terça-feira, 26 de junho de 2012

Morales teme golpe à la Paraguai em greve policial


"A direita está buscando mortos para desestabilizar o governo", diz o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre greve nacional de policiais; agricultores marcham a La Paz para defender democracia; "Cenário de golpe", vê ministra da Comunicação; precedente paraguaio aumentou riscos

Brasil 247

O exemplo do Paraguai, onde o presidente Fernando Lugo foi alvo de impeachment, na sexta-feira 22, depois de apenas 30 horas da abertura do processo na Câmara dos Deputados, pode ser aplicado na Bolívia. É o que teme o presidente Evo Morales, cujo governo enfrenta uma greve nacional de policiais. No domingo 24, houve conflitos entre tropas do governo e grevistas. "A direita quer produzir mortes para dar impulso à greve e desestabilizar o país", disse Morales, convocando a população, indiretamente, a defender seu mandato. O apelo já está sendo atendido, com marchas de camponeses sendo organizadas no interior para chegarem ainda nesta semana a La Paz. As marchas terão caráter essencialmente político, organizadas para sustentar as mudanças promovidas por Evo e se colocar contra qualquer iniciativa de ruptura institucional.

O receio é o da repetição, em moldes semelhantes, do que foi considerado um golpe parlamentar, no Paraguai. Depois que um conflito entre agricultores e policiais resultou em 17 mortos, na região de Caraguaty, a Câmara dos Deputados, em Assunção, votou a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Fernando Lugo na quarta-feira 20 e, na sexta 22, o Senado consumava a destituição. Fora do poder, Lugo, nesta segunda 25, anunciou a constituição de um governo paralelo. O presidente empossado Federico Franco considerou a iniciativa "uma piada". Brasil, Argentina e Uruguai não reconheceram e não devem reconhecer tão cedo o novo governo. O Paraguai, enquanto isso, está suspenso do Mercosul.”
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