Bem, final de ano é tempo de retrospectiva.
O DCM acompanhou a mídia com atenção, e então vai montar sua seleção de
jornalistas do ano, o Time dos Sonhos do atraso e do reacionarismo, o
TS, o melhor do pior que existiu na manipulação das notícias.
A cartolagem é parte integrante e essencial do TS: Marinhos, Frias, Civitas, Mesquitas etc.
À escalação:
No gol, Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo. Devemos a ele
coisas como a magnífica cobertura da meia tonelada de cocaína encontrada
no famoso Helicóptero do Pó, pertencente à família Perrella.
Kamel é também notável pela sagaz tese de que não existe racismo no Brasil.
Na ala direita, dois jogadores, porque pela esquerda ninguém atua.
Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes são os selecionados. Os blogueiros da
Veja são entrosados, e pô-los juntos facilita o trabalho de treinamento
do TS.
Azevedo se notabilizou, em 2013, por ser comparado por diferentes mulheres a diferentes animais, de pato a rottweiler.
Nunes brilhou por lances de genialidade e inteligência – e total
ausência de preconceito — como chamar Evo Morales de “índio de franja” e
classificar Lula de “presidente retirante”.
Uma disputa interessante entre Nunes e Azevedo é ver quem utilizou mais a palavra “mensaleiros”. Gênios.
Na zaga, uma inovação: duas mulheres. Temos a cota feminina no TS do
DCM. Eliane Cantanhede, colunista da Folha, e Raquel Scherazade, a
versão feminina de Jabor.
Ambas defenderam valentemente o país dos males do lulopetismo, e fizeram
a merecida apologia de varões de Plutarco da estatura de Joaquim
Barbosa, o magistrado do apartamento de Miami.
No meio de campo, três jogadores de visão: Jabor, Merval e Míriam Leitão. Sim, a cota feminina subiu durante a montagem do TS.
Jabor se celebrizou em 2013 pela rapidez com que passou da condenação
absoluta à louvação incondicional das jornadas de junho quando seus
superiores na Globo lhe deram ordem para mudar o tom.
Merval entrará para a história pelo abraço fraternal em Ayres de Britto,
registrado pelas câmaras. Merval conseguiu desmontar a tese centenária e
mundialmente reverenciada de Pulitzer de que jornalista não tem amigo.
E Míriam Leitão antecipou todas as calamidades econômicas que têm
assaltado o país, a começar pela redução da desigualdade e pelo nível de
emprego recorde.
Numa frase espetacular em 2013, Míriam disse que só escreve o que pensa.
Aprendemos então que ela é tão igual aos patrões que poderia ser o
quarto Marinho, a irmãzinha de Roberto Irineu, João Roberto e Zé
Roberto.
No ataque, dois Ricardos, também para facilitar o entrosamento. Ricardo
Setti e Ricardo Noblat. Setti foi uma revelação, em 2013, no combate ao
dilmismo, ao lulismo, ao bolivarianismo, ao comunismo ateu e à varíola.
Noblat já é um jogador provado, e dispensa apresentações. Foi o primeiro
blogueiro a abraçar a honrosa causa do 1% no Brasil.
Para completar o trio ofensivo, Eurípides Alcântara, diretor da Veja.
Aos que temiam que a Veja pudesse se modernizar mentalmente depois da
morte de Roberto Civita, Eurípides provou que sempre se pode ir mais
adiante.
Suas últimas contratações são discípulos de Olavo de Carvalho, o
astrólogo que enxerga em Obama um perigoso socialista. Graças a
Eurípides, em todas as plataformas da Veja, o leitor está lendo na
verdade a cabeça privilegiada de Olavo.
Na reserva do TS, e abrindo espaço para colunistas que não sejam necessariamente jornalistas, dois selecionados.
O primeiro é Lobão, novo colunista da Veja e novo olavete também. No
Roda Viva, Lobão defendeu sua reputação de rebelde ao fugir
magistralmente de uma pergunta sobre o aborto.
O outro é o professor Marco Antônio Villa, que conseguiu passar o ano
sem acertar nenhuma previsão e mesmo assim tem cadeira cativa em todas
as mídias nacionais.
O patrono do TS é ele, e só poderia ser ele: José Serra.
Mas Joaquim Barbosa pode obrigar Serra a cedê-la a ele, JB, nosso
Batman, nosso menino pobre que mudou o Brasil e, nas horas vagas,
arrumou um emprego para o júnior na Globo.
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