segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SECOM deveria contratar a Nielsen. E deixar o Ibope para a Globo

Saiu na Folha (*), na primeira página:

“Ibope ganha rival: americana Nielsen medirá audiência no Brasil”

A Nielsen é uma das maiores empresas de medição de audiência do mundo.

O Ibope detém o monopólio da audiência em tevê no Brasil desde 1988.

(Vinte e três anos.

O Chacrinha ainda não tinha pança.)

Todas as redes de TV, segundo a Folha (*), já conversaram com a Nielsen.

Menos uma.

Qual, amigo navegante ?

A Globo !

Navalha

O Conversa Afiada não acredita em pesquisa de opinião pública que pretende, com treze anos de antecedência, descobrir quem vai ser o Presidente.

(Nessas pesquisas, treze anos antes, o candidato Cerra se dá invariavelmente bem.)

Treze anos, um ano, seis meses, um dia.

O Conversa Afiada não acredita em pesquisas pré-eleitorais num país dominado por dois institutos ligados a notáveis órgãos do PiG (**) – o Globope e o Datafalha.

O ansioso blogueiro trabalha em televisão em não acredita também nas pesquisas do Globope para medir audiência de televisão.

Várias vezes, quando o programa Domingo Espetacular da Record – em que trabalha – se aproxima ou passa a Globo, o Globope cai.

A leitura minuto-a-minuto dá pau e reaparece meia hora depois numa situação muito mais confortável para a Globo.

Coincidência, provavelmente.

A Globo é o maior comprador do Globope.

O Globope dá a impressão de medir a audiência em meia dúzia de apartamentos da rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, São Paulo, e pretender que eles representem o Brasil.

O gosto de São Paulo é o gosto de Caruaru, Pernambuco.

Pode, amigo navegante ?

É assim que funciona a indústria da publicidade no Brasil.

O Globope diz qual a audiência da Globo, as agências de publicidade acreditam, veiculam na Globo e, quanto mais veiculam mais bonificação (em dinheiro) recebem da Globo.

É a chamada “bonificação por volume”, o BV, que vai para as agências de publicidade e, não, para os clientes.

Se fosse no Hemisfério Norte isso dava cadeia.

Uma indústria baseada no Globope e no BV.

Viva o Brasil !

Uma indústria em que a Globo, com 50% da audiência, detém 70, 75% da verba de publicidade.

Como se explica, amigo navegante, a diferença entre os 50% de audiência e 75% da grana ?

Com o BV, amigo navegante.

O BV que o Globope lambuza de mel, minuto-a-minuto (menos quando o DE se aproxima do Fantástico).

O Conversa Afiada defende também a tese de que o Governo Federal deveria ter um “IBGE” para medir audiência.

O Governo Federal e suas empresas – Caixa e Banco do Brasil, por exemplo, dois de muitos anunciantes deste modesto e ansioso blog – são dos maiores anunciantes do Brasil.

Quem garante que a Globo entrega os X% de audiência que vende à Caixa ou à SECOM ?

A SECOM compra X% da audiência por R$ Y.

Quem garante que os R$ Y compraram, de fato, X% da audiência ?

O Globope !

Bingo !

Por isso, mais uma vez, o Brasil deveria imitar a Argentina.

Depois da Ley de Medios, do “Futebol para Todos” (e não só para o Clarin), dos generais na cadeia, da demissão dos ministros do Supremo nomeados por Menem etc etc etc, a Argentina também tirou a exclusividade do Ibope, o mesmo Ibope o Globope brasileiro.

E a SECOM da Cristina Kirchner criou o seu instituto medidor de audiência.

Exatamente porque o Ibope dos jogos do Argentina tinham a audiência 100% no Clarin e, depois que a Cristina comprou os direitos “para todos”, a audiência caiu para 1%.

Com a intervenção da Cristina – essa Cristina … – o “Futebol para Todos” voltou a ter a audiência que tinha no Clarin (Globo).

O Conversa Afiada acredita que a SECOM deveria ter o seu “IBGE” de audiência de televisão.

Aí, seria interessante.

“IBGE”, Nielsen e Globope.

O Cade ia adorar !

E ia ser uma confusão na indústria da publicidade !




Paulo Henrique Amorim

Do Blog CONVERSA AFIADA.

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