Nesta terça-feira o dia da presidenta Dilma Rousseff em Havana, capital cubana, começa com homenagens a José Martí – considerado herói nacional, líder do movimento de independência cubano.
Haverá também reuniões de trabalho entre Dilma e o presidente cubano, Raúl Castro, além de conversas com os ministros brasileiros e cubanos.
Apesar da pressão de movimentos de direitos humanos de Cuba, a presidenta pretende concentrar as conversas, durante sua visita, em temas econômicos.
As questões relativas a direitos humanos, como os apelos para a abertura política e as ações da jornalista e blogueira Yoani Sánchez, não devem ser discutidos publicamente.
Ao tratar da questão, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, sinalizou que para o governo brasileiro, houve avanços no que se refere às negociações entre o governo Castro, a Igreja Católica e a intermediação do governo espanhol para a libertação de 52 dissidentes políticos. Também condenou o funcionamento da prisão de Guantánamo – mantida pelos norte-americanos em território cubano.
Na tarde desta terça-feira, Dilma irá ao Porto de Mariel, a 50 quilômetros de Havana. Há obras de ampliação no porto com o apoio de empresários e do governo brasileiro.
As obras são apontadas pelas autoridades cubanas como um projeto estratégico para o aumento do intercâmbio comercial do país. O Brasil financia 80% das obras, em um total de US$ 683 milhões.
Na conversa que teve com autoridades cubanas no começo desta semana, Patriota recebeu a informação de que a ideia é transformar a região portuária de Mariel em um centro industrial.
Um dos projetos é a construção de uma indústria de vidros na área. O Brasil deve manifestar apoio a esses projetos, pois a presidenta quer aumentar as parcerias e os acordos bilaterais com os cubanos.
Até segunda-feira à noite não foi confirmado o encontro de Dilma com Fidel Castro, de 85 anos, ex-presidente de Cuba que governou o país até 2008.
A presidenta chega a Cuba no auge da abertura econômica. As mudanças em curso fazem parte de um conjunto de ações para vencer as dificuldades geradas pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde 1962.
Desde 2010, Raúl Castro instaurou um processo de abertura da economia. As decisões envolvem o estímulo à demissão voluntária de funcionários públicos, a liberação da compra de automóveis e imóveis, a permissão para atividades autônomas e o incentivo à agricultura familiar.
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