Ainda haverá que esperar algumas décadas, mas a consolidação da decadência das superpotências do norte é inevitável em razão das crises econômicas em que tais potências se contorcem enquanto que emergentes como Brasil, China e Índia aproveitam o momento para se consolidarem como atores globais progressivamente influentes.
A base dessa decadência dos ricos é a irracionalidade e a arrogância de nações que se acostumaram a impor ao mundo suas vontades sem dar explicações e sem negociar com ninguém. A teologia imperial do mundo “desenvolvido” o colocou de um lado e o resto da humanidade, do outro.
No caso do acordo logrado pelo Brasil com o Irã e com a co-participação da Turquia, acordo esse que a própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia proposto ao regime dos Aiatolás, a recusa dos países ricos do norte a suspender sanções pelo menos até que se possa ter razões concretas para afirmar que aquele regime não cumprirá o acordo revela intenção deles de darem uma desnecessária demonstração de força.
Enquanto Israel ignora abertamente determinações da ONU e vai se consolidando como a maior ameaça à paz e à segurança no Oriente, a comunidade internacional percebe que o discurso dos ricos é tão falso quanto uma nota de três dólares – ou euros –, pois o Irã deu uma demonstração de que é possível negociar consigo, mas desde que em bases de igualdade e respeito.
Imediatamente, não se pode impedir que as potências decadentes façam valer a ameaça de sancionar o Irã com ou sem acordo, mas essa é uma batalha política e não econômica ou bélica. Os EUA já cometeram esse erro de desdenharem do prejuízo político de suas ações, como, por exemplo, ao invadirem o Iraque sob razões falsas. E os fatos mostraram o erro que a potência hegemônica cometeu.
O custo da guerra no Iraque terminou de minar a economia americana e de desmoralizar o partido republicano ao barrar a eleição do candidato conservador na sucessão do alucinado George Walker Bush, que deixou o governo dos EUA pela porta dos fundos e entrou para a história como uma das maiores bestas quadradas que já caminharam sobre a Terra.
Até mesmo o previsível apoio quinta-coluna da grande imprensa brasileira aos interesses hegemônicos do mundo rico tem se materializado com cautela, pois fica evidente que a sociedade brasileira parece perceber que, seja qual for a questão, essa imprensa partidarizada e ideologizada ao extremo fica sempre contra o governo Lula.
Mesmo a comemoração que se viu na Globo, nos olhos faiscantes de felicidade de uma Miriam Leitão ou de um Alexandre Garcia ao anunciarem a destemperada reação das potências decadentes à possibilidade de paz no Oriente, tal conduta resultará em mais um fator de constrangimento para a mídia conservadora, pois ela não está conseguindo antever a reação do resto do mundo.
Claro que as potências decadentes poderão, ao exemplo de Bush quando decidiu invadir o Iraque a qualquer preço, ignorar a reação política do dito “Terceiro Mundo”, mas será por não entenderem como está ficando claro que só não aderem ao acordo entre Brasil e Irã para que a potência emergente sul-americana não triunfe por meio da mesma diplomacia que elas desprezaram em favor do confronto.
Cedo ou tarde, as potências decadentes perceberão por que estão decaindo.
Oposição recorre ao TSE por falta de votos
Apesar de a mídia do PSDB alardear suas vitórias sobre o PT no TSE como se significassem alguma coisa relevante do ponto de vista político, tais vitórias decorrem dessa sangria de intenções de votos em José Serra que as pesquisas vêm mostrando. Ou alguém acredita que o PSDB estaria esperneando no TSE contra Lula na TV se Serra não estivesse perdendo votos por conta disso?
O que interessa é a tendência das pesquisas
No sábado sai a nova pesquisa Datafolha. Serra já insinua que ela o fará “reagir” ao crescimento de Dilma no Vox Populi, no Sensus e na pesquisa Ibope interna do PSDB (que não foi divulgada por falta de registro no TSE) anunciada na coluna de Mônica Bergamo na Folha de São Paulo da última terça-feira.
É bobagem de Serra e da Folha acharem que mesmo que o tucano apareça na frente de Dilma no Datafolha de sábado isso revelará “reação” do tucano. Será bobagem porque o Datafolha, apresente o número que apresentar, não poderá fugir da tendência de subida de Dilma.
Na última pesquisa Datafolha, no cenário sem Ciro Gomes Serra apareceu com 42% e Dilma, com 30%. Uma diferença de doze pontos. Que ninguém tenha dúvida de que a Folha não terá como manter essa distância. Terá que cair, ainda mais com a Polícia Federal de olho nos quatro institutos de pesquisa por conta da Representação do Movimento dos Sem Mídia ao TSE.
Assim, a tendência de subida de Dilma terá que se confirmar no Datafolha mesmo que ela apareça atrás de Serra, pois uma diferença muito grande das outras pesquisas, uma diferença que recuse pelo menos o empate técnico, só servirá para demonstrar à Justiça Eleitoral que alguém está realmente mentindo, como diz o MSM.
Escrito por Eduardo Guimarães às 11h36Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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