TRANSPORTE PÚBLICO
Intervenção na Viplan
Com a justifica da má qualidade no serviço prestado por empresa de Wagner Canhedo Filho e da tentativa de o empresário atrapalhar o repasse das linhas para os vencedores da licitação pública, O GDF assume a gestão dos coletivos por 60 dias
Eram 9h de ontem quando policiais e servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) entraram simultaneamente nas cinco garagens e nos quatro pontos de arrecadações das empresas de transportes da família de Wagner Canhedo Filho. Na sede da Viação Planalto (Viplan), o presidente da Sociedade Transportes Coletivos de Brasília (TCB), Carlos Alberto Koch, deu a notícia ao barão do transporte coletivo do DF: a partir daquele horário, o governo assumia o comando da Viplan, da Condor e da Lotáxi — todas geridas pela família Canhedo. Demonstrando surpresa, o empresário garantiu que colaboraria com o governo, mas criticou a ação. A gestão deve ficar sob responsabilidade do GDF por pelo menos 60 dias.
Além da má qualidade no serviço prestado por Wagner Canhedo Filho, o governo alega que o empresário tentava atrapalhar o repasse das linhas para os vencedores da licitação pública para o novo sistema de transporte coletivo do DF. Hoje, as três empresas do grupo comandam 214 linhas, com 744 coletivos — o equivalente a 30% do mercado no DF. A arrecadação diária do grupo é de aproximadamente R$ 800 mil. Outro motivo para a intervenção do governo é o obstáculo criado pela Viplan para a demissão de funcionários ligados às três empresas, para que eles pudessem ser readmitidos pelas ganhadoras das licitações. Ontem mesmo, servidores da TCB ocuparam a área de recursos humanos da empresa e começaram a realizar as saídas.
Domínio
A ação do GDF foi responsável por fechar a porta para o segundo grande grupo familiar que dominava o serviço de transporte coletivo da capital há décadas. Em fevereiro deste ano, operação semelhante teve como foco o Grupo Amaral (leia mais na página 20). Terminada a intervenção no grupo Canhedo, o sistema passará a contar com as firmas que venceram a licitação realizada no ano passado. O único clã que conseguiu se manter na operação de uma das cinco bacias foi o ligado a Neném Constantino, com a permanência da Pioneira.
Concentrados desde 8h20 ao lado da sede da Viplan, no Setor de Oficinas Sul, no Guará, policiais militares, bombeiros e servidores da TCB entraram na empresa 40 minutos depois, quando os coletivos já estavam em circulação. Ao descobrirem o motivo da presença dos representantes do governo, funcionários da Viplan aplaudiram e comemoraram a ação. “Agora, vai”, diziam, esperavando que a intervenção melhorasse não só as condições de trabalho, como renovasse os coletivos.
Surpresa
Na porta principal da empresa, Canhedo Filho recebeu Carlos Alberto Koch. Os dois seguiram para o primeiro andar e, na sala da vice-presidência, o empresário foi notificado sobre a intervenção. Durante toda a conversa entre os dois, acompanhada pela imprensa, Canhedo apenas balançou a cabeça de forma positiva e disse ter sido pego de surpresa. “Eu vou me preservar e buscar saber o que pode ser feito. O que a direção da Viplan puder fazer para colaborar, ela vai fazer”, resumiu, sem falar se recorreria da decisão. Ao presidente da TCB, o empresário questionou a forma como o governo agiu, mas não se mostrou irritado com a presença de Koch nas dependências da Viplan. Após a notificação, os dois andaram pela empresa e olharam os ônibus que estavam na garagem.
Operando grande parte do transporte público do DF desde 1970, a família de Canhedo deixa de gerir as três empresas enquanto o governo achar necessária a intervenção. Segundo o presidente da TCB, o GDF deve responder pelas linhas até fevereiro. “A partir de hoje (ontem), 100% da arrecadação será do governo. Já ocupamos o RH e, nem que seja de madrugada, vamos demitir os funcionários”, garantiu Koch.
Intervenção na Viplan
Com a justifica da má qualidade no serviço prestado por empresa de Wagner Canhedo Filho e da tentativa de o empresário atrapalhar o repasse das linhas para os vencedores da licitação pública, O GDF assume a gestão dos coletivos por 60 dias
KELLY ALMEIDA
FLÁVIA MAIA
FLÁVIA MAIA
Canhedo Filho (D) recebe Carlos Koch, da TCB: barão do transporte no DF diz ter sigo pego de supresa pela ação |
O cobrador Osvaldo da Silva acredita que a ação era o único caminho para funcionários receberem rescisão |
Eram 9h de ontem quando policiais e servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) entraram simultaneamente nas cinco garagens e nos quatro pontos de arrecadações das empresas de transportes da família de Wagner Canhedo Filho. Na sede da Viação Planalto (Viplan), o presidente da Sociedade Transportes Coletivos de Brasília (TCB), Carlos Alberto Koch, deu a notícia ao barão do transporte coletivo do DF: a partir daquele horário, o governo assumia o comando da Viplan, da Condor e da Lotáxi — todas geridas pela família Canhedo. Demonstrando surpresa, o empresário garantiu que colaboraria com o governo, mas criticou a ação. A gestão deve ficar sob responsabilidade do GDF por pelo menos 60 dias.
Além da má qualidade no serviço prestado por Wagner Canhedo Filho, o governo alega que o empresário tentava atrapalhar o repasse das linhas para os vencedores da licitação pública para o novo sistema de transporte coletivo do DF. Hoje, as três empresas do grupo comandam 214 linhas, com 744 coletivos — o equivalente a 30% do mercado no DF. A arrecadação diária do grupo é de aproximadamente R$ 800 mil. Outro motivo para a intervenção do governo é o obstáculo criado pela Viplan para a demissão de funcionários ligados às três empresas, para que eles pudessem ser readmitidos pelas ganhadoras das licitações. Ontem mesmo, servidores da TCB ocuparam a área de recursos humanos da empresa e começaram a realizar as saídas.
Domínio
A ação do GDF foi responsável por fechar a porta para o segundo grande grupo familiar que dominava o serviço de transporte coletivo da capital há décadas. Em fevereiro deste ano, operação semelhante teve como foco o Grupo Amaral (leia mais na página 20). Terminada a intervenção no grupo Canhedo, o sistema passará a contar com as firmas que venceram a licitação realizada no ano passado. O único clã que conseguiu se manter na operação de uma das cinco bacias foi o ligado a Neném Constantino, com a permanência da Pioneira.
Concentrados desde 8h20 ao lado da sede da Viplan, no Setor de Oficinas Sul, no Guará, policiais militares, bombeiros e servidores da TCB entraram na empresa 40 minutos depois, quando os coletivos já estavam em circulação. Ao descobrirem o motivo da presença dos representantes do governo, funcionários da Viplan aplaudiram e comemoraram a ação. “Agora, vai”, diziam, esperavando que a intervenção melhorasse não só as condições de trabalho, como renovasse os coletivos.
Surpresa
Na porta principal da empresa, Canhedo Filho recebeu Carlos Alberto Koch. Os dois seguiram para o primeiro andar e, na sala da vice-presidência, o empresário foi notificado sobre a intervenção. Durante toda a conversa entre os dois, acompanhada pela imprensa, Canhedo apenas balançou a cabeça de forma positiva e disse ter sido pego de surpresa. “Eu vou me preservar e buscar saber o que pode ser feito. O que a direção da Viplan puder fazer para colaborar, ela vai fazer”, resumiu, sem falar se recorreria da decisão. Ao presidente da TCB, o empresário questionou a forma como o governo agiu, mas não se mostrou irritado com a presença de Koch nas dependências da Viplan. Após a notificação, os dois andaram pela empresa e olharam os ônibus que estavam na garagem.
Operando grande parte do transporte público do DF desde 1970, a família de Canhedo deixa de gerir as três empresas enquanto o governo achar necessária a intervenção. Segundo o presidente da TCB, o GDF deve responder pelas linhas até fevereiro. “A partir de hoje (ontem), 100% da arrecadação será do governo. Já ocupamos o RH e, nem que seja de madrugada, vamos demitir os funcionários”, garantiu Koch.
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