quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A presença da Opus Dei na politica no Brasil e na América Latina

A presença da Opus Dei na politica no Brasil e na América Latina. 17510.jpeg
Bento XVI saúda D. Javier Echevarría Rodríguez,  Bispo titular de Cilibia, Prelado da Prelazia Pessoal do  Opus Dei,  Foto Flickr (Escritório de informação do Opus Dei
A Opus Dei atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil.
O elo com a imprensa é o curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do "Estadão" e da Rádio Eldorado.
O segundo homem da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do Povo").
Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa - SIP (na sigla em espanhol).
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Analisando a estrutura de classes dos países latino-americanos, Darcy Ribeiro identificava como segmento hegemónico dentro das classes dominantes o corpo de gerência das transnacionais. Ponta de lança do imperialismo, é ele quem dita ordens e impõe ideologias às demais fracções e, em muitos casos, organiza-as politicamente. A desnacionalização das economias latino-americanas na década de 90 agravou este quadro. A alteração de mais relevo no perfil da classe dominante verificada no bojo deste processo é o crescimento da influência da Opus Dei. Sustentada pelo capital espanhol, a organização controla jornais, universidades, tribunais e entidades de classe, sendo hoje peça chave para se compreender o processo político no continente, inclusive no Brasil, onde quer eleger Geraldo Alckmin presidente da República.
Mas o que é afinal, a Opus Dei (em latim, Obra de Deus)?
Em seu campo original de atuação, é a vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica. "Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo" teria dito seu fundador, Josemaria Escrivá de Balaguer, sobre o Vaticano II, no relato do jornalista argentino Emilio J. Corbiere no seu livro "Opus Dei. El totalitarismo católico".
Fundada na Espanha em 1928, a organização foi reconhecida pelo Vaticano em 1947. Em 1982, foi declarada uma prelatura pessoal, o que, sob o Direito canónico, significa que só presta contas ao papa e que seus membros não se submetem à jurisdição dos bispos. "A relação entre Karol Wojtyla e a Opus Dei" conta o teólogo espanhol Juan José Tamayo Acosta "atinge seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível ascensão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio altivamente, primeiro no esboço e depois na colocação em prática do processo de restauração da Igreja católica sob o protagonismo do papa e a orientação teológica do cardeal alemão Ratzinger."
Fontes ligadas à Igreja Católica atribuem o poder da Obra à quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982.
Obscurantismo e misoginia são traços que marcam a organização. Exemplos podem ser encontrados nas denúncias de ex-adeptos como Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - Universidade de São Paulo (USP), que recentemente escreveu junto com mais dois ex-membros, o juiz Márcio Fernandes e o médico Dário Fortes Ferreira, o livro "Opus Dei - os bastidores". Em entrevista ao programa Biblioteca Sonora, da Rádio USP, Jean Lauand conta que a Obra tem um "Index" de livros proibidos que abrange praticamente toda a filosofia ocidental desde Descartes. Noutra entrevista, à revista Época, Jean Lauand denuncia as estratégias de fanatização dos chamados numerários, leigos celibatários que vivem em casas da organização: "Os homens podem dormir em colchões normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. São proibidas de segurar crianças no colo e de ir a casamentos". É obrigatório o uso de cinturões com pontas de ferro fortemente atados à coxa, como prática de mortificação que visa refrear o desejo. Mas os danos infligidos pelo fanatismo não se limitam ao corpo.
No site que mantém com outros dissidentes (http://www.opuslivre.org/), Jean Lauand revela que a Obra conta com médicos especialmente encarregados de receitar psicotrópicos a numerários em crise nervosa.
A captação de numerários dá-se entre estudantes de universidades e escolas secundárias de elite. Centros de estudos e obras de caridade servem de fachada. A Opus Dei tem forte presença na USP, em especial na Faculdade de Direito, onde parte do corpo docente é composta por membros e simpatizantes,como o numerário Inácio Poveda e o diretor Eduardo Marchi. Outro expoente da organização na USP é Luiz Eugênio Garcez Leite, professor da Faculdade de Medicina e autor de panfletos contra a educação mista. A Obra atua também na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de Brasília (UnB).
Fazendo a América
Mas a Opus Dei é mais que um tema de saúde pública. Ela tem, desde a origem, uma clara dimensão política. Durante a ditadura de Franco, praticamente fundiu-se ao Estado espanhol, ao qual forneceu ministros e dirigentes de empresas e órgãos governamentais. No fim da década de 40, inicia sua expansão rumo à América Latina. Não foi difícil conquistar adeptos entre oligarquias como as da Cidade do México, Buenos Aires e Lima, que sempre buscaram diferenciar-se de seus povos apegando-se a um conceito conservador de pretensa hispanidade. Um dos elementos definidores desse conceito é exatamente o integralismo católico.
Alberto Moncada, outro dissidente, conta em seu livro "La evolución del Opus Dei": "os jesuítas decidiram que seu papel na América Latina não deveria continuar sendo a educação dos filhos da burguesia, e então apareceu para a Opus Dei a ocasião de substituí-los - ocasião que não hesitou em aproveitar".
No Brasil, a organização deitou raízes em São Paulo no começo da década de 50, concentrando sua atuação no meio jurídico. O promotor aposentado e ex-deputado federal Hélio Bicudo conta que por duas vezes juízes tentaram cooptá-lo. Seu expoente de maior destaque foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)por Médici em 1972 e tio do atual governador de São Paulo. Acontece que nos anos 70, o poder da Opus Dei era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (T.F.P.) as simpatias dos católicos de extrema-direita.
Era natural, da mesma forma, que, alguns quadros dos regimes nascidos dos golpes de Estado de 1966 e 1976, na Argentina, e 1973, no Uruguai, fossem também quadros da Opus Dei. Mas segundo se lê no livro de Emilio J. Corbiere , sua atuação era ainda dispersa, o que não os impediu de controlar a Educação na Argentina durante o período Onganí (1966-70).
Já no Chile, a Opus Dei foi para o pinochetismo o que havia sido para o franquismo na Espanha. O principal ideólogo do regime,Jaime Guzmá, era membro activo da organização, assim como centenas de quadros civis e militares.
No México, a Obra conseguiu fazer Miguel de la Madrid presidente da República em 1982, iniciando a reversão da rígida separação entre Estado e Igreja imposta por Benito Juárez entre 1857 e 1861.
Internacional reacionária
A Opus Dei não criou o reacionarismo católico, antes, teve nele sua base de cultura. Mas sistematizou-o doutrinariamente e organizou politicamente seus adeptos de uma forma quase militar. Hoje, funciona como uma espécie de Internacional reaccionária, congregando, coordenadamente, adeptos em todo o mundo.
Concorrem para isto, nos anos 90, o ápice do poder da Obra no Vaticano e a invasão da América Latina por transnacionais espanholas.
A Argentina entregou suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e energia á Telefónica, Repsol, Iberia e Endesa, respectivamente. A Telefónica controla o sector também no Peru e em São Paulo. A Iberia já havia engolido a LAN, do Chile, onde a geração de energia também é controlada pela Endesa. Bancos espanhóis também chegaram ao continente neste processo.
No Brasil, o Santander comprou o Banespa e o Meridional, enquanto que o BBVA recebeu os ativos do Excel através do Proer, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
"A Opus Dei tem sido para o modelo neoliberal o que foram os dominicanos e franciscanos para as cruzadas e os jesuítas frente à Reforma de Lutero" compara José Steinsleger, colunista do diário mexicano "La Jornada".
A organização atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil. O elo com a imprensa é o curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do "Estadão" e da Rádio Eldorado. O segundo homem da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do Povo"). Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa - SIP (na sigla em espanhol).
Sedeada na Espanha, a Universidade de Navarra é a jóia da coroa da Opus Dei no negócio do ensino. Sua receita anual é de 240 milhões de euros. Além disso, a Obra controla as universidades Austral (Argentina), Montevideo (Uruguai), de Piura (Peru), de Los Andes (Chile), Pan Americana (México) e Católica André Bello (Venezuela).
Dentro da igreja católica, a Opus Dei emplacou, na última década, vários bispos e Cardeais na América Latina. O mais notável é Juan Luís Cipriani, de Lima, no Peru, amigo íntimo da ditadura de Alberto Fujimori. Em seu estudo "El totalitarismo católico em el Peru", o jornalista Herbert Mujica denuncia que quando o Movimento Revolucionário Tupac Amaru tomou a embaixada do Japão, em 1997, Juan Luís Cipriani, valendo-se da condição de mediador do conflito, instalou equipamentos de escuta que possibilitaram à polícia invadir a casa e matar os ocupantes.
Na Venezuela, a Obra teve papel essencial no fracassado golpe de 2002 contra Hugo Chávez. Um dos articuladores da tentativa foi José Rodríguez Iturbe, nomeado ministro das Relações Exteriores. Também participou da articulação à embaixada da Espanha, governada na época pelo neo-franquista Partido Popular (PP).
Após os reveses na Venezuela, as esperanças da Opus Dei voltaram-se para Joaquím Laví, no Chile, e Geraldo Alckmin, no Brasil, hoje seus quadros políticos de maior destaque. Joaquím Laví foi derrotado nas últimas eleições presidenciais chilenas em Dezembro. Resta o Brasil, onde a Obra tenta fazer de Geraldo Alckmin presidente e formar um eixo geopolítico com os governos Álvaro Uribe (Colombia) e Vicente Fox (México), aos quais está intimamente associada.
Entranhas mafiosas
Além das dimensões religiosa e política, a Opus Dei tem uma terceira face: a de sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e publicados em 1986 pelo jornal italiano "L´Expresso", a Obra determina que "os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem à Opus Dei."
Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos.
Entre os católicos, a Opus Dei é conhecida como "Santa Máfia", Emilio J. Corbiere lembra os casos de fraude e remessa ilegal de divisas nas empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, onde parte dos activos desviados financiaram a Universidade de Navarra. Bancos espanhóis são suspeitos de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. A Opus Dei também esteve envolvida nos episódios de falência fraudulenta dos bancosComercial (Uruguai, pertencente à família Peirano, dona de "El Observador") e de Crédito Provincial (Argentina).
Na Argentina os responsáveis pelas desnacionalizações da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por empresas espanholas, em dois dos maiores escândalos de corrupção da história do país, tiveram sua impunidade assegurada pela Suprema Corte, onde pontificava António Boggiano, membro da Opus Dei.
No Brasil, as pretensões de controlo sobre o Judiciário esbarram no poder dos Maçons.
A Opus Dei controla, porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo através da manipulação de promoções. Segundo fontes do meio jurídico paulista, de 25 a 40% dos juízes de primeira instância no estado pertencem à organização - proporção que se repete entre os promotores, no tribunal, a proporção sobe para 50 a 75%.
Recentemente, o tribunal, em julgamento secreto, decidiu pelo arquivamento de denúncia contra Saulo Castro Abreu Filho, braço direito de Geraldo Alckmin, acusado de organizar grupos de extermínio desde a secretaria de Segurança, e contra dois juízes acusados de participação na montagem desses grupos.
A fusão dos tribunais de Justiça e de Alçada, determinada pela Emenda Constitucional n.º 45, foi uma medida da equipe do ministro da Justiça, Mácio Thomaz Bastos, para reduzir o poder da Obra no judiciário paulista, cuja orientação excessivamente conservadora, principalmente em questões criminais e de família, é motivo de alarme entre profissionais da área jurídica.
Henrique Júdice Magalhães
No Pravda
Veja também Os segredos do Opus Dei - Grande Investigação

Até tu, Eliana?

Eliana Calmon recebe R$ 84,8 mil de auxílio alimentação


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Sei não, viu.Mas cada vez mais os metidos a honestos perdem o cabaço.Isso é, no mínimo, imoral!



Presidente em exercício do STJ ficou conhecida pela caça aos "bandidos de toga" e pelo rigor nas inspeções disciplinares nos tribunais, em busca de irregularidades em supercontra-cheques de magistrados em sua gestão na Corregedoria Nacional de Justiça
 
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Do Blog O TERROR DO NORDESTE.

Bento XVI seria gay enrustido

Georg Gänswein com Bento 16
Georg Gänswein, o Belo, continua morando com Bento XVI
O que já circulava nas redes sociais, onde vale tudo, acabou sendo publicado no site americano de jornalismo sério Huffington Post: há suspeita de que papa Bento XVI seja gay enrustido.
O site reproduziu as especulações do blogueiro católico gay Andrew Sullivan segundo as quais é no mínimo estranho que dom Georg Gänswein (foto),  56, continue sendo secretário de Bento XVI (foto), indo morar com ele, continuando a exercer a mesma função no pontificado do novo papa.
“Dois papas, um secretário”, escreveu Sullivan, acrescentando com malícia que Gänswein de dia ficará com um papa e, de noite, com outro. “Realmente há algo muito estranho acontecendo.”
O secretário foi apelidado pela imprensa italiana de “Georg, o belo”, por se destacar no Vaticano no quesito  beleza. Recentemente, ele foi capa da revista Vanity Fair, que colocou em manchete: “Padre Georg: não é pecado ser bonito”.
Huffington Post transcreveu Sullivan: “Esse companheiro macho e bonito do Bento 16 vai continuar a viver com ele, enquanto trabalhará para outro papa durante o dia. Será que podemos aceitar que se trata de um arranjo normal?”
Para reforçar suas suspeitas, Sullivan publicou em seu blog um relato de Gänswein sobre sua convivência diuturna com Bento XVI, de acordo com o livro “O papa não é gay”, de Angelo Quattrocchi.
Gänswein foi
capa de revista
Diz o livro: “Quando questionado se sentia nervoso na presença do Santo Padre, Gänswein espondeu que às vezes sim. E acrescentou: ‘Também é verdade que o fato de um conhecer ao outro e de estarmos juntos todos os dias cria uma sensação de familiaridade, o que me faz sentir menos nervoso. Obviamente que eu sei que estou diante do Santo Padre e, por isso, me comporto adequadamente. Contudo, há sempre algumas situações em que o coração bate um pouco mais forte do que o habitual’”.
Para Sullivan, “parece bastante óbvio” que “o atual papa é gay”, ainda que não tenha “explorado a sua sexualidade”.
Ultimamente, Bento XVI vinha pegando pesado com os homossexuais. Disse, por exemplo, em várias ocasiões que o casamento entre eles representa uma ameaça ao futuro da humanidade.
Agora, ao que parece, ele está recebendo o troco. Também pesado.

Lula dedica sua visita ao Maracanã aos trabalhadores que reformam o estádio






O presidente Lula visitou as obras do estádio do Maracanã, no Rio, ao lado do governador Sérgio Cabral, na manhã desta quinta-feira (28).

O estádio está sendo reformado para os jogos da Copa do Mundo em 2014 e da Olimpíada de 2016.

Lula discursou para os operários e comentou que irá ao jogo de reabertura do estádio dia 2 de junho, contra a Inglaterra, bater palmas não só para a seleção brasileira contra a Inglaterra, mas também para os trabalhadores que construíram o estádio.

Lindbergh fortalecido

Numa semana em que o PMDB do Rio esperneou com o crescimento do senador Lindbergh Farias (o pré-candidato do PT fluminense ao governo estadual), a impressão que ficou do encontro entre Lula e Cabral, onde ninguém falou sobre o assunto em público, é que cada um continua com seu respectivo pré-candidato.

Prêmio Bacurau, no Encontro do Movimento pela Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase


Na quarta-feira à noite, o presidente Lula recebeu o prêmio Bacurau, na abertura do 14º Encontro Nacional do Morhan (Movimento pela Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase). Lula ressaltou o papel do movimento na luta contra a hanseníase e o preconceiro. “Há uma coisa sagrada que é o dia em que as pessoas aprendam a levantar a cabeça e perecber que náo é menor que ninguém nesse país. E o Morhan fez isso pelos hansenianos. E a partir disso tudo fica mais fácil.

Lula: Por que a gente não começa a organizar a nossa mídia?

Do Viomundo - publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 17:33



Durante ato pelos 30 anos da CUT, Lula cumprimenta Vagner Freitas. Foto: Roberto Stuckert/Instituto Lula

por Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual

Sâo Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (27) que o movimento sindical e os setores progressistas da sociedade invistam mais na organização de seus próprios meios de comunicação, em vez de esperar imparcialidade da mídia tradicional em relação aos governos e às reivindicações de esquerda. Para ele, é preciso parar de reclamar por não ter saído no jornal ou ganhado destaque na imprensa. Os chamados formadores de opinião, disse Lula, eram contra as eleições diretas para presidente, contra o impeachment de Fernando Collor e contra a eleição dele e da atual presidenta, Dilma Rousseff.

Em ato pelos 30 anos da CUT, que serão completados em agosto, Lula disse que o próprio movimento sindical tem um aparato ‘poderoso’ de comunicação, mas desorganizado. “Quero parar de reclamar que os que não gostam de mim não dão espaço. Por que a gente não organiza o nosso espaço? Por que a gente não começa organizar a nossa mídia? Nós sabemos o time que temos, o time dos adversários e o que eles querem fazer conosco. 

Vocês têm de analisar qual é o espaço de imprensa que o movimento sindical tem.”
Dirigindo-se ao presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, Lula afirmou que a entidade tem de “dar um salto” e passar a atuar mais no auxílio aos movimentos sociais com pouca estrutura. “Não é apenas a luta corporativa. Esse economicismo é bom, mas não é tudo. Faça todas as brigas que tiver de fazer, internamente, mas quando terminar a CUT tem de ir pra rua. A CUT não nasceu para ficar dentro de um prédio.”

Segundo Lula, um dos criadores da CUT, em agosto de 1983, o radicalismo da central era necessário, nos primeiros momentos, para se firmar. “As pessoas não convidavam a gente para a festa deles. Tínhamos de falar grosso para subir um degrau. O importante é não perder o limite, a compreensão, as possibilidades da luta política, da correlação de forças.”

Assim, acrescentou, o movimento sindical não pode abrir mão de reivindicar, mas deve também saber negociar. “Se vocês virarem dirigente sindical chapa-branca, não vale a pena. Se for só do contra, também não vale a pena. Para valorizar o que a CUT tem feito e vai fazer, temos de imaginar como seria o Brasil sem ela. É preciso repensar o papel histórico da CUT.”

O ato teve a presença de todos os ex-presidentes da central: Jair Meneguelli (1983-1994), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (1994-2000), Kjeld Jakobsen (interino, de maio a agosto de 2000), João Felício (2000-2003), Luiz Marinho (2003-2006) e Artur Henrique (2006-2012). Dois prefeitos foram à cerimônia – o próprio Marinho, reeleito em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e Carlos Grana, de Santo André.

Leia também:

Regulação da mídia é questão de Estado






Água afoga a Globo


 Do Conversa Afiada -  Publicado em 28/02/2013
Tem razão o Nunca Dantes: é preciso colocar o pepino azul no seu devido lugar

A Presidenta Dilma Rousseff denunciou a Globo (sem citá-la), ao se referir aos que anunciaram o apagão e, agora, com a chuva e a normalidade, se calam.

Eles não têm responsabilidade nenhuma sobre os estragos que causaram: no ânimo do consumidor, na especulação na Bolsa e no ânimo dos empresários.

O Gilberto Freire com “i”(*) e sua equipe de “jornalistas” – que, como diz o Mino, no Brasil, são piores que o patrão – podem fazer o que bem entendem.

Agora, com a chuva, disseminam mais pânico – e inflação.

Se chove pouco, pau no Governo.

Se chove muito, pau no Governo.

Pau no Governo.

A edição do “Bom (?) Dia Brasil”, um programa em consistente decadência, é uma amostra dessa filosofia de trabalho: pau no Governo, com chuva ou sem chuva.

Na edição sinistra dessa quinta-feira, o programa que ocupa posição decadente na  métrica do Globope (do Globope !), dedicou 57 minutos ao (inexistente) aumento da inflação.

O aumento do preço do pepino azul em Conchinchina do Paraguaçu adquiriu dimensão nacional e por todo o país se espalhará.

Sobre o pepino azul e todos os outros produtos.

É a estratégia Golpista de se aproveitar de um fato regional, localizado, para, em rede nacional, aberta, que explora um bem publico, do povo, o espectro eletromagnético, instigar, provocar, alimentar a alta NACIONAL dos preços.

A própria Urubóloga, mestre em utilizar o bem público – o espectro eletromagnético – para prejudicar o público, a própria Urubóloga considerou que parte do problema se deve à chuva.

Chove muito, o preço do pepino azul de Conchinchina do Oeste pode aumentar.

É uma questão local, efêmera, sazonal – poderia ter dito ela: quem gosta de pepino azul o terá, em abundância.

Como diz o Nunca Dantes, está na hora de começar a ter canal de televisão, da CUT e do que for, para colocar o pepino azul no devido lugar.


Paulo Henrique Amorim


(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

Eduardo Galeano: “A Suprema Corte do Uruguai foi indigna”


O Uruguai e um retrocesso vergonhoso
Suprema Corte de Justiça do Uruguai declarou inconstitucionais dois artigos de uma lei de 2011 que terminava com a impunidade assegurada aos que praticaram terrorismo de Estado durante a ditadura (1973-1985). Os protestos foram imediatos, inclusive nas ruas. “A Suprema Corte foi indigna”, disse Eduardo Galeano, que participou de uma manifestação.
Buenos Aires – No meio da tarde da sexta feira, 22 de março, a Suprema Corte de Justiça do Uruguai conseguiu uma façanha surpreendente e nem um pouco louvável. Por quatro votos a um, declarou inconstitucionais dois artigos de uma lei aprovada pelo Congresso em 2011 e que terminava com a impunidade assegurada aos que praticaram terrorismo de Estado durante a ditadura que durou de 1973 a 1985.
Essa lei, agora declarada inconstitucional, impedia a prescrição dos delitos cometidos por funcionários civis e militares da ditadura, por serem considerados crimes de lesa humanidade.
O falaz argumento dos senhores juízes da Suprema Corte uruguaia seria risível se não fosse indigno. Disseram eles que uma lei penal não pode ser aplicada de forma retroativa. Ou seja, vale uma lei retroativa, de 1986, tempos do então presidente Julio Sanguinetti, anistiando crimes cometidos durante a ditadura, mas não vale a outra lei que não fazia outra coisa além de acatar decisões de cortes internacionais indicando que crimes de lesa humanidade são imprescritíveis.
Trata-se de um retrocesso tão dolorido como absurdo. Em termos práticos, significa que todos os processos em andamento serão arquivados. Para isso, basta que os advogados dos réus recorram à sentença, já que eles teriam sido processados com base em uma lei inconstitucional. Além disso, abre-se a possibilidade de que os militares que já estão presos recorram da sentença que os condenou e voltem, pimpões, à liberdade.
Pelo menos dois desses presos são figuras notórias do breve período (pouco mais de um ano) em que a impunidade esteve suspensa. O coronel Tranquilino Machado foi condenado e preso em junho de 2011, como responsável direto pela morte de um estudante de veterinária em julho de 1973, logo depois do golpe militar de 27 de junho. O policial civil Ricardo Zabala foi mandado para a cadeia em março de 2012, como cúmplice do assassinato do professor e jornalista Julio Castro, figura emblemática da esquerda uruguaia.
Esses dois assassinos podem agora pedir para serem soltos, contando com o firme apoio nascido da decisão da Suprema Corte. Poderão dizer que foram condenados por uma lei inconstitucional.
Os protestos foram imediatos. Ainda na sexta-feira, a senadora pela Frente Ampla Lucia Topolanski, figura histórica da esquerda uruguaia, disse que pretende abrir um julgamento político contra os juízes da Suprema Corte. Ou seja, ela quer pedir o impeachment dos magistrados.
Lucia Topolanski, que amargou anos de prisão e torturas, além de senadora é a primeira-dama do Uruguai. Seu marido se chama Jose Mujica e é o presidente do país.
Na segunda-feira seguinte à decisão, houve uma manifestação silenciosa na Plaza Cagancha, no centro de Montevidéu, diante do prédio da Suprema Corte.
Não houve gritos, palavras de ordem, discursos. Ao longo de uma hora, tempo que durou a manifestação, houve apenas um silêncio estrondoso, intercalado por declarações de alguns manifestantes aos jornalistas. Depois dessa hora, as milhares de pessoas cantaram o hino uruguaio e foram embora.
Um dos manifestantes era o escritor Eduardo Galeano. Ao falar com os jornalistas, ele disse que aprendeu, há muitos anos, que a vida consiste em escolher entre indignos e indignados, e que sempre esteve com os indignados. ‘Acho que a Suprema Corte foi indigna, pratica a injustiça e, além disso, proíbe a memória e castiga a dignidade’, disse.
Houve, claro, os que defenderam esse gigantesco passo atrás dado pelos juízes da Suprema Corte. Um deles foi o ex-presidente Julio Maria Sanguinetti, que governou o Uruguai em dois períodos – entre 1985 e 1990, e depois entre 1995 e 2000. Ao criticar os protestos e defender o retorno da impunidade, ele foi bastante coerente com sua história pessoal. Afinal, foi durante seus governos que se decretaram leis de anistia a torturadores, violadores, seqüestradores e assassinos, e se fez de tudo para impedir qualquer investigação que levasse aos que praticaram terrorismo de Estado.
E assim o Uruguai, que havia conseguido a duras penas avançar na luta pela busca da verdade, o resgate da memória e a aplicação da justiça, retrocede de maneira formidável. Se afasta da Argentina e até mesmo do Chile, e volta a se aproximar do Brasil, onde perambulam, livres, altaneiros e intocáveis, torturadores, seqüestradores, violadores, assassinos.
Uma das vozes que protestaram contra a decisão da Suprema Corte foi a de Macarena Gelman. Neta do poeta argentino Juan Gelman, ela é a própria imagem do horror. Seus pais, Maria Claudia e Marcelo Gelman, foram presos na Argentina. Marcelo foi morto pouco depois. Maria Claudia, grávida, foi levada para o Uruguai. Macarena nasceu num hospital militar. Tinha menos de dois meses de vida quando foi dada de presente a um chefe de polícia. Da mãe, nunca mais se teve notícia.
Gelman, um dos mais respeitados poetas do idioma espanhol do nosso tempo, levou décadas de desespero buscando a neta.
Um dos que prometeram ajuda e depois fez de tudo para impedir que essa busca avançasse foi justamente Sanguinetti. Macarena só soube sua verdadeira identidade aos 21 anos.
Ao conhecer a decisão da Suprema Corte, que de fato assegura impunidade aos assassinos de sua mãe, ela disse que o Uruguai merece outro tipo de Justiça.
No ano passado, e cumprindo uma sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Estado uruguaio reconheceu sua responsabilidade no caso de Macarena Gelman, e se comprometeu formalmente a suprimir todos os obstáculos para esclarecer o caso.
Com sua decisão, a Suprema Corte de Justiça – que, como disse Galeano e vale a pena repetir, foi indigna e pratica a injustiça ao assegurar a impunidade – garante que esses obstáculos permanecerão, como uma nódoa pegajosa, sobre o país de José Artigas.
Eric Nepomuceno
No Carta Maior

Lula quer driblar a censura dos barões da mídia à liberdade de expressão dos trabalhadores


A CUT (Central Única dos Trabalhadores) é uma das maiores centrais de trabalhadores do mundo e a maior da América Latina. Representa milhões de trabalhadores brasileiros. E completou 30 anos de existência. Um dos fundadores se tornou o melhor presidente da República e prestigiou a comemoração da data. O Jornal Nacional da TV Globo fez de conta que não viu tudo isso e não noticiou nada.

Globo: liberdade de expressão, só do patrão endinheirado. Trabalhador é censurado.

Mas essa é a história da TV Globo, e pau que nasce torto não endireita (ou melhor, continua cada vez mais torto para a extrema-direita neoliberal, no caso da Globo, que é criatura da ditadura e de golpismos como da Proconsult, edição deturpada de debates, bolinhas de papel).

Por isso, o presidente Lula disse que não quer saber de chorumelas, quer é fazer a nossa liberdade de expressão, dos trabalhadores, funcionar e crescer, se organizar melhor os milhares de pequenos meios que os trabalhadores já dispõe.

Basta lembrar que já foi bem pior. Antigamente os trabalhadores dependiam exclusivamente do boca a boca, da mobilização, e dos panfletos, e com estes poucos recursos chegamos aos avanços conquistados. Hoje temos uma avenida aberta com a internet, o movimento sindical tem seus jornais alternativos, revistas, rádios e até a TVT (TV dos Trabalhadores). Falta dar uma sacudida na organização das estruturas e nas atitudes para os muitos pequenos blogs, jornais, revistas, rádios e a TVT formarem um estrutura de comunicação grande também, para que os interesses dos trabalhadores, aposentados, pequenos produtores, jovens em busca de um mercado de trabalho mais amplo, também tenham voz e vez no noticiário.

Em tempo: a (quase) íntegra do áudio do discurso de Lula está no Instituto Lula (aqui). Em vídeo não tem... o que comprova que a organização de um sistema de comunicação precisa melhorar.

Lula ao vivo 18 horas - Fortaleza


Lula participa hoje, em Fortaleza, do primeiro dos seminários “O decênio que mudou o Brasil”, sobre os 10 anos de Governo Democrático e Popular organizados pelo PT, Fundação Perseu Abramo e Instituto Lula. O tema do primeiro seminário é "Políticas de bem-estar, direitos humanos e desafio da inclusão social". Mais informações no site do Instituto Lula: http://www.institutolula.org/
O evento está marcado para as 18h e terá transmissão ao vivo pelo link:  http://livestre.am/4moeN . O vídeo também poderá ser incorporado com o código que segue ao final do email.
O vídeo poderá ser assistido no Facebook de Lula (facebook.com/Lula) e no próprio site do Instituto.
No Twitter, utilizaremos a mesma hashtag do primeiro evento #10anosdeMudanca .
Abraços
Código de incorporação:

A besta do apocalipse está solta na Época: O catastrofismo durou pouco

O catastrofismo durou pouco 
Por Luciano Martins Costa

Um dos pressupostos essenciais do noticiário econômico é a busca da objetividade, e basta um pequeno desvio de método para que o resultado seja jornalismo de qualidade discutível. O risco maior é sempre dos diários, condicionados por um limite de tempo que nem sempre coincide com a possibilidade de uma boa análise.
No entanto, nesta semana, uma revista de informações que hipoteticamente tem mais tempo para elaborar seus conteúdos, e com isso oferecer um produto mais denso aos seus leitores, produz o efeito contrário. Em tom de profecia, a reportagem de capa de Época anuncia o apocalipse: “O eclipse do Brasil: A festa acabou. A economia empacou. O investidor fugiu. E agora?”
Acontece que a blague sobre o poema de Carlos Drummond de Andrade durou poucos dias. Na edição de quinta-feira (28/2), o insuspeito Estado de S.Paulo traz resultado de consulta a representantes do mercado financeiro e outras fontes para afirmar exatamente o contrário: “Mercado prevê alta de 3% no PIB em 2013, mas já há quem aposte em 4%”, diz o título no alto da página.
A contradição evidente entre a notícia do Estadão e o cenário apocalíptico apresentado por Época levaria o leitor distraído a considerar que, como tem mais tempo para a apuração e análise dos dados, uma revista semanal estaria mais próxima da verdade quanto aos fatos da economia. Mas uma leitura mais crítica revela que a revista fez uma aposta errada, baseada em opiniões comprometidas.
A reportagem de capa da revista Época se desmanchou no ar: já na segunda-feira (25), portais noticiosos e sites especializados traziam previsões de queda da inflação e retomada do crescimento; no dia seguinte, a boa notícia era sobre a preservação dos índices de emprego; na terça-feira, sinais de retomada de atividades na indústria; na quarta, indicadores parciais do IBGE sobre o fraco desempenho da economia em 2012 conviviam com previsões de mais crescimento para este ano.
Na quinta-feira (28), a reportagem do Estadão sobre perspectivas otimistas para 2013 é complementada por registro da Folha de S.Paulo sobre o superávit mensal recorde nas contas públicas e reportagem do Globo,mostrando que os investimentos se recuperam nos dois primeiros meses do ano.
A besta do apocalipse

Qual teria sido a trajetória da ideia por trás da reportagem de Época? Como a revista chegou à conclusão de que o Brasil estaria à beira do abismo, com seu futuro comprometido por um “eclipse econômico”?
Contrariando a prática deste observador, de evitar a personalização da análise da mídia, é preciso andar para trás e registrar que o autor da reportagem, muito ativo nas redes sociais digitais, não faz questão de parecer isento – pelo contrário, suas iniciativas e intervenções demonstram claramente sua posição política, manifestamente em oposição ao atual governo.
Diferente de outros repórteres e editores de economia, que em geral preservam um perfil mais discreto, embora sempre críticos com relação à condução da economia nacional, o autor da reportagem de Época é um ruidoso militante no campo político. Tal característica não pode ser condenada a priori, uma vez que o jornalista deve ser transparente em suas escolhas, mas é de se questionar se esse ativismo não poderia afetar a credibilidade do seu trabalho.
Vejamos, então, de onde o autor tirou a ideia de que o Brasil vai a pique.
Uma leitura cuidadosa da reportagem, aliada à análise de sua linguagem, indica que ele tirou a conclusão que justifica a manchete ao manipular opiniões muito marcadas por interesses específicos: suas fontes centrais são, entre outros, o veterano investidor Mark Mobius, o financista Armínio Fraga e o economista e diplomata Rubens Ricúpero.
De Mobius pode-se dizer que se trata de um investidor com apetite para riscos em países emergentes, que em várias ocasiões se mostrou contrariado com a decisão do governo brasileiro de desestimular o ingresso de capital especulativo. Ricúpero e Fraga são carimbados como ex-colaboradores do governo do PSDB.
Ainda assim, Mobius afirma na reportagem que “mesmo com a queda dos juros e o IOF, os ganhos no Brasil continuam atraentes” e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, entende que o pessimismo de alguns investidores estrangeiros é exagerado.
Dos demais entrevistados, como Carlos Langoni, também ex-presidente do BC, e outros economistas e investidores, não saiu a palavra eclipse ou outra justificativa para o catastrofismo que caracteriza a reportagem.
Não há, nas citações, razões para acreditar que a besta do apocalipse está solta. Tudo saiu direto da cabeça do repórter para a capa de Época.


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Bono Vox elogia Lula e Dilma e cita Brasil como exemplo de combate a pobreza



Bono Vox esteve com a presidenta Dilma Rousseff em 2011 (Foto: aBR)

Bono diz que pobreza extrema acaba em 2028, elogia Lula e Dilma e cita Brasil como exemplo
“Bono, líder da banda U2, deixou de lado a persona astro do rock para falar sobre pobreza extrema, que, segundo ele, deve chegar ao fim nos próximos 15 anos. Para o músico, Brasil, Gana e Tanzânia lideram a corrida pela solução do problema.
“Hoje quero apenas cantar os fatos. [O índice mundial de] pobreza extrema foi reduzido pela metade. E, se continuarmos nesta tendência, será zero em 2028″, disse Bono para a plateia do TED, um evento em Long Beach que reúne especialistas de tecnologia, entretenimento e design para palestras de cerca de 15 minutos.
“E 2028 está quase aí, só mais umas três turnês de despedida dos Rolling Stones.”
Segundo Bono e sua organização One.org, o número de pessoas nessa situação (ou seja, com até R$ 2,50 por dia) foi de 43% em 1990 para 21% em 2010. O índice de mortalidade de crianças de até cinco anos também diminuiu bastante (menos 7.256 crianças morrem por dia).
“Não é algo Poliana, sem noção de um roqueiro. É real”, ele continuou nos bastidores, ao conversar com jornalistas. “Mas o índice ainda é alto, há muito trabalho a ser feito. A pobreza não vai acabar.”
O aumento da transparência financeira de governos e queda no preço dos remédios de Aids são fatores que ajudaram no combate, além do acesso à tecnologia. Corrupção continua sendo a principal trava, mas a “vacina é a transparência”, falou Bono.”