EXEMPLO
Mantega em coletiva ao lado de Strauss-Khan/AFP
Martha Beck – O GLOBO
BRASÍLIA – O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, elogiou, nesta quarta-feira, a política econômica brasileira e disse que ela deveria ser seguida por outros países. Após encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o representante do FMI disse que o governo brasileiro adotou a política fiscal adequada para lidar com os efeitos da crise mundial.
- O Brasil está indo melhor que muitos outros países. O alto nível de crescimento atual está ocorrendo combinado com uma redução da dívida pública e com inflação baixa. É isso que eu gostaria de ver em outros lugares – disse Strauss-Kahn.
Segundo ele, ainda não há um superaquecimento da economia brasileira, mas o governo deve ser cauteloso na hora de administrar o forte crescimento atual. Ao ser perguntado sobre as críticas de analistas em relação ao aumento dos gastos públicos, o diretor-gerente afirmou:
- Não vemos tensão vindo do lado fiscal.
Mantega aproveitou o encontro com o representante do Fundo para ressaltar os bons resultados da economia e assegurar que o crescimento de 2010 é sustentável. O ministro disse que o Produto Interno Bruto (PIB) deve subir entre 2% e 2,5% no primeiro trimestre do ano, mas que esse ritmo deve cair nos próximos meses em função da retirada de incentivos fiscais implementados durante a crise, como desonerações tributárias.
- Nos próximos trimestres veremos o resultado do fim dos incentivos fiscais e a economia vai crescer menos. Ela caminha para um resultado sustentável, entre 5,5% e 6% em 2010 – disse o ministro, acrescentando ainda:
- A inflação já dá sinais de arrefecimento e os preços de alimentos (que estavam pressionando os índices de preços) devem cair.
Segundo Mantega, a atual turbulência na Europa por conta de desequilíbrios fiscais em países como Grécia, Portugal e Espanha, deve ter pouco efeito sobre a economia brasileira:
- Para o Brasil, as consequências são pequenas. Pode haver uma queda no fluxo de capitais. Isso reflete um pânico de curto prazo. Mas quando os ajustes adotados pelos países tiverem efeito, o quadro ficará melhor.
O ministro da Fazenda destacou ainda que o ajuste fiscal feito pela Europa hoje não pode ser feito nos antigos moldes propostos pelo FMI. Segundo Mantega, as medidas já anunciadas só terão efeito se forem combinadas com ações para promover o crescimento. Ele disse ainda que a Europa precisa de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
- Eu não chego a propor um PAC, mas é isso que a Europa precisa, de um programa de recuperação e aceleração do crescimento – disse o ministro.
Postado por Luis FavreComentários Tags: Dominique Strauss-Kahn, FMI, gasto público, Guido Mantega, política fiscal Voltar para o início
Do Blog do Favre.
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