Desde que Israel trucidou centenas de crianças durante a sua ofensiva bestial sobre a Faixa de Gaza em 2008/2009 que perdi qualquer esperança de um dia o mundo conseguir dialogar com a nação que, atualmente, é a maior ameaça à humanidade. E que, ironicamente, é a nação belicosa mais “compreendida” pelas grandes potências e pela imprensa internacional.
A humanidade ter que aceitar os crimes hediondos que os israelenses praticam sem parar passou a ser um fato da vida sobretudo porque, à diferença de Irã, Cuba, Coréia do Norte e outros regimes fechados, Israel é considerado um país “democrático”.
No sentido de os cidadãos israelenses de primeira classe terem condições de escolher livremente seus governantes, sim, Israel é um país democrático. E é nesse ponto que a descontrolada potência militar do Oriente se torna mais perigosa, pois ser uma democracia lhe confere uma espécie de licença para matar, outorgada pelo Ocidente.
Essa licença se dá através do espaço indesculpável concedido pela imprensa internacional para as desculpas esfarrapadas e para as provas forjadas que Israel apresenta após cada massacre de pobres coitados armados com paus, pedras e, como se vê agora, também com estilingues e facas.
O vídeo divulgado por Israel que mostraria seus soldados sendo atacados ao desembarcarem nas naves da “Flotilha da Liberdade”, é uma piada. Homens e mulheres civis só atacariam com canos e estilingues uma força militar armada até com mísseis se essa gente tivesse sido atacada antes do desembarque israelense. Não foi ataque, foi resistência aos que atacavam, é óbvio.
É por isso que, neste momento, a imprensa daqui teve que recuar, porque a reação internacional contra o novo massacre perpetrado por Israel é de perplexidade e revolta – mais uma vez. Contudo, no dia de mais um crime israelense, imaginem o que fez a Globo. Simplesmente pôs um judeu simpaticão no programa do Jô Soares. De kipá na cabeça e tudo.
Enquanto escrevo, o entrevistado, cujo nome não me interessa, está enaltecendo Israel, suas forças armadas e sua cultura. Acaba de dizer que o ponto alto dos soldados israelenses é a moral deles, sua capacidade de doação ao próximo e outras barbaridades. Em seguida, começou a enumerar celebridades judias…
É claro que, num primeiro momento, a mídia daqui e de toda parte terá que criticar Israel. E as potências também. A covardia e a insanidade do ato que o país perpetrou gritam de forma ensurdecedora. Mas será só num primeiro momento. À diferença do que se faz contra Cuba ou Irã – que estão permanentemente sendo acusados -, contra Israel as críticas não sobreviverão uma mísera semana.
É assim que funciona a licença para matar que a mídia dá a esses assassinos dementes. Por meio da hipocrisia, do deboche, da falta de memória das massas e da impotência dos justos. Não demora, portanto, e Israel voltará a usar a licença macabra que o Ocidente lhe outorga.
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