Eles continuam a soltas aterrorizando "os fatos" e "torturando" a consciência do leitor
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Há cerca de um ano este post, como tantos outros aqui publicados, se ocupava de analisar o descrédito que parte significativa da imprensa brasileira esta atolada em uma batalha quase perdida, que depois mostrou-se, de fato, uma derrota simbólica: Os principais órgãos de comunicação brasileiros colocaram na arena política seus pesados editoriais, matérias comprometidas com suas escolhas eleitorais e subverteram a verdade, em nome de uma vitória a qualquer custo e perderam mais uma vez.
E não foi só a derrota política eleitoral, mas a credibilidade que se perde diariamente e, muito pior, faz crescer a idéia entre leitores ocasionais de que alguns impressos ou televisivos ou da internet, são parciais até a última gota de tinta daquilo que publicam.
O caso José Dirceu mostrou que este post poderia ter sido escrito ontem e passaria, quase despercebido, como um texto desta safra de novas manipulações e subversões da realidade que, parte da grande imprensa brasileira, se apegou como principal ferramenta para "convencer a sociedade de "suas verdades".
Vale aqui a pergunta capital a este momento de decadência moral da imprensa: vale a pena consumir informação de certos setores da imprensa, sustentá-los economicamente?
Creio que não, pois este desembolso constitui sério prejuízo material e intelectual lastimável ao leitor.
Portanto não os "alimente", já que sua contribuição poderá se voltar contra sua realidade.
Você crê em tudo que lê em grandes jornais e tradicionais revistas
do Brasil?
Setores da imprensa brasileira, os mais tradicionais e conservadores, passam por uma séria crise, além da financeira, claro: a crise de credibilidade.
A sua capacidade de formar opinião a respeito dos mais variados assuntos, principalmente o pensamento político do leitor comum, está comprometida.
O que se percebe é uma queda nas tiragens impressas e assinaturas de jornais e revistas tradicionais, que concentram a quase totalidade da verba publicitária destes formatos. Resultado da queda de credibilidade, entre tantos outros fatores? É o que parece ser: ninguém gosta de jogar dinheiro fora naquilo que não acredita...
Mas por que esta crise?
As pessoas, em geral, consomem notícia em busca de informação do dia-a-dia, como entretenimento, esporte, arte, cultura ou todas estas opções juntas.
As pessoas fazem pela crença de receber informação real como troco do valor que desembolsam pelo exemplar na banca ou pela assinatura mensal, indiscutivelmente conectada com o contexto político e social vivido.
Interesses do leitor comum X Interesses do leitor conservador segmentado
Creio existir dois tipos de leitores: o que busca se informar, possuir capital cultural para subsidiar suas decisões diárias e/ou se abastecer de tais informações para enfrentar a competição de mercado que travam em suas profissões ou negócios. A informação para essas pessoas é ferramenta vital para estar "em dia" com os acontecimentos recentes e relevantes de sua cidade, país e do mundo, sobre suas predileções ou mesmo sobre os ramos de atividades que exercem.
Este leitor parece ser o que se afasta do tipo de jornalismo praticado por setores conservadores da mídia: comprometidos até a última fatura à interesses dos mais diversos, invocando uma suposta imparcialidade para informar ao leitor suas "verdades" e parcialidades camufladas de "análises aprofundadas", rotuladas por "especialistas infalíveis".
Estes leitores parecem mais atentos a outras fontes, até pouco tempo consideradas "alternativas", no sentido do pouco crédito que o termo "alternativo" era significado em oposição ao noticioso oficial da grande imprensa.
Informações viáveis nos dias de hoje, destacadas na fragmentação das opções de notícias, pontos de vista e editoriais veiculados pela internet. Este tipo de leitor parece ter descoberto uma nova e concreta possibilidade de informação e a sustenta, conferindo credibilidade e ajudando a construir musculatura econômica, essenciais para subsistir e fazer crescer os veículos de informação emergentes.
Neste ambiente de múltiplas opções a mídia formadora de opinião sofre concorrência por todos os lados, tem mais dificuldade em fazer valer "na marra" algumas idéias e ideais próprios para os demais leitores. A informação agora está ao alcance dos teclados do leitor comum, que cada vez mais tem acesso a rede, o que torna mais promissor e democrático este ambiente: a diversidade pode superar o pensamento único.
Existe outro tipo de leitor, o que busca fontes que reitere seu pensamento ou pelo contrário, em que suas opiniões alimentem os editoriais que consomem e se retroalimentam, em um ambiente circular-segmentado, hermético à diversidade de opiniões e opções acerca dos mais variados temas, tratando os fatos pelo viés descolado da realidade das pessoas em geral, apenas para prevalecer a visão de mundo de um segmento que sustenta e mantém viva uma imprensa cada vez mais conservadora e representando apenas o pensamento de um pequeno grupo social. Ainda detentora de considerável poder de alcance.
Este tipo de leitor aposta em uma imprensa que inverta a realidade vigente para superar o contexto social, político e econômico que lhe opõe.
Prejuízo material e intelectual
Portanto consumir informação de certos setores da imprensa, sustentá-los economicamente, constitui prejuízo material e intelectual lastimável, propaganda enganosa para o primeiro tipo de leitor, claro. Pois desembolsar qualquer quantia para pagar por jornais ou revistas impressas que desvirtuam a realidade e apostam na desinformação para, a qualquer custo, (de)formar opinião para fazer valer seus interesses ou de seus associados políticos e econômicos, dificulta ou impossibilita o intuito das pessoas comuns, leitores cotidianos, de se inteirarem do conteúdo informacional que necessitam para tocar suas vidas com êxito e dignidade.
Publicado originalmente em 09/08/2010
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