Claudia Andrade, Portal Terra
BRASÍLIA - Após reunião com desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nesta sexta-feira, deputados distritais concluíram pela convocação de eleição indireta para governador em até 30 dias.
O prazo começou a contar ontem, data da publicação da decisão do TRE-DF deferindo o pedido de perda de mandato do governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM).
"A eleição será feita com base na legislação eleitoral e na Constituição", disse o presidente interino da Câmara Distrital, Cabo Patrício (PT). Ele informou que a mesa diretora da Casa vai se reunir na próxima semana para discutir o processo da eleição indireta e que a Procuradoria da Câmara do DF também será consultada.
Questionado sobre a possibilidade de se esperar eventuais recursos apresentados pela defesa do governador cassado, Patrício negou que isso ocorrerá. "Independente do recurso ou não, o prazo começou a contar desde ontem", afirmou.
Apenas no caso de a defesa de Arruda conseguir uma liminar com efeito suspensivo no Tribunal Superior Eleitoral é que o prazo pode ser interrompido. "Mas, por enquanto, o prazo está correndo", disse.
O deputado Milton Barbosa (PSDB) também foi contra a espera de eventuais recursos para se tomar uma decisão. "E se o recurso não sair nos 30 dias, como fica?", afirmou.
Os advogados de Arruda têm até segunda-feira para apresentar recursos tanto no TRE como no TSE. O prazo de três dias também começou a valor ontem, depois da publicação da decisão do Tribunal Regional no Diário de Justiça do DF e da notificação à Câmara Legislativa.
Impeachment
Cabo Patrício afirmou que a tramitação do processo de impeachment terá continuidade, apesar da cassação de Arruda. "Os processos de impeachment e também a autorização para que o governador Arruda seja processado vai continuar correndo normalmente o prazo, até porque pode haver de ele conseguir uma liminar no TSE. Então vamos deixar o prazo correndo pra que o réu não seja beneficiado", afirmou.
O candidato ao cargo de Arruda, na opinião do petista Paulo Tadeu, deverá ter o compromisso de não utilizar o tempo que estiver no comando do DF para "cacifar" uma eventual candidatura à reeleição.
"Se a Câmara errar na escolha, vai dar um passo decisivo para a intervenção", disse o parlamentar. Ele defendeu que a sociedade civil acompanhe o processo de escolha do novo governador, que, no entanto, ficará restrito aos 24 deputados distritais.
"É preciso que não só os deputados, mas também a sociedade civil participe desse momento, para que o compromisso seja com a sociedade e não só com os parlamentares", disse.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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