A degradação moral de José Serra é um fato chocante. O candidato que era apresentado como o melhor que o PSDB poderia ter, como experiente e capaz de fazer um bom governo e com posições políticas que até o aproximariam da esquerda, revela-se a cada fato do atual processo eleitoral um homem desprovido de pudores em disseminar o que de pior a política pode ter: as mentiras, o jogo rasteiro e a falta de ética.
Já escrevi aqui que de Serra não resta nada do que foi no passado. O tucano despreza valores que todo homem de bem deve ter, independente de suas profissões e atividades. Com isso desperta tristeza a até piedade de quem já esteve a seu lado em certas lutas políticas.
O presidente Lula traduziu esse sentimento que percorre parte da classe política ao comentar as recentes declarações de Serra, procurando endossar o que foi dito de forma leviana por seu vice, outra de suas irresponsabilidades.
“Eu fico triste quando eu vejo um homem da história do Serra dizer que o PT é ligado às Farc, eu fico triste. Porque o mínimo que eu esperava do Serra é que ele respeitasse o PT. Porque o Serra sabe que a gente tem afinidade histórica, a gente pode ter divergência político-ideológica agora, mas ele jamais poderia dizer uma insanidade dessa contra o PT, jamais”, afirmou Lula, como reproduz a Folha de S. Paulo.
Não há dúvidas de que o que pode ter havido de afinidade, no final da ditadura, quando Serra ainda guardava algum respeito pela vontade popular, é parte do passado. Não dá para esperar mais nada de um homem que age com cinismo, agressões e mentiras sem que qualquer objeção moral ou ética o mantenha no debate democrático.
Serra não faz campanha, não apresenta propostas e não diz verdadeiramente o que pensa. Descarta todos os questionamentos que lhe são apresentados como “trololó”. Serra, hoje, calunia, difama, injuria, desqualifica.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal gaúcho Zero Hora, Serra repete falsas acusações, assume despudoradamente realizações que não são suas e acusa o PT de ter “montado um grupo de dossiê sujo” , apontando o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, como o coordenador da iniciativa. Tudo sem provas, no estilo reacionário e fascista deste tipo de acusação.
Pimentel disse que Serra ultrapassa “os limites da responsabilidade de quem se declara um homem público experiente e preocupado com as questões maiores do Brasil”, e prometeu ir à Justiça contra o tucano.
Acho que não há outro caminho. Se Serra mostra que não está na campanha para debater política e sim para desqualificar os adversários, a melhor maneira de enfrentá-lo é nos tribunais. Só lá será obrigado a apresentar provas de suas acusações e ser punido da forma que merece.
Que lhe venha, quando a lenta roda da Justiça se mover, a punição legal. A política chegará antes, no dia 3 de outubro, quando as urnas reduzirem Serra à estatura ínfima a que ele próprio se apequenou.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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