Embora tenha apoio majoritário no Senado, presidente reeleito governará com Câmara republicana
Na madrugada desta quarta-feira (07/11), o democrata Barack Obama não
apenas foi reeleito presidente dos Estados Unidos com a maioria popular
do país como também recebeu a notícia de que governará com apoio
majoritário do Senado.
Embora na Câmara dos Representantes (instância legislativa equivalente à
Câmara dos Deputados brasileira) republicanos tenham conquistado mais
de 50% dos assentos, no Senado a conjuntura se inverte e democratas
surgem como donos de 51 das 100 vagas da casa.
Republicanos elegeram 45 senadores e outros dois assentos foram
preenchidos por candidatos independentes, isto é, desvinculados das
siglas com representação institucional no país. Ainda estão em aberto as
duas vagas pertencentes à Flórida, estado onde foi registrado o
confronto mais acirrado das eleições.
O sistema eleitoral norte-americano é classificado como “colegiado
indireto”, o que permite que um presidente seja eleito com a maioria dos
delegados de cada estado, mas não com os votos da maior parte da
população. Faltando apenas a conclusão da apuração na Flórida,
democratas vivenciam o cenário ideal para o segundo mandato de Obama,
isto é, uma vitória com a maioria de delegados e de eleitores.
Recuo democrata
Quando o critério é o número de Estados para cada candidato, o democrata
também é líder. Foram 26 as unidades federativas que declararam voto a
Obama, contra 24 a Mitt Romney. O dividido Estado da Flórida ainda não
manifestou seus 29 votos, mas há leve tendência democrata.
No entanto, a larga maioria dos Estados democratas desta eleição, Obama
não conseguiu manter o mesmo número de eleitores que conquistou em 2008.
Apenas em Nova Jersey e Rhode Island o presidente reeleito teve mais
votos que há quatro anos. Nos outros 24, ele perde parte de seu
eleitorado.
Nesta eleição, Obama não conquistou nenhum Estado que em 2008 tenha
votado pelo republicano John McCain. Por sua vez, Indiana e Carolina do
Norte, que há quatro anos votaram pelos democratas, desta vez preferiram
os republicanos.
Para os próximos quatro anos de governo, o presidente se beneficiará de
um sentimento mais forte de legitimidade e deve sofrer, portanto,
pressões menores por uma reforma do sistema eleitoral norte-americano. A
maioria no Senado não garante que ele encontre maior facilidade para a
aprovação de novos projetos de lei, dado que na câmara a presença
republicana é bem superior à democrata. No entanto, é quase certo um
aumento de seu poder de barganha política dentro do Legislativo.
Fillipe MauroNo Opera Mundi
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