domingo, 3 de abril de 2011

Bola fora para o racismo


Na semana em que o deputado Jair Bolsonaro expôs, da maneira mais grosseira, sua intolerância racista, ganha um significado especial o fato de o Vasco da Gama jogar hoje contra o Bangu com uma camisa toda preta, com os dizeres “Respeito e Igualdade”, lembrando os gloriosos “camisas negras” , campeões de 1921, quando foi um escândalo a presença de negros num time do então aristocrático futebol.Tanto que, embora campeão, o time foi excluído da liga principal, por insistir na escalação de negros.

E muito legal que o Bangu seja o adversário, por que tinha, na mesma década de 20, muitos negros e mulatos em seu time, conhecido como os “Multatos Rosados”, dizem que numa alusão às faixas vermelhas de seu uniforme desbotarem com o suor dos jogadores.

Os episódios de racismo explícito no futebol, infelizmente, persistem quase um século depois, sobretudona Europa, partido de grupos de extrema direita, neonazistas, sem que as punições já previstas no Estatuto da Fifa sejam aplicadas com o máximo rigor.

Esperemos que a Câmara dos Deputados, a mesma que votou a lei Caó, que faz do racismo um crime inafiançável, não se porte com passividade no caso do Deputado Bolsonaro. Que se entenda que – na política, tal como no futebol – os atos concretos de repúdio ao racismo tem o poder de educar a sociedade e dissolver os preconceitos arraigados no tempo.

Boa sorte ao Vasco e ao Bangu, comandado pelo valentíssimo negro Marcão, cuja carreira no futebol carioca como jogador foi sinônimo de disposição e combatividade e espírito esportivo.

Do Blog TIJOLAÇO.COM

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