sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Camila Vallejo: quem é esta garota?


Haroldo Ceravolo Sereza / Opera Mundi

"Quarta-feira, 31 de agosto, ela estará em Brasília: a confirmação de que Camila Vallejo realmente viria para a manifestação que a União Nacional dos Estudantes organizava para esta semana na capital brasileira chegou ao Opera Mundi na forma de um despacho da Adital (Agência de Informação Frei Tito para América Latina), junto com uma breve entrevista com a líder estudantil que lidera as maiores manifestações políticas em andamento na região.

Era terça-feira, o dia já estava acabando, mas mesmo assim a redação se mobilizou: concluímos que tínhamos de ir a Brasília. Os colaboradores do Opera Mundi no Chile já estiveram com ela, já registraram suas palavras de ordem, a repressão que ela e os estudantes chilenos enfrentam, já contaram que ela não gosta de ser tratada como musa. Mas ainda assim a redação não estava contente.

Quando cheguei à sede do Banco Central, em Brasília, pouco depois das 9h da manhã, Camila Vallejo já estava sobre o caminhão de som da UNE. Discursava uma outra garota, de camiseta azul como a que ela também usava e minissaia branca. Mas não era Camila. Falava um português fluente. Mais tarde conferi a identidade, era Clarissa Alves da Cunha, estudante de ciências sociais da PUC-RJ e vice-presidente da UNE.

Minutos depois, o microfone passa para as mãos da chilena. Camila, 23 anos, pouco mais de 1,60 m de altura e cabelos, não se intimida nem com o sol forte nem com a plateia brasileira. Usando também uma pochete na cintura e um boné na cabeça (lá de baixo só dava pra ver que ele era verde), fala firme em espanhol. Afirma que a luta chilena e a brasileira são semelhantes, pois buscam ampliar a educação pública nos dois países. Não diminui o ritmo, não simplifica o discurso, trata da violenta reação da polícia. E faz os manifestantes puxarem uma palavra de ordem em espanhol: . “¡Y/ va a caer/ va a caer/ la educación/ de Pinochet!” Pegou e cresceu. Um garoto cabeludo e de cara pintada empolgou-se e comentou com a colega a seu lado: “Ela quer unir os países, véio!”
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