Correio do Brasil
“Os governadores de Goiás, Marconi Perillo
(PSDB), do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral
Filho, e o dono da revista semanal de ultradireita Veja, Roberto Civita, além do senador Demóstenes Torres –
que figura em primeiro lugar na lista dos convocados para a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira – deverão ser ouvidos
no Congresso sobre as ligações que manteriam com o crime organizado no país. Segundo
o deputado Fernando Ferro (PT/PE), Civita deverá ser convocado para explicar os
cerca de 200 telefonemas trocados entre o redator-chefe da revista em Brasília,
Policarpo Júnior, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A CPI também deverá
investigar os engavetamentos de investigações pelo Procurador-Geral da
República, Roberto Gurgel, e as relações entre Demóstenes Torres e o ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Nas duas últimas semanas, o noticiário da
revista tenta tergiversar com uma tentativa de trazer à pauta o noticiário do
julgamento, no STF, que tende a inocentar vários dos acusados de integrar um
possível sistema organizado de corrupção na Câmara e no Senado. A CPI também
terá a oportunidade de verificar o que há por trás das denúncias que os
veículos da mídia conservadora estabeleceram como “mensalão”, após a PF
descobrir que haviam interesses nada republicanos, e sim, ao que tudo indica,
de organizações criminosas com interesses escusos contrariados na série de
denúncias que culminou, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, na queda do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Nos grampos efetuados pela PF e vazados
para a imprensa, aparecem telefonemas de Cachoeira para Policarpo Júnior que
levantam suspeitas de que o bicheiro encomendava matérias de seu interesse para
lhe favorecer nos negócios ou prejudicar seus inimigos. Dono da empreiteira
Delta, Fernando Cavendish também está na lista dos possíveis convocados para
depor na CPMI do Cachoeira. Ele é amigo pessoal dos governadores Marconi
Perillo (Goiás) e Sérgio Cabral Filho (Rio de Janeiro), responsáveis pela
liberação de recursos milionários para obras do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) em
seus Estados.
Na véspera, a ministra do Planejamento,
Miriam Belchior, reafirmou a intenção do governo de investigar todas as
denúncias que envolvem a Delta Construções, maior empreiteira do PAC e corrigir
eventuais irregularidades. A empreiteira, com acesso franqueado aos governos
estaduais do Rio de Janeiro e de Goiás, é citada na Operação Monte Carlo, que
prendeu o bicheiro Cachoeira. O diretor regional de Brasília e Goiás, Cláudio
Abreu, é apontado como integrante do esquema de Carlinhos Cachoeira.
– Isso vai ser investigado. De qualquer
maneira, qualquer irregularidade terá de ser corrigida, como a gente sempre faz
cada vez que elas são identificadas – disse a ministra.
A Delta Construções recebeu do governo de
Marconi Perillo, entre janeiro de 2011 a março deste ano, R$ 151,5 milhões em
contratos licitados, segundo informações do site ComprasNet, da Secretaria
estadual de Gestão e Planejamento, e do Transparência Goiás. Em 2010, por sua
vez, na gestão do então governador Alcides Rodrigues, a administração estadual
pagou à Delta cerca de R$ 46,7 milhões em serviços de custeio para manutenção
de atividades de instâncias de governo. O chega a ser oito vezes maior do que
em 2009, quando a empresa recebeu apenas R$ 5,5 milhões.”
Matéria Completa, ::Aqui::
Nenhum comentário:
Postar um comentário