Ex-presidente americano diz que não se deve espionar "um aliado" e
rasga elogios aos programas de acesso ao ensino universitário "dos
governos Lula e Rousseff"; no Rio para um encontro de sua ONG, Bill
Clinton comparou o modo como a presidente do Brasil e o presidente da
Síria reagiram a manifestações populares nas ruas; "O presidente Bashar
al-Assad enviou o exército e, de repente, tinha uma guerra civil com a
qual lidar. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse 'vocês têm
razão, vamos tentar descobrir como resolver os problemas'", disse o
democrata.
247
- O presidente Barack Obama ganhou mais um adversário de peso em
relação à posição dos EUA de realizarem espionagem sobre cidadãos,
governos e empresas em diferentes partes do mundo, entre as quais o
Brasil. É ninguém menos que o ex-presidente Bill Clinton, que está no
Brasil para o primeiro encontro de sua ONG – a Fundação Clinton Global
Initiative – na América Latina.
"Não deveríamos levantar informação econômica sobre o pretexto da
segurança", disse Clinton em entrevista ao jornal o Globo. No caso do
Brasil, o incômodo maior foi com o acompanhamento das conversas
telefônicas da presidente Rousseff. E também da Petrobras", reconheceu.
"Não deveríamos levantar informação econômica sob o pretexto de
segurança. Não com um aliado".
Clinton elogiou a economia brasileira – "achei importante vir ao Brasil
pelo progresso que houve aqui" – e, também, a postura da presidente
Dilma Rousseff diante das manifestações de massa em junho deste ano.
"Tanto as manifestações quanto a maneira como o governo respondeu a elas
são, a longo prazo, indícios positivos", afirmou o ex-presidente.
Ele comparou as reações do presidente da Síria e da presidente
brasileira sobre as reivindicações populares. "O presidente Bashar
al-Assad enviou o exército e, de repente, tinha uma guerra civil com a
qual lidar. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse 'vocês têm
razão, vamos tentar descobrir como resolver os problemas'", sublinhou
Clinton.
Em um forte elogio às administrações do PT, Clinton foi enfático na
defesa dos programas de bolsas de estudo e financiamentos a alunos
carentes para cursarem o ensino superior. "Os governos Lula e Rousseff
tentam fazer algo que nós jamais tentamos: dar às universidades
particulares incentivos fiscais proporcionais ao número de alunos de
baixa-renda. Isso funciona porque, por um lado, aumenta o número de
matrículas e, por outro, não incentiva o aumento das mensalidades.",
avaliou o democrata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário