ressentidos com o conhecido menosprezo do candidato por idéias alheias, como o sociólogo Alberto Almeida [hoje, no Estadão], espinafram Serra e vaticinam sua derrota, sugerindo que a grande vantagem de Dilma é a soberba do tucano. Fernando Henrique 'confidencia' igual temor a colunistas, vingando-se da recusa original do amigo em assumir o figurino anti-Lula preconizado por ele. O pedágio cobrado pelos aliados para apoiar um pato manco tende a aumentar e a escolha do vice pode gerar defecções e dissidências. Em resumo, a três meses do pleito, Serra queima como batata-doce eleitoral e por ela ninguém mais bota a mão no fogo.
(Carta Maior; 24-06)
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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