Publicado em 14/05/2010
Saiu na Folha (*), primeira página.
“Na TV, Lula compara Dilma com (sic) Mandela”
(Além do mais, a Folha (*) se digladia com as preposições.)
Saiu no Globo, primeira página.
“Lula compara Dilma a Mandela” (o Globo respeita a Língua Portuguesa).
No Estadão, na primeira página, há uma “análise” profunda de título “Dilma e Mandela”.
Qual é o problema do PiG (**) ?
O Conversa Afiada já propôs ao amigo navegante a tese de que a única bala do Serra é desconstruir a Dilma.
Ele não tem o que declarar.
Ou, se disser o que pensa, aí mesmo é que vai para o buraco.
O jeito é fazer o que ele fez com a Roseana Sarney, em 2002, uma operação de desmonte – a “Lunus” -, magistralmente descrita por Saulo Ramos no livro “Código da Vida” – e o Serra não processou o Saulo…
A bala de prata do Serra é a desconstrução.
Esse trabalho já começou e faz parte da denúncia do Leandro Fortes na Carta Capital , sobre o papel edificante do Graeff e seus brucutus na internet.
Na internet, a desconstrução da Dilma se dá sobre o papel dela no combate ao regime militar.
(O Conversa Afiada procura não usar a palavra “ditadura”, porque a historiografia do período acabou por associar “ditadura” a “genialidade”, “feitiçaria”. No Supremo, quando passou a mão na cabeça dos torturadores da “ditadura”, muito ministro falou em “ditadura”. Viva o Brasil !)
Ou seja, é uma tentativa de pintar a Dilma como uma guerrilheira furiosa, impiedosa, que comia criancinhas.
A avant-première dessa estratégia foi a ficha falsa da Dilma, que a Folha (*) publicou como verdadeira.
O que fez o Lula, ontem ?
Enfrentou a estratégia da desconstrução, logo aos cinco minutos do primeiro tempo.
Como se dissesse: o Mandela também combateu a ditadura – e no pau.
Vamos reconstituir o contexto (de forma não literal):
Diz a Dilma no vídeo do PT, de ontem:
Eu lutei, sim, lutei pela liberdade, pela democracia. Lutei contra a ditadura do primeiro ao último dia, com os meios e as concepções que eu tinha na época.
Muita gente foi presa, outros obrigados a se exilar, outros morreram (ela não usou a expressão “sob tortura”, para não chocar o Supremo, provavelmente).
Quando o Brasil mudou, diz ela, eu mudei.
Mas, nunca mudei de lado (como fez o Serra, que, ao voltar do exílio, já era barriga de aluguel dos conservadores – PHA).
Aí, entra o Lula com a comparação ao Mandela, para desconstruir a vilificação da Dilma na internet.
O Mandela me contou – disse o Lula – que só foi para o confronto (ou seja, para a luta contra a ditadura da elite branca e separatista – da África do Sul), porque não lhe deram outra saída.
O tempo passou e ele virou um dos maiores símbolos da paz e da união. Ninguém fez mais pela África do Sul do que o Mandela, depois de passar 27 anos preso e virar Presidente da República.
Aí, entra o narrador do vídeo do PT, em off.
A Dilma foi presa e torturada pela ditadura.
Ou seja, não adianta o Serra desconstruí-la por aí.
Não adianta montar uma ”Lunus” com o Marcelo Itagiba e o Farol, para flagrar a Dilma na luta contra a ditadura.
Não adianta um dossiê com outra ficha falsa.
E o Serra, não tem explicação a dar ?
O que ele disse no Comício da Central, ao lado do Jango ?
Defendeu a Kátia ?
Por que ele foi para o exílio ?
O que ele fez no exílio ?
Qual a participação dele no atentado do Aeroporto de Guararapes, desfechado pela Ação Popular, a que pertencia ?
Ou ele é o candidato “do futuro”, logo, “sem passado” ?
A quem ele pensa que engana ?
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: vai ver o Farol tem razão. Se o Serra não vestir a camisa do Governo FHC/Serra/Malan, ele afunda mais rápido. Não vai dar para enganar muito tempo com essa história de que o Lula está acima do bem e do mal. Nem a Miriam acredita nele. O Serra vai morrer amarrado ao mastro do Tucanic. Não tem saída.
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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