Insistir nas
políticas de Lula não é um
demérito do atual
governo. A população
votou com esse
objetivo.
Foto: Evaristo
Sá/AFP
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Marcos Coimbra, CartaCapital
“Foi-se metade do governo Dilma.
Restam-lhe, portanto, dois anos. Diz-se que, para os governantes, os primeiros
dois passam devagar e que eles se sentem como se tivessem a eternidade pela
frente. E que os segundos voam, pois o fim do mandato se torna um dado cada vez
mais palpável e mais presente no dia a dia. Esse não é apenas um sentimento. A
segunda metade é, de fato, mais curta.
Desde antes do fim do terceiro ano, a
sucessão torna-se assunto principal. Cessam as inovações e as experiências. A
pauta do governo fica limitada e a cobrança de resultados intensifica-se. É
preciso ter coisas, de preferência “concretas”, para pôr na mesa. Tudo começa a
girar em torno de um objetivo central: reeleger-se ou escolher quem possa
vencer a eleição que vem a seguir.
A segunda metade dos governos costuma ter,
portanto, dois tempos distintos: um terceiro ano predominantemente
administrativo, mas já político, e uma “reta final”, marcadamente política. Se
Dilma estivesse mal, se a população se sentisse insatisfeita com ela, os dois
anos que tem pela frente seriam suficientes para que revisse rumos e
encontrasse meios de consertar problemas.
Já vimos isso acontecer com governadores e
prefeitos. São muitos os casos dos que conseguiram recuperar a imagem depois de
atravessar dificuldades no começo. Mas Dilma está bem. Na verdade, muito bem.
Segundo dados das pesquisas CNI-Ibope, ela saiu da eleição de 2010 com a imagem
de que faria uma administração “ótima” ou “boa”. Em dezembro daquele ano, era
assim que pensavam quase dois terços (62%) dos entrevistados pelo instituto.
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