“A candidata Dilma Rousseff estreou nesta segunda-feira (9) a rodada de entrevistas com os principais candidatos presidencias na bancada do principal telejornal da Globo, o Jornal Nacional, e se saiu muito bem. Confiante, elegante e bem treinada para dialogar com as câmeras e os entrevistadores, nem parecia a nervosa Dilma do debate na Bandeirantes.
Cláudio Gonzalez, Vermelho.org
Em recente entrevista à revista IstoÉ, o presidente Luis Inácio Lula da Silva disse que quando conheceu Dilma percebeu que estava diante de um "animal político não trabalhado". Era um elogio. Hoje, após ver a performance da ministra na entrevista do Jornal Nacional, Lula certamente deve estar convencido de que agora está diante de uma "fera política trabalhada" e preparada para encarar o desafio de disputar e vencer a corrida presidencial.
O casal global Willian Bonner e Fátima Bernardes, no papel de entrevistadores, passaram menos segurança do que a entrevistada. Bonner chegou a ser grosseiro com Dilma em alguns momentos. Mesmo assim, a ex-ministra não perdeu a tranquilidade, nem deixou-se pegar em eventuais saias justas como a que Bonner tentou criar ao citar o apoio de "aliados incômodos" como Collor, Renan Calheiros e Jader Barbalho à candidatura petista.
Apesar de demorar um pouco para entrar propriamente no tema, Dilma conseguiu deixar claro que "a ampla aliança" que o presidente Lula construiu foi o que permitiu que se aprovassem medidas que possibilitaram o sucesso de seu governo. “O PT percebeu que governar um país com a complexidade do Brasil implica necessariamente na capacidade de construir uma aliança ampla", disse Dilma. A candidata ainda frisou que foram alianças onde os aliados é que se submetiam às diretrizes do governo e não o contrário.
O release do JN sobre a série de entrevistas já avisava que as sabatinas iriam abordar "pontos polêmicos de cada candidatura". E Dilma pareceu preparada para encará-los. Mas apenas a pergunta sobre os aliados tratou de tema realmente polêmico, as demais serviram de gancho para Dilma expor as muitas realizações do governo Lula.
Ela respondeu a perguntas dos entrevistadores durante 12 minutos. A primeira pergunta feita por Bonner à candidata foi quase um presente para Dilma mostrar que, para além de sua "falta de experiência em eleições", ela tem muita experiência administrativa acumulada. A candidata mencionou todas funções públicas importantes que ocupou desde a Secretaria de Planejamento da prefeitura de Porto Alegre, até a chefia da Casa Civil da Presidência da República. "Eu considero que eu tenho experiência administrativa suficiente [para governar o país]. Mais do que isso, eu conheço o Brasil de ponta a ponta, conheço os problemas do governo brasileiro”, garantiu. E aproveitou para reafirmar sua ótima relação com o presidente Lula. “Fui o braço direito e esquerdo dele nesse processo de transformar o Brasil em um país diferente, que cresce, que distribui renda”, afirmou.”
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