“A investigação por lavagem de dinheiro do
Banco do Vaticano, as indenizações pelos escândalos sexuais e o número
decrescente de fieis e doações são alguns dos problemas que o próximo pontífice
herdará. Em entrevista à Carta Maior, o jornalista Jason Berry, fala sobre as
finanças secretas da Igreja Católica, tema que foi objeto de sua investigação
nos últimos 25 anos. Essa história, segundo ele, remonta à guerra fria e à
massiva injeção de dinheiro da CIA no Vaticano para neutralizar a ameaça do Partido
Comunista Italiano. A reportagem é de Marcelo Justo.
Marcelo Justo, Carta Maior
O Papa Bento XVI abandona o barco em meio a
sérios problemas financeiros. A investigação por lavagem de dinheiro do Banco
do Vaticano, as indenizações pelos escândalos sexuais e o número decrescente de
fieis e doações são alguns dos problemas que o próximo pontífice herdará.
Ninguém sabe exatamente quanto gasta a Igreja Católica em nível mundial, mas
segundo uma investigação da revista inglesa The Economist, publicada no ano
passado com base em dados de 2010,
a cifra rondaria os 170 bilhões de dólares. Em um livro
sobre as finanças secretas da Igreja Católica, o jornalista Jason Berry,
que investigou o tema nos últimos 25 anos, afirma que a estrutura financeira da
igreja é “caótica” e “opaca”.
Em entrevista à Carta Maior, Berry falou das dificuldades econômicas do Vaticano que, para ele, remetem à guerra fria e à massiva injeção de dinheiro da CIA no Vaticano para neutralizar a ameaça do Partido Comunista Italiano, então o mais poderoso da Europa ocidental.
Carta Maior: Como é a estrutura financeira da Igreja Católica em nível mundial?
Jason Berry: A Igreja Católica é muito hierárquica, monárquica eu diria, com o Papa como líder e dioceses dirigidas por arcebispos e bispos em todo o globo. Mas, em virtude de seu próprio tamanho, é internamente caótica e ingovernável. Cada bispo trabalha em sua diocese como se estivesse comandando um principado.
CM: O que sabemos de concreto sobre a riqueza do Vaticano?
JB: Há uma absoluta opacidade nas contas. Quando o vaticano declara suas rendas e gastos anuais não inclui o Instituto para as Obras de Religião, o IOR, mais popularmente conhecido como o Banco do Vaticano, cujos fundos são estimados em cerca de 2 bilhões de dólares. O IOR tem sido administrado em um clima de absoluta falta de transparência, o que o converteu em um veículo perfeito para o trânsito de todo tipo de fundos. Mas agora, com a investigação do Banco Central da Itália sobre lavagem de dinheiro, isso está mudando.”
Em entrevista à Carta Maior, Berry falou das dificuldades econômicas do Vaticano que, para ele, remetem à guerra fria e à massiva injeção de dinheiro da CIA no Vaticano para neutralizar a ameaça do Partido Comunista Italiano, então o mais poderoso da Europa ocidental.
Carta Maior: Como é a estrutura financeira da Igreja Católica em nível mundial?
Jason Berry: A Igreja Católica é muito hierárquica, monárquica eu diria, com o Papa como líder e dioceses dirigidas por arcebispos e bispos em todo o globo. Mas, em virtude de seu próprio tamanho, é internamente caótica e ingovernável. Cada bispo trabalha em sua diocese como se estivesse comandando um principado.
CM: O que sabemos de concreto sobre a riqueza do Vaticano?
JB: Há uma absoluta opacidade nas contas. Quando o vaticano declara suas rendas e gastos anuais não inclui o Instituto para as Obras de Religião, o IOR, mais popularmente conhecido como o Banco do Vaticano, cujos fundos são estimados em cerca de 2 bilhões de dólares. O IOR tem sido administrado em um clima de absoluta falta de transparência, o que o converteu em um veículo perfeito para o trânsito de todo tipo de fundos. Mas agora, com a investigação do Banco Central da Itália sobre lavagem de dinheiro, isso está mudando.”
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
Entrevista Completa, ::AQUI::
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