Conversas indicam que Cachoeira já ocupava casa de Perillo antes de registro
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Conversas telefônicas apresentadas pelo relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), indicam que o empresário Carlinhos Cachoeira e sua mulher, Andressa Mendonça, já eram os ocupantes de fato da casa que pertencia ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), dois meses antes do registro da venda do imóvel em cartório.
Perillo nega que tenha feito qualquer negócio com o empresário, preso sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro desde 29 de fevereiro. O governador afirma que a casa foi vendida por R$ 1,4 milhão ao empresário Walter Paulo Santiago. A Polícia Federal suspeita que Santiago tenha servido como laranja de Cachoeira, que foi preso neste mesmo imóvel em fevereiro deste ano. Santiago nega.
A transcrição dessa conversa, gravada, segundo Cunha, no dia 9 de maio de 2011, foi apresentada ao arquiteto Alexandre Milhomem, que presta depoimento à CPI do Cachoeira nesta terça-feira (26).
Uma semana antes, em 2 de maio, Perillo havia recebido de um assessor seu o último de três cheques emitidos pela empresa Excitant Confecções, pertencente a uma cunhada de Cachoeira. O tucano afirma nunca ter atentado para o emitente dos cheques. O registro em cartório ocorreu apenas em 13 de julho de 2011, em nome da empresa Mestra Participações, administrada por Walter Paulo Santiago.
Milhomem confirmou à CPI que foi contratado por Cachoeira e Andressa Mendonça para fazer a decoração interna do imóvel. Ele afirma que foi chamado para esse serviço em julho, data que casaria com a escritura da transação da casa. No entanto, disse não ter certeza da data correta após confrontado com a transcrição de conversa entre ele e Cachoeira. No diálogo, lido por Odair Cunha, Milhomem afirma ao empresário estar aguardando liberação para entrar no condomínio onde ficava a casa de Perillo.
Antes disso, ele afirma que tinha sido contratado no fim de fevereiro por Cachoeira e Andressa para fazer o projeto de uma nova casa, que seria construída futuramente. Para esse serviço, o arquiteto afirma ter cobrado R$ 50 mil, a serem pagos em cinco parcelas de R$ 10 mil. Os áudios interceptados pela Polícia Federal indicam exatamente esse valor, mas não deixam claro qual era o serviço.
Milhomem diz que depois disso, por volta de abril, Cachoeira e Andressa lhe disseram para interromper o projeto da nova casa. Como o serviço inicialmente contratado, segundo ele, não foi concluído, o arquiteto afirma que os clientes ficaram com crédito e que, com isso, os serviços de decoração interna em uma outra casa --a vendida por Perillo-- foram cobertos pelos mesmos R$ 50 mil inicialmente acertados.Uol.
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