“Já se anuncia a guerra entre a mídia e os
que defendem a CPI, que deve convocar Roberto Civita, da Abril; o argumento
será o de que a liberdade estará em risco no Brasil, mas o que realmente a
ameaça é a indústria de grampos clandestinos; leia editorial do 247 em defesa
da CPI ampla e irrestrita
Editorial, Brasil 247
Os exércitos já começam a ser posicionados
para uma guerra santa. Nos próximos dias, diversas vozes se levantarão contra
os golpes desferidos contra a liberdade de expressão no Brasil. O governo Dilma
começará a ser comparado ao de vizinhos latino-americanos, como os de Cristina
Kirchner, na Argentina, Hugo Chávez, na Venezuela, e Rafael Corrêa, no Equador,
quem vêm sendo sistematicamente acusados de censurar e amordaçar a imprensa.
No entanto, o Brasil vive hoje sua
plenitude democrática, no que diz respeito à liberdade de expressão. Veículos
de comunicação, jornalistas, blogueiros e leitores podem expressar livremente
seus pontos de vista, sem que sofram qualquer tipo de represália. No mundo
online, a informação chega em tempo real, pode ser contestada, checada,
confrontada e o leitor tem papel decisivo na apuração da verdade. No 247, por
exemplo, não há censura alguma aos comentários, nem mesmo quando somos
criticados. A liberdade é plena, total e irrestrita.
Apesar disso, a guerra santa está
declarada. O primeiro grito de combate foi dado pelo deputado Fernando Ferro
(PT/PE), que prometeu convocar o empresário Roberto Civita, dono da Editora
Abril, para que explique as relações da revista Veja com o bicheiro Carlos
Cachoeira. Como já foi divulgado, o diretor da sucursal brasiliense da
publicação trocou vários telefonemas com o contraventor e há sérios indícios de
que a gangue de Cachoeira tenha fornecido vários grampos e filmes ilegais à
publicação. De acordo com o jornalista Ricardo Noblat, boa parte do PT pretende
transformar a CPI do Cachoeira em “CPI da Veja”.
É neste quadro que várias forças da chamada
“opinião pública” começam a se posicionar. Na sua capa deste fim de semana, a
revista Carta Capital, do jornalista Mino Carta, elencou a revista Veja entre
os agentes que temem a realização de uma CPI. Paulo Henrique Amorim, do
Conversa Afiada, é um dos principais incentivadores da investigação contra uma
revista que ele define como “detrito de maré baixa”. Luís Nassif, por sua vez,
questiona se a mídia saberá vencer seu corporativismo natural e se o Ministério
Público estará à altura dos desafios que se avizinham.”
Editorial Completo, ::Aqui::
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