sexta-feira, 25 junho, 2010 às 20:20
Fiquei indignado com uma chamadinha de capa de O Globo hoje, sobre o lançamento do navio “Celso Furtado”, ao qual estive presente, ontem, no Ri. Não é apenas infeliz e desrespeitoso com um dos brasileiros mais respeitados, tanto pela sua qualidade como economista quanto por sua paixão pelo desenvolvimento brasileiro, mas nada tem a ver com a história que, muito corretamente, a repórter Danielle Nogueira conta lá dentro, na página 31 do jornal.
O que ocorre é o seguinte: a única fabricante de chapas de aço na espessura exigida em petroleiros no Brasil é a Usiminas, empresa privatizada no Governo Collor – e com apoio de O Globo - que aumentou e parece que pretende aumentar mais o seu preço. Não há outra empresa nacional que fabrique este material, enquanto não entrar em operação a Siderurgica do Atlântico, aqui no Rio, que terá uma unidade de chapas pesadas.
A Petrobras supervisiona as compras de aço pelos estaleiros, para que o preço do material não torne demasiadamente cara a produção das embarcações e assim se inviabilizar a sua construção no Brasil.
Não temos outras usinas capazes de produzir estes aços pesados porque quem poderia investir nisso, que é a Vale, não apenas compra navios lá fora como se recusa a investir mais na siderurgia. Mas, pelo menos, estamos fazendo aqui os navios, que os tucanos compravam todos no exterior.
O Celso Furtado é um navio brasileiro, feito por brasileiros e batizado com o nome de um grande brasileiro. E se parte – só parte - do seu aço vem da China, feito talvez com o minério brasileiro é porque gente que não ama este país, mas é adorada pelo O Globo, tem privatizado e atrasado a siderurgia brasileira.
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