Deputado assume Secretaria de Relações Institucionais do governo federal
Da Revista Forum
Ricardo Berzoini assume hoje a Secretaria de Relações Institucionais do governo federal. Será a sua terceira experiência ministerial. Ele já foi ministro da Previdência Social e do Trabalho, de onde saiu para assumir a secretaria geral do PT na crise do mensalão, se tornando em meses o presidente do partido. Em entrevista exclusiva para este blogue, ele explica que entendeu o atual convite de Dilma para assumir a SRI como uma convocação. E que por isso desistiu de disputar a reeleição para deputado federal por São Paulo. A sua chegada ao Planalto está sendo entendida como um sinal da presidenta em favor da ampliação do diálogo, principalmente com os partidos da base. Berzoini é, como se costuma dizer na politica, um articulador experiente. E respeitado até pelos adversários por cumprir os acordos que faz.
O que o levou a desistir de uma reeleição quase garantida para assumir a coordenação política do governo Dilma a apenas 8 meses do fim deste mandato? É verdade que além da presidenta Dilma, o ex-presidente Lula também lhe pediu para que assumisse o ministério?
Em primeiro lugar, não existe reeleição garantida, nem quase. Já vi muito candidato praticamente eleito perder e outros menos cotados vencerem. Mas é verdade que deixo, por ora, uma trajetória parlamentar que prezo e na qual tenho prazer de atuar. A presidenta Dilma colocou um convite de forma muito direta, o que entendi como convocação. E o próprio presidente Lula já havia me provocado a respeito, em conversas anteriores. Decidi dizer sim, pela forma como a presidenta tratou o desafio. E pelo apoio do PT nacional à minha indicação.
Sua primeira prioridade como ministro é a de melhorar a relação com o PMDB? É fato que o PT deve apoiar candidatos do PMDB no Ceará e no Maranhão com este objetivo?
Na verdade, precisamos estabelecer uma dinâmica de integração entre os partidos da base e o Executivo. O PMDB, que tem suas peculiaridades, e os demais partidos, incluindo o PT, são de origem e estilo muitos diferenciados, e precisamos construir uma agenda comum e planejada. Sem ingenuidade, mas com boa fé, acho que é possível avançar. Os palanques estaduais fazem parte desse diálogo. Nenhum partido tem isoladamente o comando da política nacional. Se houver necessidade de composições os partidos da base devem avaliar. Evidentemente, o governo pode ajudar em muitos casos a acelerar os acordos.
Quais são os grandes projetos que o governo pretende aprovar no próximo período que necessitarão de uma ação do senhor como ministro?
Mais que grandes projetos, há uma agenda legislativa na Câmara e no Senado que precisa ser acompanhada com determinação, muitos bons projetos que precisam ser cotejados com a correlação de opiniões na base, com as limitações orçamentárias e com a perspectiva de justiça social e fiscal. Esse é o grande desafio legislativo de um governo que tem uma base de muitos partidos diferentes entre si, na prática e na visão ideológica. E isso exige muita coordenação. Além disso, a SRI coordena também a relação do governo federal com os estados e municípios, que tem uma pauta legítima e complexa, que precisa ser organizada estrategicamente.
Como o senhor avalia as chances de reeleição da presidenta Dilma? O senhor concorda que ela vai disputar a reeleição com anões políticos?
Eu sempre respeito muito a eleição como uma oportunidade de estabelecer um diálogo político com os eleitores, sem subestimar adversários. O Brasil é um país complexo, com economia diversificada, e com diferenças sociais e regionais relevantes, apesar da redução das desigualdades dos últimos onze anos. Temos muito o que mostrar em termos de realizações, mas, mais do que isso, é preciso apresentar uma agenda de futuro, renovar o pacto político com a população com metas factíveis, na economia e nas políticas sociais, que permitam vislumbrar o Brasil que queremos. Esse desafio, o da comunicação e da franqueza programática, é o caminho da vitória.
O senhor foi sindicalista e no movimento social há muita reclamação em relação a falta de diálogo do governo com os movimentos. O senhor vai atuar também no sentido de melhorar a relação com esse segmento?
Como responsável pelas relações institucionais, posso colaborar nesse diálogo, sempre lembrando que o a Secretaria Geral, do ministro Gilberto Carvalho, tem essa incumbência e vem cumprindo esse papel com determinação e competência.
Fonte: Revista Fórum
Da Revista Forum
Ricardo Berzoini assume hoje a Secretaria de Relações Institucionais do governo federal. Será a sua terceira experiência ministerial. Ele já foi ministro da Previdência Social e do Trabalho, de onde saiu para assumir a secretaria geral do PT na crise do mensalão, se tornando em meses o presidente do partido. Em entrevista exclusiva para este blogue, ele explica que entendeu o atual convite de Dilma para assumir a SRI como uma convocação. E que por isso desistiu de disputar a reeleição para deputado federal por São Paulo. A sua chegada ao Planalto está sendo entendida como um sinal da presidenta em favor da ampliação do diálogo, principalmente com os partidos da base. Berzoini é, como se costuma dizer na politica, um articulador experiente. E respeitado até pelos adversários por cumprir os acordos que faz.
O que o levou a desistir de uma reeleição quase garantida para assumir a coordenação política do governo Dilma a apenas 8 meses do fim deste mandato? É verdade que além da presidenta Dilma, o ex-presidente Lula também lhe pediu para que assumisse o ministério?
Em primeiro lugar, não existe reeleição garantida, nem quase. Já vi muito candidato praticamente eleito perder e outros menos cotados vencerem. Mas é verdade que deixo, por ora, uma trajetória parlamentar que prezo e na qual tenho prazer de atuar. A presidenta Dilma colocou um convite de forma muito direta, o que entendi como convocação. E o próprio presidente Lula já havia me provocado a respeito, em conversas anteriores. Decidi dizer sim, pela forma como a presidenta tratou o desafio. E pelo apoio do PT nacional à minha indicação.
Sua primeira prioridade como ministro é a de melhorar a relação com o PMDB? É fato que o PT deve apoiar candidatos do PMDB no Ceará e no Maranhão com este objetivo?
Na verdade, precisamos estabelecer uma dinâmica de integração entre os partidos da base e o Executivo. O PMDB, que tem suas peculiaridades, e os demais partidos, incluindo o PT, são de origem e estilo muitos diferenciados, e precisamos construir uma agenda comum e planejada. Sem ingenuidade, mas com boa fé, acho que é possível avançar. Os palanques estaduais fazem parte desse diálogo. Nenhum partido tem isoladamente o comando da política nacional. Se houver necessidade de composições os partidos da base devem avaliar. Evidentemente, o governo pode ajudar em muitos casos a acelerar os acordos.
Quais são os grandes projetos que o governo pretende aprovar no próximo período que necessitarão de uma ação do senhor como ministro?
Mais que grandes projetos, há uma agenda legislativa na Câmara e no Senado que precisa ser acompanhada com determinação, muitos bons projetos que precisam ser cotejados com a correlação de opiniões na base, com as limitações orçamentárias e com a perspectiva de justiça social e fiscal. Esse é o grande desafio legislativo de um governo que tem uma base de muitos partidos diferentes entre si, na prática e na visão ideológica. E isso exige muita coordenação. Além disso, a SRI coordena também a relação do governo federal com os estados e municípios, que tem uma pauta legítima e complexa, que precisa ser organizada estrategicamente.
Como o senhor avalia as chances de reeleição da presidenta Dilma? O senhor concorda que ela vai disputar a reeleição com anões políticos?
Eu sempre respeito muito a eleição como uma oportunidade de estabelecer um diálogo político com os eleitores, sem subestimar adversários. O Brasil é um país complexo, com economia diversificada, e com diferenças sociais e regionais relevantes, apesar da redução das desigualdades dos últimos onze anos. Temos muito o que mostrar em termos de realizações, mas, mais do que isso, é preciso apresentar uma agenda de futuro, renovar o pacto político com a população com metas factíveis, na economia e nas políticas sociais, que permitam vislumbrar o Brasil que queremos. Esse desafio, o da comunicação e da franqueza programática, é o caminho da vitória.
O senhor foi sindicalista e no movimento social há muita reclamação em relação a falta de diálogo do governo com os movimentos. O senhor vai atuar também no sentido de melhorar a relação com esse segmento?
Como responsável pelas relações institucionais, posso colaborar nesse diálogo, sempre lembrando que o a Secretaria Geral, do ministro Gilberto Carvalho, tem essa incumbência e vem cumprindo esse papel com determinação e competência.
Fonte: Revista Fórum
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