Sem querer, "passou recibo" (como se diz no popular) sobre uma suposta "arrecadação de R$ 150 mil para tentar evitar a publicação da matéria pela revista Veja", pois o autor dessa denúncia é o mesmo Geraldo Nascimento de Andrade citado por Azevedo.
Se a intenção da Veja era tirar o caso Policarpo-Cachoeira de pauta, atirando em Agnelo, o resultado foi um tiro de canhão no pé.
Para entender detalhadamente o caso, repetimos o post publicado aqui em
primeira mão, em outubro de 2011, mas que continua mais atual do que
nunca:
R$ 150 mil para evitar publicação de matéria na revista Veja - revela o Estadão
Em primeira-mão no Blog Os Amigos do Presidente Lula em 23/10/2011 as 17:28hs
Sem querer o jornal Estadão jogou a revista Veja no caldeirão de suspeitos de cobrar R$ 150 mil para silenciar sobre encândalos.
Foi nesta matéria, onde o alvo era Agnelo Queiroz, mas se a Polícia Federal investiga as conexões políticas no caso, agora não pode deixar de fora as investigações sobre a revista Veja, para averiguar se a revista não estaria participando da partilha do dinheiro da máfia que fraudou convênios com o Ministério do Esporte.
Eis o trecho do Estadão onde "entrega" a revista:
Geraldo Nascimento contou à Polícia Civil que na reunião foi debatida uma forma de arrecadar R$ 150 mil para tentar evitar a publicação da matéria pela revista Veja, baseadas nas acusações feitas por Michael. A matéria foi publicada em abril de 2008. Discutiriam também o que fazer com o delator.
Clique nas imagens para ampliar
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,motorista-reafirma-reuniao-entre-agnelo-e-ongs,788930,0.htm |
É preciso advertir que estas acusações, como as outras, são frágeis, muita coisa baseada apenas em depoimento sobre a tal reunião, na base do "ouviu falar", do "fiquei sabendo". O depoente sequer diz que participou, nem que testemunhou. Além disso ele está envolvido no desvio das verbas e participou da campanha da família Roriz em 2010. Então todo cuidado é pouco.
Mas o fato é que a revista Veja publicou uma matéria na edição 2057 de 23 de abril de 2008, com o referido Michael atacando Agnelo.
Agnelo é o alvo das acusações na revista nesta matéria, o que evidencia que ele não pagou propina à revista para não ser atacado.
Isso poderia ser evidência a favor da revista, porém...
... nenhuma linhazinha sobre o PM João Dias. O nome dele nem é citado. E, em outros jornais, Michael o acusa de o ter ameaçado e até quebrado o pulso.
A revista saiu no sábado, dia 19 de abril de 2008.
Dezenove dias antes, no dia 01 de abril, o PM João Dias fora preso na Operação Shaolin, como comprova esta matéria do Correio Braziliense:
Por que a Veja fez silêncio sobre a Operação Shaolin e sobre o PM, e só atacou Agnelo?
E não foi apenas nesta edição 2057. Não há registro nas buscas dos arquivos digitais da revista (arquivo completo com todas as edições) sobre a Operação Shaolin, nem da prisão do PM. Seu nome só aparece nas páginas da revista agora, em outubro de 2011.
O povo quer saber:
1) A revista (ou alguém da revista) recebeu ou não propina de R$ 150 mil do PM João Dias, para não publicar denúncias contra ele?
2) Qual o pacto da revista Veja com o PM João Dias, para esconder todos os escândalos que ele está envolvido desde 2008, e só citá-lo agora quando ele quis aparecer como "denunciante"?
Um comentário:
E tem mais. O Reinaldo Azevedo já disse para turma do uisque, que se a coisa estourar nas mãos dele, tem muita munição guardada contra seus chefes. O reizinho está de piléque quase todas as noites. O pessoal da alta direção não o acha mais confiável. Seu nome é o mais citado na rádio corredor da Abril.
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