Em rápida entrevista ao 247, ex-presidente Lula respondeu à crítica
feita ontem à noite pelo antecessor Fernando Henrique Cardoso, que
qualificou a presidente Dilma como uma pessoa "ingrata, que cospe no
prato em que comeu"; segundo Lula, FHC "trabalhou contra ela e contra o
nosso projeto nas duas últimas eleições"; ele também afirmou que, no PT,
não há dúvida sobre 2014: "a candidata é a Dilminha e é preciso que a
deixem trabalhar"; Lula aproveitou para rebater a expressão
"presidente-adjunto": "é ridículo"
Marco Damiani 247 - O
ex-presidente Lula acaba de responder à crítica feita ontem por seu
antecessor, Fernando Henrique Cardoso, à presidente Dilma Rousseff. No
seminário "Minas Pensa o Brasil", que lançou a candidatura do senador
Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da República em 2014, FHC disse que
Dilma é uma pessoa "ingrata que cospe no prato em que comeu". Nesta
noite, ao participar do lançamento do livro "O Brasil", do jornalista
Mino Carta, Lula reagiu. "O que FHC fez a Dilma para merecer gratidão?",
indagou Lula, ao ser abordado pelo 247. Numa rápida entrevista, ele
enfatizou seu ponto de vista. "Nas duas últimas edições, ele trabalhou
contra a Dilma e contra o nosso projeto", disse o ex-presidente,
referindo-se às disputas de 2006, quando Dilma era ministra da Casa
Civil, e de 2010, quando ela se elegeu presidente.
Na conversa com 247, Lula, mais uma vez,
foi enfático ao garantir que o PT já definiu seus rumos em relação a
2014. "A candidata é a Dilminha", disse ele. "É preciso, agora, que a
deixem trabalhar, porque ela está indo muito bem". O ex-presidente
também rebateu a expressão "presidente-adjunto", usada por FHC para
criticar a "sombra projetada" por Lula sobre Dilma. "Isso é ridículo",
disse Lula. "É a primeira vez que escuto essa expressão".
Lula foi ainda questionado por 247 sobre
o nó político no Rio de Janeiro, onde o PMDB ameaça desembarcar da
aliança, caso o PT decida manter a candidatura do senador Lindbergh
Farias (PT-RJ). "Desde que saí da presidência, tenho me mantido tão
afastado da política, que tem muita coisa que eu não sei", afirmou, sem
conseguir convencer quem estava por perto. Na verdade, Lula provocou
gargalhadas, ao afirmar seu distanciamento da atividade política.
Ao falar com o 247, ele fez também uma
confidência. Disse que foi procurado pelo ex-presidente do Corinthians,
que pediu sua intervenção no caso dos corintianos que estão presos na
Bolívia, acusados da morte de um torcedor adolescente. "Este caso está
com o Ministério das Relações Exteriores e eu não tenho como
interceder", afirmou. "Mas fica a lição inclusive para a Copa de 2014:
estádios de futebol devem ser espaços de paz e não arenas de violência".
O ex-presidente chegou à livraria
acompanhado do assessor Paulo Okamotto, do Instituto Lula. Corado, e
exibindo boa forma física, Lula foi cercado, aplaudido, posou para fotos
e distribuiu autógrafos. Mas parou para não ofuscar o evento da
Livraria Cultura. "Hoje é dia do Mino Carta", disse ele, que deixou o
ambiente sob o canto de "ole, ole, ole, olá, Lula, Lula".
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