Quando o ator Paulo Cesar Pereio cunhou a frase "fui expulso da suruba
por mau comportamento", ele disse que inventou para 'zoar' Jô Soares
(que o entrevistava só enfatizando a parte encandalosa da vida do ator).
Não imagiva que ao inventar a frase surreal, a vida imitaria a arte, e a TV Globo acabou por "oficializar" a frase, com a expulsão de um participante (Daniel) do BBB-12 por "mau comportamento" (um suposto estupro de vulnerável).
O BBB-12 é uma suruba "romantizada". Para se adequar à TV aberta, a suruba tem que ser "bem comportada".
A produção confina homens e mulheres em uma casa para levarem uma vida hedonista, tal qual numa suruba.
Não há quartos individuais e nem cama individual para todos. A produção mobilia a casa de forma que alguns participantes tenham que dormir juntos em camas de casal. Tal qual numa suruba.
Os trajes fornecidos pela produção são mínimos, exacerbando a exibição e contato físico dos corpos, 24hs por dia, entre jovens com os hormônios à flor da pele, confinados durante semanas. Isso sem ter o que fazer o dia todo, e sendo incentivados à "pegação". A diferença da suruba é apenas a ausência do nu total.
O programa força a troca de intimidades, com banho na frente de todos, troca de roupa na frente de todos, e coisas do gênero, tal qual numa suruba.
O apresentador, Pedro Bial, toda hora puxa o assunto incentivando a fornicação. Fala da oferta de camisinhas, da libido, da pegação. É como se fosse uma espécie de "âncora" da suruba romantizada com frases como "o amor é lindo".
Não vale sexo explícito como num filme pornô, mas isso é contornado pelo fornecimento de providenciais edredons, onde, debaixo deles, vale quase tudo.
Para completar a suruba, na casa é promovida festas com "open-bar" (bebidas à vontade, "di gratis"). Os porres são comuns, o que reduz o discernimento comportamental das pessoas e libera os instintos primais, com pessoas extravasando seu desejo sexual em frente aos outros e em frente às câmaras, tal qual numa suruba.
Todo mundo sabe que pessoas que ultrapassam seu limite na bebida, além da conta, precisam de cuidados dos amigos, as vezes precisam ser vigiadas, ou serem levadas à seu quarto onde podem dormir (e em segurança), até voltarem à sua consciência normal.
Só em surubas as pessoas que "apagam" com bebida ficam vulneráveis, e o corpo de quem fica desacordado "não tem dono", para outros que perdem os escrúpulos fazerem o que quiserem, como fariam com uma boneca de borracha comprada em um sexy-shop. E foi isso que os fãs do BBB12 entenderam que viram acontecer, ao ver ao vivo na tela da TV, dentro dos estúdios da Globo.
A TV Globo está em mau lençóis, pois, ao que tudo indica, proporcionou os meios para o "mau comportamento na suruba" e não protegeu os vulneráveis, que estavam sob sua guarda.
Em tempo: vale a pena ler também A Constituição é letra morta? no Tijolaço.
Não imagiva que ao inventar a frase surreal, a vida imitaria a arte, e a TV Globo acabou por "oficializar" a frase, com a expulsão de um participante (Daniel) do BBB-12 por "mau comportamento" (um suposto estupro de vulnerável).
O BBB-12 é uma suruba "romantizada". Para se adequar à TV aberta, a suruba tem que ser "bem comportada".
A produção confina homens e mulheres em uma casa para levarem uma vida hedonista, tal qual numa suruba.
Não há quartos individuais e nem cama individual para todos. A produção mobilia a casa de forma que alguns participantes tenham que dormir juntos em camas de casal. Tal qual numa suruba.
Os trajes fornecidos pela produção são mínimos, exacerbando a exibição e contato físico dos corpos, 24hs por dia, entre jovens com os hormônios à flor da pele, confinados durante semanas. Isso sem ter o que fazer o dia todo, e sendo incentivados à "pegação". A diferença da suruba é apenas a ausência do nu total.
O programa força a troca de intimidades, com banho na frente de todos, troca de roupa na frente de todos, e coisas do gênero, tal qual numa suruba.
O apresentador, Pedro Bial, toda hora puxa o assunto incentivando a fornicação. Fala da oferta de camisinhas, da libido, da pegação. É como se fosse uma espécie de "âncora" da suruba romantizada com frases como "o amor é lindo".
Não vale sexo explícito como num filme pornô, mas isso é contornado pelo fornecimento de providenciais edredons, onde, debaixo deles, vale quase tudo.
Para completar a suruba, na casa é promovida festas com "open-bar" (bebidas à vontade, "di gratis"). Os porres são comuns, o que reduz o discernimento comportamental das pessoas e libera os instintos primais, com pessoas extravasando seu desejo sexual em frente aos outros e em frente às câmaras, tal qual numa suruba.
Todo mundo sabe que pessoas que ultrapassam seu limite na bebida, além da conta, precisam de cuidados dos amigos, as vezes precisam ser vigiadas, ou serem levadas à seu quarto onde podem dormir (e em segurança), até voltarem à sua consciência normal.
Só em surubas as pessoas que "apagam" com bebida ficam vulneráveis, e o corpo de quem fica desacordado "não tem dono", para outros que perdem os escrúpulos fazerem o que quiserem, como fariam com uma boneca de borracha comprada em um sexy-shop. E foi isso que os fãs do BBB12 entenderam que viram acontecer, ao ver ao vivo na tela da TV, dentro dos estúdios da Globo.
A TV Globo está em mau lençóis, pois, ao que tudo indica, proporcionou os meios para o "mau comportamento na suruba" e não protegeu os vulneráveis, que estavam sob sua guarda.
Em tempo: vale a pena ler também A Constituição é letra morta? no Tijolaço.
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