Altamiro Borges, Blog do Miro
“No início do ano, a mídia rentista fez o
maior terrorismo com a volta da inflação. Alguns “analistas do mercado” – nome
fictício dos porta-vozes do capital financeiro – garantiram que o governo havia
perdido o controle sobre os preços e que estava em curso uma nova explosão
inflacionária. Nos últimos dias, porém, eles próprios já admitem que a inflação
deve cair nos próximos meses. Sem fazer qualquer autocrítica, a mídia só não
admite que faz o jogo dos banqueiros, que pressionam o governo pelo aumento dos
juros.
Nesta semana, “os analistas de mercado
fizeram um leve ajuste nas projeções para a economia neste ano e diminuíram,
pela primeira vez depois de sete semanas, a expectativa para a inflação no
final de 2013. A
previsão do mercado agora é que IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o
índice oficial de inflação) encerre o ano em 5,70%”, relata a Folha. O mesmo
jornal que deu várias manchetes sobre o risco iminente da explosão
inflacionária, agora dá uma notinha em que admite que o monstro está sob controle.
Diante da violenta pressão dos rentistas, o
governo até deu sinais de vacilação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
andou dizendo que andava “preocupado” com a inflação, sinalizando que o Banco
Central poderia retomar a trajetória de alta da taxa básica de juros, a Selic. Isto
animou os agiotas financeiros, que passaram a apostar numa mudança de rumo do
Banco Central. Ontem, porém, num evento em Nova Iorque, o
presidente da instituição jogou água fria na fervura, decepcionando os agiotas
financeiros.
Alexandre Tombini afirmou que a inflação
declinará no segundo semestre deste ano e que o crescimento da economia será
retomado. “A inflação dos preços de alimentação vai se moderar, assim como o
crescimento do crédito”, explicou. Ele também enfatizou que a redução do preço
da energia terá maiores efeitos a partir deste mês sobre os custos de produção
e nos preços das mercadorias. Com isso, ele ajudou a desfazer as apostas do
capital financeiro numa alta da taxa básica de juros – hoje em 7,25% ao ano.”
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