Assim reagiu o governador do Distrito Federal à informação de que um
grampo da Polícia Federal o associaria ao bicheiro Carlos Cachoeira;
nele, o sargento Dadá fala com o contraventor sobre um possível encontro
com um certo 01
Brasil 247 – O governador do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz, reagiu com indignação à reportagem do Estado de S. Paulo que
acaba de ser publicada e o associa ao bicheiro Carlos Cachoeira. O
indício, segundo o Estadão, seria um grampo da Polícia Federal, entre
Cachoeira e o sargento Dadá, onde ambos falam sobre um encontro com um
certo “01”. “Isso é mais uma fantasia; mais uma mentira descabida; meu
nome não aparece e não é citado. Dizer que esse tal 01 sou eu é tão
insustentável quando dizer que o 01 é o papa. É uma tentativa de
arrastar o meu partido para esta crise”, disse Agnelo ao 247.
Ontem, o chefe de gabinete de Agnelo, Claudio Monteiro, pediu
afastamento do cargo, porque seu nome também foi associado ao do
bicheiro Carlos Cachoeira. O governo do Distrito Federal buscou adotar a
chamada “solução Hargreaves”, a exemplo do que Henrique Hargreaves,
ex-ministro da Casa Civil de Itamar Franco, fez em 1993, quando foi
acusado de irregularidades. Saiu do cargo, provou sua inocência e
retornou.
Leia aqui a reportagem do Estado de S. Paulo que associa Agnelo a Cachoeira.
Leia ainda, abaixo, o comentário de Hélio Doyle, colunista do 247, sobre o afastamento de Claudio Monteiro:
Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, fez o
que tinha de fazer: exonerou-se do cargo diante das suspeitas levantadas
contra ele. A atitude não significa reconhecimento de culpa, muito
menos que ele seja culpado. Até porque o que foi apresentado até agora
não comprova cabalmente que Monteiro tenha realmente participado de
falcatruas no governo do Distrito Federal. Há apenas indícios, sérios,
que têm de ser apurados.
Essa é a atitude que deveriam tomar (e que deveriam ter tomado) todas as
autoridades acusadas de cometer irregularidades. O afastamento evita
que o governo seja contaminado pelas denúncias e reduz o ímpeto da
imprensa. Ao mesmo tempo, mostra que o acusado não teme as investigações
e abre mão do foro privilegiado que tem como ministro ou secretário de
estado.
Caso nada seja comprovado contra Monteiro, o governador pode chamá-lo de
volta, como o presidente Itamar Franco fez com seu chefe da Casa Civil,
Henrique Hargreaves. O exemplo de Hargreaves deveria ser o modelo para
os ministros de Dilma, mas até agora todos os acusados se aferraram aos
cargos e só foram afastados depois de enorme desgaste público.
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