domingo, 4 de julho de 2010
O presidente Lula bate na tecla de que a cooperação entre a África e o Brasil é particularmente positiva para o continente africano, porque tal relação se dá sobre uma base de solidariedade.
É com esse caráter que o Brasil procura se diferenciar do que já é oferecido pelos países desenvolvidos e até mesmo países emergentes, como a China.
Os chineses são de longe os que alimentam relações comerciais mais intensas com a África. O comércio entre a China e os países africanos já supera US$ 100 bilhões, cerca de quatro vezes mais que o Brasil.
A seu favor, o governo brasileiro cita um crescimento estelar nos últimos sete anos – os da era Lula. Entre 2002, início do governo, e 2009, o comércio saltou de US$ 6 bilhões para US$ 24 bilhões entre o Brasil e o continente.
Em particular com o grupo de 15 países do oeste africano, o comércio foi de US$ 1,8 bilhão para US$ 6,8 bilhões no mesmo período.
Além do quê, em várias ocasiões porta-vozes dos países africanos expressaram sua indignação com o fato de a China investir em projetos no continente, mas importar a mão-de-obra requerida para os empreendimentos – anulando assim um dos benefícios mais evidentes do investimento externo, a criação de empregos.
Já o Brasil, como lembrou o presidente, está criando na cidade de Redenção, no Ceará, uma universidade para 10 mil alunos – 5 mil brasileiros e 5 mil africanos – que deverá capacitar jovens africanos com o objetivo de que eles voltem para o continente e engrossem "os quadros de que a África tanto precisa" para se desenvolver.
O presidente também citou parcerias na área agrícola, incluindo 35 projetos que o escritório da Embrapa, a agência agrícola brasileira, desenvolve em 16 países africanos, totalizando US$ 10 milhões.
O representante regional da Embrapa em Acra, Gana, Leovegildo Lopes de Matos, disse à BBC Brasil que a transposição de experiências do Brasil para a savana africana "mudará a forma como os países africanos veem a cooperação agrícola".
As parcerias neste setor inauguraram o que o governo brasileiro já chama de "diplomacia sul-sul-norte", na qual recursos de países desenvolvidos alimentam as iniciativas acertadas entre países em desenvolvimento.
Ao falar durante o encontro entre o Brasil e os países africanos, o presidente da comissão executiva da CEDEAO, James Victor Gbeho, disse que as parcerias com o Brasil são "sem precedentes".
"Entretanto, o relacionamento não pode ser apenas sentimental", afirmou. "Desejamos uma relação dinâmica que melhore os padrões de vida de nossos povos." (Da BBC Brasil)
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
Nenhum comentário:
Postar um comentário