Por Désirée
Sr. Nassif, que tal um post sobre o bullying nas escolas?? Queria muito saber a opinião das pessoas sobre isso.
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Por Roberto Bahiense
A respeito do tema proposto, encaminho trecho de artigo de minha esposa, Beatrice, sobre a questão do bullying.
Roberto Bahiense
e… e para que as novas gerações carreguem a ‘honra’, é preciso que os adultos estimulem valores como honestidade, integridade e dignidade nas crianças. Apesar de boa parte dos pais e educadores se preocuparem em formar cidadãos, atos merecedores de repreensão costumam ser relevados por desatenção ou desconhecimento. “Isso é péssimo, pois, embora aparentem ser inofensivos, alguns hábitos podem causar bons estragos se não corrigidos a tempo”, ressalta a educadora Beatrice Baxter, mestre em filosofia e especialista em epistemologia genética, teoria criada por Jean Piaget que estuda o processo cognitivo humano.
Um bom exemplo é o desvio de verba em menor proporção. O filho recebe dinheiro dos pais para tomar lanche na escola e o utiliza para comprar figurinha. A partir do momento em que o capital sai de casa com uma finalidade e é usado para outra sem o consentimento dos pais, a criança pratica uma ação antiética. O filho pensa em seu próprio benefício e pouco lhe interessa o quanto seus pais trabalham para receber aquele dinheiro.
Em geral, crianças não cometem atos dessa natureza por maldade. Mas, quando não são advertidas por um adulto, se sentem seguras para continuar desviando o dinheiro de seus pais. Algumas delas param de fazê-lo com o passar do tempo. Outras passam a desviar volumes maiores. “Existem casos em que a criança não devia um centavo a mais. Entretanto, os maus hábitos de conduta acabam se transferindo para outros setores de sua vida”, diz Beatrice.
A escola também deve rever sua atuação e contabilizar erros e acertos. Assim como os pais, professores ignoram fatos corriqueiros e, passados alguns anos, descobrem que uma atitude mais firme poderia ter evitado marcas negativas na personalidade de alguém. Como exemplo, Beatrice cita brigas de crianças cujas diferenças são resolvidas por adultos. Para acabar com a confusão, professores interferem, deixam alunos de castigo ou os encaminham para a coordenação, aonde os pais são chamados. Para o desenvolvimento moral dos alunos, não é nada interessante que uma terceira pessoa solucione suas desavenças. As crianças não aprendem a se defender, a respeitar o outro e nem a si mesmas.
O papel do professor é incentivar um entendimento igualitário, independentemente de ter sido um bate-boca ou agressão física. O ideal é que tudo seja apaziguado com diálogo. Caso isso não seja possível, Beatrice aconselha o professor permitir, ao aluno que apanhou, dar a mesma quantidade de tapas no aluno que bateu. Nem um a mais, nem um a menos. O acordo deve ser supervisionado por um adulto.
“Dizer para o menino ‘não pode agredir o amiguinho’ não tem efeito nenhum. Aquele que bateu deve aprender que também pode apanhar, e o que apanhou tem de se defender. Quando crescerem mais e tomar um tapa, vão revidar e questionar: resolve batendo?”, garante Beatrice. Seguindo esse raciocínio, ela defende que o desenvolvimento da consciência moral deveria ocorrer ao final de todas as aulas, não somente em momentos ou eventos isolados. Ao invés de criar cadeiras como Moral, Ética e Cidadania, as escolas deveriam adquirir o hábito de transferir o conteúdo ministrado em classe para o cotidiano e discuti-lo amplamente com seus alunos.
Segundo ela, os professores precisam saber como as crianças pensam para saber como atuar e intervir diante de situações desconfortáveis. “A escola não pode ter receio de colocar no seu currículo a discussão da criança sobre conflitos éticos e morais do mundo ou mesmo do dia-a-dia. Se o senso crítico for trabalhado, a geração seguinte será mais afetiva, amorosa, cooperativa e ética”, aposta.
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Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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