BRASÍLIA NO PÓDIO
A cidade mais conectada do país A capital federal supera as metrópoles brasileiras no universo virtual. Os brasilienses investem alto em equipamentos para acesso à internet e também na telefonia móvel. No DF, a relação é de 2,3 chips por habitante, à frente de São Paulo, 1,5 por morador
Experimente olhar ao redor e observe o que as pessoas estão fazendo. Certamente, haverá alguém concentrado em ler as mensagens em seu smartphone ou, então, atendendo o telefone e conversando horas a fio. Nesse mesmo local, pode ter uma criança entretida com um joguinho no tablet e um funcionário preocupado em responder todos os e-mails que estão lotando a caixa de entrada. Essa comunicação constante nas cenas cotidianas brasilienses reflete a concentração de aparelhos e de serviços de informação, o que transforma Brasília em uma das regiões mais conectadas do país.
Para garantir o título à capital federal, os brasilienses investem pesado na compra de equipamentos de comunicação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada três habitantes, dois têm computadores, totalizando 1,858 milhão de máquinas. Dessas, 90,4% estão ligadas à internet — 1,681 milhão —, sendo que 29% contrata serviços de banda larga fixa, o que coloca o DF empatado com São Paulo com a maior proporção de acessos por habitante.
Mas o aparelho predileto dos brasilienses é o celular. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações, são quase 6 milhões de linhas habilitadas pós e pré pagas ou cerca 2,3 chips por pessoa. Dessa forma, o DF dispara no ranking das unidades da Federação com maior densidade de acesso à telefonia móvel. O estado de São Paulo fica em segundo lugar com 1,5 linha por habitante. O Maranhão é o último colocado da lista da Anatel com 0,9 chip por pessoa.
Para Eduardo Levy, diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), o motivo para a concentração de telefones e computadores no DF está relacionado à administração pública federal. “As pessoas, aqui, precisam ter o celular pessoal e o do trabalho, isso sobe a densidade de linhas por habitantes”, explica.
Renda
A alta renda no DF também contribui para esse cenário, tanto que as crianças têm acesso à tecnologia cada dia mais cedo. Giovanna de Carvalho Vasquez Lemos Rodrigues, 5 anos, possui um celular. Ela ganhou o aparelho da tia e não tira do ouvido. “Gosto de ligar para a minha vó”. A mãe dela, Tatiana Kely de Carvalho Vasques Lemos Rodrigues, 31, conta que optou por uma linha pré-paga porque Giovanna gasta todos os créditos no mesmo dia. A professora afirma que se sente mais segura com a filha tendo um telefone móvel. “Se acontecer algum problema, ela pode me ligar”, diz. “O engraçado é que, agora, minha mãe só liga para a Giovanna porque é certeza que ela vai atender. Às vezes, eu esqueço o celular em um canto e não ouço ele tocando”, completa.
Giovanna e Tatiana integram a típica família conectada do DF. Apenas Sophia, 2 anos, não tem o seu. Mas usa o aparelho de todo mundo da casa para brincar e ligar, assim como adora os jogos do Ipad. Além do tablet, a casa tem computador e laptop ligados na internet, sem contar o tradicional telefone fixo. “Como professora vejo que é importante para a formação das minhas filhas a informação. Hoje, a informação e o conhecimento estão ligados à tecnologia. É lógico que eu imponho limites e horários. Mas acho ótimo quando elas usam a internet para um trabalho escolar, por exemplo”, explica.
No apartamento da família de Tatiana ainda há três televisores e todos com ponto de tevê por assinatura. Casas como a de Tatiana ajudam a entender por que o DF lidera os rankings das telecomunicações no Brasil. Na tevê por assinatura, a capital do país fica em primeiro lugar quando a análise é proporcional à população, são 395.644 lares com TV paga. No caso da telefonia fixa, o DF fica em 2º lugar, com 3,44 linhas por habitante. O estado de São Paulo lidera a lista com 3,79 por pessoa.
O que diz a lei
O Governo do Distrito Federal regulamentou, via decreto, a lei complementar nº 755/2008 que normatiza a instalação de infraestrutura no solo, subsolo e espaços aéreos. Estão abrangidos nessa modalidade equipamentos de telefonia, de energia elétrica, de abastecimento de água, de radiodifusão, de esgotamento sanitário, de drenagem pluvial e de gás natural encanado. A intenção é estipular regras e acelerar a concessão de licenças para a implantação dos aparelhos pelas empresas prestadoras dos serviços públicos. O prazo para instalação de antenas de telefonia móvel no DF, por exemplo, será reduzido para 70 dias, metade do prazo atual de tramitação. Dependendo do local, o processo pode demorar mais de seis meses e até anos.
A cidade mais conectada do país A capital federal supera as metrópoles brasileiras no universo virtual. Os brasilienses investem alto em equipamentos para acesso à internet e também na telefonia móvel. No DF, a relação é de 2,3 chips por habitante, à frente de São Paulo, 1,5 por morador
FLÁVIA MAIA
Giovanna, 5 anos, já tem celular. Ela faz parte de uma família em que todos os integrantes têm aparelhos |
Experimente olhar ao redor e observe o que as pessoas estão fazendo. Certamente, haverá alguém concentrado em ler as mensagens em seu smartphone ou, então, atendendo o telefone e conversando horas a fio. Nesse mesmo local, pode ter uma criança entretida com um joguinho no tablet e um funcionário preocupado em responder todos os e-mails que estão lotando a caixa de entrada. Essa comunicação constante nas cenas cotidianas brasilienses reflete a concentração de aparelhos e de serviços de informação, o que transforma Brasília em uma das regiões mais conectadas do país.
Para garantir o título à capital federal, os brasilienses investem pesado na compra de equipamentos de comunicação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada três habitantes, dois têm computadores, totalizando 1,858 milhão de máquinas. Dessas, 90,4% estão ligadas à internet — 1,681 milhão —, sendo que 29% contrata serviços de banda larga fixa, o que coloca o DF empatado com São Paulo com a maior proporção de acessos por habitante.
Mas o aparelho predileto dos brasilienses é o celular. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações, são quase 6 milhões de linhas habilitadas pós e pré pagas ou cerca 2,3 chips por pessoa. Dessa forma, o DF dispara no ranking das unidades da Federação com maior densidade de acesso à telefonia móvel. O estado de São Paulo fica em segundo lugar com 1,5 linha por habitante. O Maranhão é o último colocado da lista da Anatel com 0,9 chip por pessoa.
Para Eduardo Levy, diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), o motivo para a concentração de telefones e computadores no DF está relacionado à administração pública federal. “As pessoas, aqui, precisam ter o celular pessoal e o do trabalho, isso sobe a densidade de linhas por habitantes”, explica.
Renda
A alta renda no DF também contribui para esse cenário, tanto que as crianças têm acesso à tecnologia cada dia mais cedo. Giovanna de Carvalho Vasquez Lemos Rodrigues, 5 anos, possui um celular. Ela ganhou o aparelho da tia e não tira do ouvido. “Gosto de ligar para a minha vó”. A mãe dela, Tatiana Kely de Carvalho Vasques Lemos Rodrigues, 31, conta que optou por uma linha pré-paga porque Giovanna gasta todos os créditos no mesmo dia. A professora afirma que se sente mais segura com a filha tendo um telefone móvel. “Se acontecer algum problema, ela pode me ligar”, diz. “O engraçado é que, agora, minha mãe só liga para a Giovanna porque é certeza que ela vai atender. Às vezes, eu esqueço o celular em um canto e não ouço ele tocando”, completa.
Giovanna e Tatiana integram a típica família conectada do DF. Apenas Sophia, 2 anos, não tem o seu. Mas usa o aparelho de todo mundo da casa para brincar e ligar, assim como adora os jogos do Ipad. Além do tablet, a casa tem computador e laptop ligados na internet, sem contar o tradicional telefone fixo. “Como professora vejo que é importante para a formação das minhas filhas a informação. Hoje, a informação e o conhecimento estão ligados à tecnologia. É lógico que eu imponho limites e horários. Mas acho ótimo quando elas usam a internet para um trabalho escolar, por exemplo”, explica.
No apartamento da família de Tatiana ainda há três televisores e todos com ponto de tevê por assinatura. Casas como a de Tatiana ajudam a entender por que o DF lidera os rankings das telecomunicações no Brasil. Na tevê por assinatura, a capital do país fica em primeiro lugar quando a análise é proporcional à população, são 395.644 lares com TV paga. No caso da telefonia fixa, o DF fica em 2º lugar, com 3,44 linhas por habitante. O estado de São Paulo lidera a lista com 3,79 por pessoa.
O que diz a lei
O Governo do Distrito Federal regulamentou, via decreto, a lei complementar nº 755/2008 que normatiza a instalação de infraestrutura no solo, subsolo e espaços aéreos. Estão abrangidos nessa modalidade equipamentos de telefonia, de energia elétrica, de abastecimento de água, de radiodifusão, de esgotamento sanitário, de drenagem pluvial e de gás natural encanado. A intenção é estipular regras e acelerar a concessão de licenças para a implantação dos aparelhos pelas empresas prestadoras dos serviços públicos. O prazo para instalação de antenas de telefonia móvel no DF, por exemplo, será reduzido para 70 dias, metade do prazo atual de tramitação. Dependendo do local, o processo pode demorar mais de seis meses e até anos.
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