Falei há pouco do perigo que representa a entrevista à Folha de S. Paulo da vice-procuradora geral da República no sentido de ameaçar o jogo eleitoral legítimo e de açular o espírito golpista presente em determinados setores da sociedade brasileira, e que sempre se manifesta quando enxerga oportunidades de virar o jogo a seu favor.
Pois bastou a entrevista ser publicada para que as vivandeiras do tribunal, aquelas que antes estimulavam a ação dos quartéis e hoje procuram incitar as Cortes, se alvoroçassem. Alertado por uma comentarista do Tijolaco.com, fui ao blog do Noblat, que reproduziu parte da entrevista e terminou o post com uma informação sua e uma conclamação ao golpe.
A informação do jornalista de O Globo é de que para dois ministros do TSE ouvidos por seu blog “há abusos suficientes para ameaçar o registro da candidatura de Dilma”. O mais espantoso, porém, é a frase seguinte com uma constatação ofensiva ao tribunal, que claramente incita uma atitude golpista. “Mas falta ao tribunal coragem para tomar qualquer medida mais drástica a esse respeito.”
Hoje, o presidente do PSDB, disse que a eleição será “uma batalha campal”. Ontem, o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, disse que será “uma luta sangrenta”.
Não, não, senhores, será uma eleição, pacífica e democrática, onde o que mais importa é saber a vontade do povo brasileiro.
Manifestações desta natureza, servindo-se de declarações “espontâneas” de ministros do TSE, entrevistas imprudentes e a permanente judicialização da campanha por parte da oposição alimentam teorias conspiratórias de um golpe em curso nos moldes de Honduras. Uma manifestação clara da mais alta corte eleitoral tranquilizaria a nação e nos devolveria a impressão. que o processo eleitoral segue sem sobressaltos e que o resultado das urnas será respeitado em nome da maturidade da democracia brasileira.
Inflelizmente, só há silêncio diante da insolência.
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