Por Luiz Carlos Azenha*
O texto abaixo é trecho de um post publicado pelo Eduardo Guimarães a
respeito da ação da mídia para punir os punidos, ou seja, retirar
supostas “regalias” que os condenados do mensalão teriam recebido na
penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, dentre elas a
possibilidade de ler:
A leitura pode ser um bálsamo para o encarcerado que a aprecie. Deveria ser estimulada, aliás. Tira a mente do que não presta. Contudo, a “regalia” que permitia que condenados do mensalão lessem à vontade foi revogada por estarem “lendo mais do que o permitido”.
A tortura psicológica costuma ser vista como até mais intensa e penosa do que a tortura física, que, após algum tempo, o torturado aprende a suportar, até por seu corpo e seus sentidos não resistirem. Já a psique humana é um parque de diversões para o sádico; permite supliciar sem limites.
Se a mídia não quer “regalias” para os condenados do mensalão tais como ler um livro, tampouco quer algum direito constitucional como o de um condenado cumprir sua pena tal como foi preconizada – e nunca de forma mais dura ou mais branda.
O objetivo que excita o sadismo midiático é o de minar o espírito dos dois petistas e o dos companheiros que partilham a dor deles não só por sabê-los condenados injustamente, mas por cumprirem uma pena mais dura do que aquela que deveriam estar cumprindo.
Sob essa sanha pervertida, os sádicos midiáticos já encontraram mais direitos a suprimir enquanto os direitos a preservar são ignorados: os condenados do mensalão poderão ficar com a luz acesa até às 24 horas do dia 24 de dezembro. E, escândalo dos escândalos, após receberem uma “ceia de natal”.
Dizem os instrumentos de tortura conformados em papel impresso que os “mensaleiros” receberão “quentinhas” contendo com arroz, feijão, carne, legumes e verduras. E o luxo é tanto que terão acesso à cantina do presídio, onde poderão comprar cigarros e refrigerante.
Esses “mensaleiros” não se emendam, não é mesmo?
As “regalias” de que desfrutrariam os petistas que atiçam a perversidade midiática, porém, não são regalias coisa alguma. Eles ainda dispõem de alguma diferenciação dos condenados ao regime fechado simplesmente porque estão padecendo sob ele ilegalmente, pois deveriam estar no regime semiaberto.
Isso em um país em que traficantes, estupradores, assassinos e até políticos corruptos conseguem ficar em liberdade contando com a sabida e consabida leniência que o dinheiro ou a influência da mídia podem comprar da Justiça.
*****
Digo eu, Azenha, que desde que O Globo e a Folha,
especialmente, passaram a prever rebelião iminente na Papuda, dado o
descontentamento de presos com supostos privilégios dos petistas, era
óbvio o desenrolar: as autoridades seriam forçadas a agir. Se não
agissem e houvesse uma rebelião, seriam condenadas. Se agissem impedindo
a rebelião imaginada por O Globo… bem, conseguiram impedir a rebelião, certo?
O que nos choca acima de tudo é que essa gente tente se passar por defensora:
1. Da aplicação rigorosa da lei;
2. Dos presos mais humildes, que não teriam os supostos privilégios dos petistas.
Ora, se é assim, a mídia deveria, em defesa dos presos desprotegidos,
denunciar com toda a força o domínio que o PCC tem sobre a maior parte
dos presídios paulistas, onde a facção protege alguns, mas explora a
maioria.
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