segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hillary ou hilária teve que engolir o sapo barbudo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Blog do Rovai
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Ao patrocinar o acordo com o Irã Lula deu hoje um cala boca em Hillary Clinton que insinuou ingenuidade do presidente brasileiro. Aliás, sempre achei Hillary Clinton um José Serra de saias. Por isso quando das prévias no Partido Democrata apostava que seria derrotada por Obama.

Ganhei a aposta contra a opinião de um importante ex-ministro de Lula, atualmente colega de blogosfera, que vaticinou numa reunião de lideranças sindicais que nada tirava a eleição da ex-primeira dama estadunidense.

José Serra também não vai ganhar a eleição presidencial no Brasil enquanto do outro lado estiver alguém como Lula. Mesmo que não seja ele o candidato. Basta estar do outro lado.

Dilma, como Serra, não é carismática. Mas Dilma tem uma vantagem significativa sobre Serra e também sobre Hillary. Ela pode até se achar mais do que seus interlocutores, mas não demonstra. Serra e Hillary, como dizíamos na década de 80, se acham. Tudo neles exala arrogância.

E na política arrogância não é só uma característica ruim porque os eleitores não gostam. Mas principalmente porque os outros políticos odeiam. Principalmente quando se sentem diminuídos por aquele que deseja liderá-los.

As duas últimas pesquisas (Vox Populi e Sensus) serão demolidoras para a candidatura Serra. Até ontem, ele se vendia como um quase próximo presidente na República. Agora, nas articulações, vai ter de ajoelhar e rezar para fechar acordos.

Hillary, também. Até ontem do alto de sua arrogância vendia-se como a bambambam das relações internacionais. E batia o pezinho para dizer que com o Irã um acordo era impossível. Ainda vai fazer bico (como os tucanos costumam fazê-lo) por mais uns dias insistindo na sua tese. Mas ao que tudo indica terá de engolir um enorme sapo barbudo. Que seu sósia brasileiro, José Serra, aprendeu a engolir a seco. Ou melhor, sem gelo, à cowboy. Na melhor pedida aristocrática, para não se fazer de rogado.

(Ainda estou em Moscou, mas não me contive em postar uma nota com um tom mais brazuca. Até porque se a virada de Dilma nas pesquisas não repercutiu por aqui, não se pode falar o mesmo do acordo com o Irã patrocinado por Lula.)

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