De olho na nova classe média, principal responsável por impulsionar a atual demanda por imóveis residenciais no país, construtoras estão agregando diferenciais antes inexistentes nos empreendimentos populares.Alguns "luxos" antes encontrados apenas em condomínios voltados para as classes A e B começam a fazer parte dos projetos que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida.
De piscina, campo de futebol e quadras esportivas, nos projetos mais simples, até salas para "garage band", "home cinema" e academia, naqueles mais sofisticados.A cereja do bolo, porém, é o apartamento dúplex, que já ganha espaço nos empreendimentos populares.
"É um público que também está mais exigente, quer qualidade de vida e viver com segurança", afirmou Rodrigo Saccarelli, diretor da Vitta Residencial.Em Ribeirão Preto (313 km de SP), a incorporadora de Saccarelli lançou em março seu primeiro projeto com coberturas enquadrado no Minha Casa, Minha Vida . Os 36 dúplex, de 91 m2 cada um, foram vendidos por R$ 125 mil em 45 dias.
O professor de educação física José Roberto Facchini, 32, foi um dos compradores. "Para se enquadrar no Minha Casa, Minha Vida, o imóvel às vezes é muito pequeno. A cobertura tem um espaço bem melhor", disse.Com renda mensal de R$ 2.000, ele conseguiu entrar no programa federal de habitação e ser beneficiado por juros mais baixos.
Quando não são as coberturas, os opcionais estão presentes nos projetos voltados para a classe média. A construtora MRV disse que tem procurado incrementar seus projetos com espaços diferenciados, segundo a região.Em áreas de clima quente, como regiões litorâneas e no Nordeste, as piscinas viraram acessórios obrigatórios.Já em São Paulo e Belo Horizonte, projetos contam com salas de música, academia e espaço gourmet.
"As pessoas querem evitar o deslocamento dentro dos centros de maior trânsito", disse a gestora de projetos da MRV, Juliana Furiati Lopes Siqueira, sobre as "exigências" da classe média.
Casados há dois anos, Miriam Silva Gonçalves, 24, e Eliezer Gonçalves, 27, estavam na piscina do condomínio Regalle, da MRV, em Ribeirão, na terça passada.Eles trocaram o aluguel pelo apartamento próprio em janeiro. Na compra, foram beneficiados pelo programa de habitação federal -subsídio de R$ 17 mil- e disseram que a existência dos espaços de lazer pesou na escolha.
A MRV fechou 2010 com 277 canteiros de obras em 90 cidades do país. No primeiro trimestre de 2011, 85% das vendas foram elegíveis ao Minha Casa, Minha Vida.
TETO
Um facilitador para que projetos mais sofisticados pudessem ser incluídos no programa de habitação popular foi a elevação do teto de enquadramento, ocorrida em fevereiro deste ano.
O teto para imóveis nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil.Em cidades com mais de 1 milhão de habitantes, o valor passou de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Nos municípios que têm entre 250 mil e 1 milhão de habitantes, foi de R$ 100 mil a R$ 130 mil.Já naqueles com entre 50 mil e 250 mil moradores, foi de R$ 80 mil para R$ 100 mil.Na Folha
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