O site do jornal O Globo alterna manchetes garrafais que antecipam o
funeral político de Demóstenes Torres, até há bem pouco tempo um
parceiro, digamos assim, do jornalismo imparcial chancelado pelos
Marinhos. A revista Veja, cuja afinidade de propósitos com Demóstenes,
segundo consta, poderá ser aferida pela intensa troca de telefonemas
entre a alta direção de sua sucursal, em Brasília, e o senador dublê de
bicheiro, trata agora o amigo como um defunto contagioso, cujo enterro
não pode tardar.
O Estadão, para arrematar, refere-se a 1964 - que ajudou a eclodir - como 'o golpe' de 64. Sintomático, a renovação do vocabulário se dá justamente na cobertura do cerco promovido por estudantes a integrantes da ditadura que comemoravam o golpe no Clube Militar, no Rio.
Tempos interessantes. Se vivo, possivelmente o coronel Tamarindo, protagonista da Guerra dos Canudos (1896-1897), repetiria aqui a frase famosa: 'É tempo de murici (*uma fruta da caatinga), que cada um cuide de si'. O bordão símbolo da debandada teria sido proferido pelo coronel Pedro Nunes Tamarindo ao constatar a desarticulação total das tropas no ataque a Canudos, após a morte do comandante Moreira César.
Decorridos 48 anos do golpe militar de 1964, o conservadorismo brasileiro vive, sem dúvida, uma deriva decorrente da implosão da ordem neoliberal no plano externo e de três derrotas presidenciais sucessivas para o PT. Não tem projeto, não tem lideranças - Demóstenes pretendia ser o candidato em 2014; Serra é contestado entre seus próprios pares, como se viu na prévia do PSDB, em SP. É tempo de murici.
De volta, e afiado, Lula sintetizou bem esse período, personificando-o no declínio do eterno candidato tucano: 'Serra é o político de ontem; com idéias de anteontem'. Mas as safras passam. Cabe ao governo, e às forças progressistas, ocupar o vazio com respostas que não sejam apenas a mitigação daquilo que os derrotados fariam, se não estivessem cada qual cuidando de si.
O Estadão, para arrematar, refere-se a 1964 - que ajudou a eclodir - como 'o golpe' de 64. Sintomático, a renovação do vocabulário se dá justamente na cobertura do cerco promovido por estudantes a integrantes da ditadura que comemoravam o golpe no Clube Militar, no Rio.
Tempos interessantes. Se vivo, possivelmente o coronel Tamarindo, protagonista da Guerra dos Canudos (1896-1897), repetiria aqui a frase famosa: 'É tempo de murici (*uma fruta da caatinga), que cada um cuide de si'. O bordão símbolo da debandada teria sido proferido pelo coronel Pedro Nunes Tamarindo ao constatar a desarticulação total das tropas no ataque a Canudos, após a morte do comandante Moreira César.
Decorridos 48 anos do golpe militar de 1964, o conservadorismo brasileiro vive, sem dúvida, uma deriva decorrente da implosão da ordem neoliberal no plano externo e de três derrotas presidenciais sucessivas para o PT. Não tem projeto, não tem lideranças - Demóstenes pretendia ser o candidato em 2014; Serra é contestado entre seus próprios pares, como se viu na prévia do PSDB, em SP. É tempo de murici.
De volta, e afiado, Lula sintetizou bem esse período, personificando-o no declínio do eterno candidato tucano: 'Serra é o político de ontem; com idéias de anteontem'. Mas as safras passam. Cabe ao governo, e às forças progressistas, ocupar o vazio com respostas que não sejam apenas a mitigação daquilo que os derrotados fariam, se não estivessem cada qual cuidando de si.
Um comentário:
Cumpadi Saraiva,
Hômi, eu digitei a palavra "murici" de forma errada... rsrs Ajeite aí... rsrs
Abs!
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