24 de dezembro de 2013 | 09:13 Autor: Fernando Brito
A Folha publica hoje com ares de escândalo, que, com a compra de 10% da Odebrecht TransPort, o Governo brasileiro terá 61,4% do consórcio que vai administrar o Aeroporto Tom Jobim, o Galeão do Rio de Janeiro.
E, para justificar o espanto, recorre ao o professor do Insper Sérgio Lazzarini, que dá a seguinte explicação:
“”Aeroportos são um ótimo negócio, a geração de receita é imediata, é um monopólio natural. Para que colocar capital público?”
Curioso, não é?
Qual seria a razão de não colocar capital público, ainda mais para controlar a maioria do empreendimento?
Ser um ótimo negócio?
Gerar receita?
O BNDES é um banco. Coloca dinheiro no que vai gerar receita e, preferencialmente, seja um ótimo negócio.
O professor Lazzarini sugere outros investimentos ao BNDES, entre eles, presídios.
Os argumentos são, é claro, furados.
Primeiro, porque a modernização do aeroporto vai exigir um grande volume de capital. O poder público não tem condições de aporta-lo sozinho.
Segundo, porque o que se critica – muitas vezes com razão – nas empresas públicas é a gestão inferior à que tem às privadas. E a gestão será privada.
Terceiro, porque o retorno deste capital só fortalece o caixa do banco para outros investimentos.
Aliás, quando o negócio é bom – e aeroporto é muito bom, tanto que a empresa ofereceu pagar – em conjunto com a Chingi, de Cingapura, uma das maiores operadoras aeroportuárias do mundo, R$ 19 bilhões pela concessão do Tom Jobim.
A mentalidade neoliberal só entende uma forma de negócio entre o poder público e a inciativa privada.
O Governo entrega, barato, de preferência.
Financia, a juros baixos, de preferência.
E o privado fica com o lucro.
Do Blog TIJOLAÇO.
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